Análise The Blackout Club

Bem-vindo ao Blackout Club.

Porque é que acordamos todos os dias cobertos de lama e sangue ou todos arranhados? Porque é que os adultos vagueiam sonâmbulos na rua durante a noite?

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É algo que nós, adolescentes do Blackout Club teremos de descobrir nesta estranha aventura que a Question LLC preparou. Podemos fazê-lo sozinhos ou acompanhados no modo cooperativo online.

The Blackout Club é um título que ainda está em construção, ainda em early acess o que se nota na performance e qualidade técnica que apresenta. Tenta fazer algumas coisas, mas nem sempre as faz bem, podemos, no entanto, retirar entretenimento deste titulo se gostarmos de jogos stealth e de narrativas demoradas, ou seja, a história é-nos contada aos poucos de cada vez… missão a missão. Depois de uma introdução, um tutorial que jogamos sozinhos e que nos ensina o básico dos controlos e onde nos estamos a meter, entramos no clube e a partir daí teremos missões a fazer para que possamos descobrir o que raio se anda a passar em Redacre, a nossa pacata vila. Em grafismo e arte é competente, mas básico, e como se trata de um jogo sempre online existem alguns problemas em carregamento de texturas.

O que é e quem somos?

Somos um adolescente em fuga, com smartphone na mão e a nossa missão é gravar e impedir acontecimentos paranormais enquanto procuramos um amigo desaparecido. No entanto, se causamos muita confusão e formos detetados vamos despertar a ira da The Shape, uma entidade que só pode ser vista através dos “olhos fechados” (uma mecânica que nos permite “ver” coisas que com os olhos abertos não conseguimos). É um thriller de cidade pequena, como Stranger Things, com algumas missões repetitivas e alguns gadgets sem grande imaginação ​​fazem com que o jogo fique um pouco à margem daquilo que poderia ser.

A cada jogo, que conta com o máximo de quatro jogadores, saímos de um vagão abandonado para realizar um conjunto aleatório de objetivos, desde fotografar manchas de sangue até roubar objetos envoltos em misticismo que estão em câmaras no subsolo. No nosso caminho há um exército de adultos sonâmbulos, muitos ainda de pijama, que têm como suporte armadilhas elétricas, drones e câmaras que estão lá para detetar os nossos movimentos. O layout da cidade é o mesmo de cada vez que a visitamos, mas os objetos e ameaças alteram de lugar, o que mantém as coisas interessantes mesmo depois das categorias de missão se tornarem familiares.

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Podemos jogar The Blackout Club sozinhos, mas o jogo é mais divertido em equipa, não que torne as coisas mais fáceis (os perigos aumentam por jogador), mas sim porque temos a possibilidade de ajudar ou até prejudicar os outros jogadores. Por vezes, estamos a escalar uma janela enquanto outro jogador vigia, apenas para pisarmos em algo barulhento ou uma armadilha e trazer uma horda para junto de nós. Jogar em cooperativo é engraçado, mas foi-nos muito difícil encontrar sessões de jogo online, criadas por outros jogadores, claro está. Podemos servir de anfitrião e criar uma sala, sendo um pouco uma aventura a solo até que alguém se junte a nós. Temos um modo muito apelativo, que é o modo stalker: Este modo permite-nos invadir uma sala em que está um grupo a jogar e com o nosso smartphone, filmar os jogadores e assim expo-los aos inimigos. É algo que está muito bem pensado e aumenta os modos de jogo, trazendo assim mais diversão a este Blackout Club

Cada jogador começa com uma ferramenta útil, como um gancho, e habilidades que desbloqueamos ao subir de nível e que ​​permitem soluções mais inventivas para alguns problemas. Podemos chamar inimigos para distraí-los, por exemplo. O nosso arsenal de gadgets é um pouco estranho, e às vezes pouco adequado… até parece que quer que nos lembremos de filmes como o The Goonies . Temos fogos de artifício e latas de espuma de barbear para entupir armadilhas e mas também, de um lado completamento oposto, bestas e granadas de flashbang que parecem que vieram de um shooter militar. Podemos escolher este material ao início de cada missão, ainda no clube e depois dentro dos níveis existem algumas caixas de loot para irmos apanhando à medida da progressão de cada missão.

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Não há mortes em The Blackout Club, mas podemos prender inimigos (quando usamos as nossas armas ou gadgets) enquanto os nossos parceiros escapam. The Shape é uma entidade terrível e começa a aparecer quando somos detetados muitas vezes pelos inimigos. Não o conseguimos ver sem a mecânica de fechar os olhos como já mencionado. A nível de áudio The Blackout Club está muito bem conseguido, durante alguns momentos o som tem mesmo a capacidade de nos deixar aterrorizados, já que conseguimos ouvir The Shape respirar e aumentar essa intensidade à medida que se aproxima de nós. Se nos surpreender e apanhar, ficaremos sonâmbulos e aí só os nossos parceiros nos podem reviver… acordar.

As partes mais intrigantes de The Blackout Club estão no subsolo, e explorar essas catacumbas ainda é das melhores coisas que o jogo nos dá. Infelizmente, a repetição que encontramos a cada ronda estragam o mistério e suspense que as primeiras vezes fazem sentir. Adorávamos que o jogo fosse mais narrativo, não precisava de grandes diálogos, mas algo nos ambientes ou em gravações que fossemos encontrando. Existem, mas não consegue cativar de maneira a nos deixar mais entrosados naquele mundo.

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Considerações finais

The Blackout Club é uma experiência agridoce. Para quem gosta de jogos furtivos e com suspense é algo a ter em conta, mas fiquem atentos pois o título ainda tem alguns problemas com bugs e no sistema de AI.

Seguir uma história que por vezes é difícil de acompanhar pode-nos afastar da imersão mas, ao mesmo tempo,  ao jogar com outras pessoas e interagir com essas mesmas pessoas faz com que vamos aprendendo mutuamente, acabando por dar ao jogo um toque especial.

The Blackout Club tira ideias de alguns jogos e géneros de filmes e isso nota-se perfeitamente, é pena que nem sempre execute como seria esperado. Resta voltar a referir que nos parece ser ainda um título em progressão, e se continuar a ser atualizado, pode (e vai) ficar ainda melhor.

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The Blackout Club já está disponível para Xbox One, PlayStation 4 e Windows PC.

 

N.R.: A análise a The Blackout Club foi realizado numa Xbox One com uma chave digital gentilmente cedida pela Evolve PR.

 

The Blackout Club - Um título que promete
Reader Rating0 Votes
Suspense sempre em altas
Sistema sonoro muito bem desenvolvido
Modo Stalker
Pouco polido
Um pouco repetitivo
Poucas salas de jogo
3
Artigo sugerido