A última carta do baralho
Shovel Knight foi um projecto da equipa Yacht Club Games que teve um enorme sucesso na sua campanha no Kickstarter em 2013, tendo sido lançado um ano depois com a promessa de novos personagens jogáveis.
Ao longo destes 5 anos, para além do título inicial Shovel Knight: Shovel of Hope, os jogadores foram brindados também com Shovel Knight: Plague of Shadows e Shovel Knight: Specter of Torment, duas fantásticas prequelas ao jogo inicial que nos permitem jogar como dois dos antagonistas do jogo principal, Plague Knight e Specter Knight. Agora, no final de 2019 foi lançada a última prequela, Shovel Knight: King of Cards juntamente com Shovel Knight: Showdown. Todos estes jogos podem ser adquiridos separadamente ou todos juntos com Shovel Knight: Treasure Trove.
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Sendo King of Cards a última carta do baralho, será que irá representar bem o mundo de Shovel Knight?
É o meu turno!
Em Shovel Knight: King of Cards exploramos a história de King Knight, um cavaleiro que tem o sonho de ser rei. Certo dia, descobre que existe um torneio de Joustus, um popular jogo de cartas, onde quem vencer os três campeões será nomeado o Rei das Cartas. Ora, quem é Rei das Cartas não deixa de ser um Rei. E assim, King Knight parte na sua aventura, viajando pelo mundo a fim de desafiar e vencer três campeões de Joustus para dar início ao seu reinado.
A história, mesmo sendo uma das mais simples da série, é uma das mais divertidas, estando recheada de momentos cómicos e divertidos como já é habitual no mundo de Shovel Knight.
Tal como aconteceu em jogos anteriores, o personagem tem um conjunto de controlos diferentes de todos os restantes, sendo uma forma de desafiar o jogador a ultrapassar os níveis de formas menos convencionais e evitando assim que este fosse uma simples cópia dos jogos anteriores.
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Em Shovel of Hope, os controlos de Shovel Knight são os mais tradicionais, sendo utilizada a pá como arma e existindo as ações tradicionais de ataque. Em Plague of Shadows, o Plague Knight utiliza pequenos frascos que eram atirados aos inimigos, tendo diferentes efeitos e trajetórias e sendo usados também a fim de efectuar movimentos. Em Specter of Torment, os movimentos do Specter Knight eram velozes quase como se se tratasse de parkour.
Em King of Cards, o King Knight tem um único ataque onde faz uma placagem com o ombro sobre o inimigo. A particularidade deste ataque é que, quando atinge um obstáculo, faz com que salte e comece a efectuar uma elegante espiral que termina quando chega ao chão. No entanto, durante essa espiral, se o King Knight acertar num inimigo ou obstáculo, poderá efetuar uma nova placagem que volta a colocar o King Knight em espiral, permitindo repetir o processo indefinidamente.
Esta mecânica torna-se bastante importante sendo essencial para atravessar os diferentes níveis, principalmente os mais avançados. Além disso, os próprios níveis vão mudando de forma a proporcionar ainda mais desafio para o jogador. Por exemplo, quando o jogador aprende a utilizar o ataque de ombro para conseguir saltar mais alto, o jogo apresenta-lhe níveis onde certas superfícies não lhe permitem saltar com o uso do ataque. Após isso, os níveis seguintes apresentam superfícies onde o jogador fica incapacitado para saltar. Os diferentes níveis tem o cuidado de ensinar ao jogador estas mecânicas a fim de o poder desafiar nos níveis mais avançados.
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Em todos os níveis existe a possibilidade de se colecionar medalhas que poderão ser usadas como moeda de troca para melhorias de vida ou a fim de se comprar relíquias. Estas relíquias são objetos especiais que, utilizando-se pontos de vigor, conferem ao King Knight habilidades e ataques especiais. Apesar de não ser obrigatória a aquisição das relíquias, estas são uma fantástica ajuda para os exigentes níveis de plataformas. Os jogadores veteranos já estarão familiarizados com a exigência de certos níveis. No entanto, os menos experientes poderão sentir-se um pouco frustrados com a dificuldade de certos níveis. Mesmo assim, a dificuldade nunca poderá ser atribuída a factores aleatórios sendo que, com a medida certa de dedicação qualquer nível poderá ser concluído.
Acredita no coração das cartas!
Para além das plataformas o jogador será também obrigado a participar em pequenos torneios do famoso jogo de cartas Joustus, ou não fosse o título deste jogo King of Cards. O objectivo baseia-se em preencher o tabuleiro com cartas, vencendo aquele que controlar o maior número de posições com gemas preciosas. Existe um número limitado de posições onde é possível colocar cartas, nunca sendo possível colocar nas casas que tenham as gemas. Cada uma das cartas tem ainda um conjunto de direções para onde podem empurrar as cartas já presentes no tabuleiro, tentando assim remover as cartas do adversário e colocar as cartas da própria equipa nas posições vencedoras. No final, dependendo do número de gemas que tenham sido colecionadas, o vencedor terá a hipótese de roubar uma ou mais cartas do oponente.
Apesar de ao início parecer bastante simples, o jogo rapidamente demonstra que tem bastante profundidade, sendo importante não só pensar na nossa próxima jogada mas também nas próximas jogadas do oponente. Além disso, em níveis mais avançados, começam a ser apresentadas cartas com novas habilidades tal como a possibilidade de empurrar cartas dois espaços ou destruir a carta que deveria ser empurrada. Isto torna o jogo bastante mais complexo tornando-se um verdadeiro desafio e um fantástico quebra-cabeças para os amantes do género.
Contudo, apesar de ser bastante divertido, estas sessões de Joustus pertencem a um género significativamente diferente do resto do jogo. Este facto poderá ser uma enorme desvantagem para aqueles jogadores que gostem bastante de plataformas mas não tenham tanto apreço por jogos de cartas, especialmente devido ao facto de ser uma parte essencial e obrigatória do jogo.
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A nível gráfico o jogo continua a ser um verdadeiro encanto, com todo o seu esplendor de 8-bits, incrivelmente detalhado e mantendo o espírito nostálgico dos jogos mais antigo que muitos de nós dedicamos horas incontáveis nas mais diversas aventuras. Mas o ponto mais forte é, sem dúvida, a banda sonora. Sendo igualmente uma homenagem aos jogos de antigamente, a música consegue criar uma sensação de nostalgia no jogador mesmo sendo a primeira vez que a estamos a ouvir. Além disso, adequa-se perfeitamente ao jogo conseguindo transmitir o ambiente cómico e descontraído que existe no mundo de Shovel Knight.
O baralho completo
Shovel Knight: King of Cards é, juntamente com Shovel Knight: Showdown, a última peça prometida na campanha de Kickstarter de 2013. Sendo mais que um jogo que tenta capturar a essência dos jogos antigos, é uma verdadeira carta de amor aos jogos de 8-bits, onde se nota que houve uma enorme dedicação em cada pixel e bit programado.
Mesmo não sendo um jogo perfeito, é uma fantástica aventura, divertida e bastante desafiante, capaz de garantir largas horas de exploração num dos mundos mais icónicos dos videojogos dos últimos anos. Poderá não ser do agrado de todos os jogadores o facto de serem obrigados a passar de um jogo de plataformas para um jogo de cartas mas, para aqueles que não se incomodam com isso, terão um fantástico jogo em mãos que se irão lembrar durante muito tempo.
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Para todos aqueles que se sintam tentados a adquirir Shovel Knight: King of Cards, deverão ponderar igualmente a aquisição de Shovel Knight: Treasure Trove onde terão acesso não só a este fantástico jogo, como também a todos os restantes jogos da série Shovel Knight.
N.R.: A análise a Shovel Knight: King of Cards foi realizada numa Nintendo Switch com uma cópia, gentilmente cedida pela Popagenda.
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