Num passado recente, a franquia Street Fighter, através de todas as suas entradas anteriores, conseguiu realizar algo que parecia ser impossível: ligar num mesmo universo de jogo o jogador casual, que alinha numas partidas com amigos numas tardes de diversão, tentando aprofundar o seu conhecimento dos diferentes golpes de um roster que sempre foi profundo, e o jogador de competição, que treina avidamente para se tornar cada vez mais consistente e com resultados nos torneios que ainda acontecem um pouco por todo o mundo, levando ao limite o conhecimento de todas as mecânicas de jogo que lhe podem dar uma pequena vantagem num mundo tão competitivo como é este dos Esports.
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Street Fighter V foi lançado há quatro anos, e tinha como objetivo cimentar o seu lugar no topo dos jogos de luta. Mas com a divisão do conteúdo em diferentes seasons, faltando conteúdo inicialmente, e com a concorrência feroz das sagas Injustice e Mortal Kombat, será que esse lugar ainda está à sua disposição, ou terá a Capcom levado um KO permanente na luta pela supremacia dos ”combos”?
Conteúdo aos pontapés
Vamos aos números: quarenta lutadores, mais de duzentas variações de customização e trinta e quatro locais onde combater, tudo isto por um preço bastante acessível. É como se a editora tivesse feito um “mea culpa” por ter optado pelo lançamento de conteúdo espaçado e com um preço. A Capcom resolveu reunir todo o conteúdo das quatro temporadas neste relançamento, sentindo-se agora ser um jogo completo, com muitas opções e que satisfaz exatamente por isso. Há tantas personagens novas para conhecer e aprofundar, com diferentes tipos de golpes, como Seth, o mauzão do jogo anterior, mas também temos os clássicos lutadores a quem voltar, como Ryu e Ken, como se de velhos companheiros de infância se tratassem, só que agora já não temos doze anos aquando do lançamento de Street Fighter II e eles têm mais vinte quilos de músculo em cima!
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Deu um gozo enorme experimentar todas as personagens, escolhendo com tempo aquelas com que me poderia adaptar melhor, sendo este um jogo em que o planeamento tem um papel importante, tendo em conta a vertente online, que será abordada.
Brincar com todas as possíveis customizações é algo que dá grande gozo, bem como apreciar a beleza das diversas localizações dos locais onde podemos lutar, do Brasil à Índia.
Modo História, finalmente!
Uma das maiores críticas no lançamento original deste jogo foi a ausência de um Modo História. A escolha fazia sentido, tendo em conta o crescimento exponencial da comunidade online, estando este título direcionado inteiramente para esse mundo. Mas até o mais experiente dos lutadores gosta de tirar um intervalo da tensão dos combates, querendo saber um pouco mais sobre a origem das personagens, onde se encontram neste momento e o que aconteceu no mundo Street Fighter. Quatro anos depois, esse modo aparece, para gáudio de todos. Até mesmo para mim, que desconhecia já boa parte das personagens e de todo o enredo. Este modo estimula pela vontade que nos incute em jogar mais uma partida, mais uma luta contra o CPU, descobrindo mais pormenores sobre o que se passa… E digo-vos que não é fácil.
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A história é rocambolesca, louca, acelerada e não dá tempo para descontrair e comer umas batatinhas, a não ser que queiram perder o combate que se segue devido à gordura das batatas no vosso comando, para terem que começar esse combate uma e outra vez… A dificuldade está adequada, pois não existem combates demasiado difíceis, fazendo com que a história se desenvolva a um ritmo rápido, suscitando sempre a curiosidade de saber mais sobre umas peças que mais parecem saídas de um qualquer tabuleiro de xadrez, mas que têm um poder inimaginável, sendo elas a origem de todos os problemas e lutas. Muito divertido.
Combate evoluído, mas lentinho…
Apesar do apreciado “Modo História”, o centro deste título continua a ser os encontros online. De forma frenética e agitada, damos o nosso melhor para usar com sapiência as nossas “V-Skills”, que nos permitem obter uma vantagem considerável nos combates.
Os encontros que realizamos foram quase todos com lutadores experientes, que nos destruíram com maior ou menor dificuldade. Mas aprendemos com os erros, e a experiência que temos com estes jogos de luta é que a evolução é uma escada que tem de se subir com calma. Mas não foi por isso que a nossa experiência foi menos positiva. Mas o lag foi uma constante. Odiamos lag. E por vezes tornou-se frustrante lidar com isso e com a capacidade da maioria dos jogadores que enfrentámos. Se já estávamos com dificuldade em subir as escadas, o lag atirou-nos para o primeiro degrau! Esperamos que seja algo que possa ser corrigido rapidamente, porque se for uma experiência comum a grande parte dos jogadores, esta segunda vida de Street Fighter V: Champions Edition pode prejudicar este jogo que tem tanto para dar.
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De referir também que há ainda algum conteúdo que só estará disponível através de microtransações, mas que só fará falta a um ávido consumidor o ao verdadeiro entusiasta, pois o conteúdo base é mais do que suficiente para entreter por meses vindouros.
Considerações finais
Em suma, Street Fighter V: Champions Edition é um belo investimento, mesmo depois de quatro anos do seu lançamento original. Há imenso recheio para explorar, seja no Modo História ou Arcade, bem como nos diferentes modos “online”, apesar de nem todos serem realmente divertidos. E pelo preço bem simpático que apresenta, é um belo investimento para quem quer desbravar uma história louca e cheia de adrenalina e fazer uns combates contra amigos numa tarde de inverno, ou para que pretenda evoluir o seu nível de jogo até conseguir enfrentar os melhores do mundo. Resta saber: quem vais escolher?
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Street Fighter V: Champions Edition já se encontra disponível para PlayStation 4, Xbox One, Windows PC.
N.R.: A análise a Street Fighter V: Champions Edition foi realizada numa PlayStation 4 com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente cedida pela EcoPlay.