O que é que aprendemos com dez anos de smartphones? Que o mercado é extremamente competitivo, ao ponto de as marcas procurarem inspiração constante naquilo que as empresas rivais fazem nos seus equipamentos.
A Apple criou um leitor de impressões digitais? Tudo a apostar nos leitores de impressões digitais. A LG mostrou que dois sensores de imagem fazem sentido? Tudo a integrar duas câmaras fotográficas nos telemóveis. A Samsung criou um dispositivo com um ecrã tão grande que o telemóvel quase não tem margens? Tudo a criar smartphones com ecrãs ‘infinitos’.
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Depois temos uma gama de produto bem-sucedida, mas que nunca teve um verdadeiro rival à altura – a linha Galaxy Note da Samsung. Claro que houve tentativas de replicar aquilo que o Note sempre teve de especial – o estilete – por parte de marcas como a LG, a Alcatel e até a Asus.
É verdade que ter uma caneta integrada num smartphone nunca foi uma funcionalidade tão crítica que levasse a indústria a seguir esta tendência como seguiu tantas outras. A questão é que a Samsung criou e entrou tão forte neste nicho de mercado que nunca deu grande hipótese a quem se tentasse aproximar.
Parte deste sucesso sempre esteve na bitola alta que a Samsung manteve: a linha Note sempre foi uma linha topíssimo de gama, tanto ou mais do que a sua principal linha comercial, a dos dispositivos Galaxy S. Com o Samsung Galaxy Note 8 isto é ainda mais verdade – a fasquia volta a ficar elevada e o equipamento é seguramente um dos melhores smartphones do ano.
Antes de dissecarmos o equipamento, um apontamento sobre a a presença da linha Galaxy Note em Portugal. Recorda-se que desde o Galaxy Note 4, lançado em 2013, que esta gama de smartphones andava longe do mercado português. Em vez de lançar o Galaxy Note 5 em Portugal, a marca sul-coreana preferiu lançar o Galaxy S6 Edge Plus. O Galaxy Note 6 nunca existiu e a desgraça que afetou o Galaxy Note 7 é sobejamente conhecida.
Passaram por isso mais de três anos desde que a linha Galaxy Note esteve de corpo e alma no mercado português pela última vez. O que vale é que quando decidiu regressar, regressou em grande.
O ecrã que flutua
Este ano assistimos à democratização dos smartphones quase sem margens devido aos ecrãs de grande dimensão e com novos formatos. Quando a Samsung lançou o Galaxy S8 no início do ano, por exemplo, estreou o formato de 18:9 nos seus dispositivos móveis, formato que voltou a utilizar no Galaxy Note 8.
Acontece que a linha Note sempre foi maior em tamanho do que quase todas as outras gamas de smartphones, o que em 2017 tem um efeito assim-assim: com um ecrã de 6,3 polegadas, o Note 8 tem um dos painéis mais espetaculares que um utilizador pode ter num dispositivo móvel, mas fruto do tamanho grande e do formato de 18:9, o equipamento apresenta um aspeto pouco comum e que as imagens não conseguem representar.
O smartphone é alto e estreito, dando verdadeiro sentido ao conceito de trazermos um retângulo de vidro nos nossos bolsos. O Galaxy Note 8 não tem a mesma ergonomia de um Galaxy S8, por exemplo, e isso acaba por ser um ponto negativo. A questão é que quem por norma procura um smartphone da linha Galaxy Note vai justamente à procura de um ecrã maior, independentemente das implicações que isso possa ter ao nível da ergonomia.
Devido ao seu formato alongado, o smartphone tem uma maior tendência para fugir da mão, pois em bom rigor metade do equipamento não está em contacto direto com a nossa mão. O formato totalmente polido, sem protuberâncias na parte traseira, assim como a construção em vidro, acentuam um pouco este problema visto que não há ali um elemento que nos permita agarrar com firmeza – e como se não bastasse, as laterais são extremamente finas devido ao efeito do ecrã Edge.
Atenção, o telemóvel não é difícil de agarrar, simplesmente reúne mais condições para que possa deixá-lo escapar-se, sobretudo se não estiver habituado a lidar com equipamentos desta envergadura.
O que por um lado constitui um ponto negativo, por outro lado constitui aquele que é um dos smartphones mais bonitos e mais vistosos da atualidade. O ecrã gigante, luminoso e de cores vibrantes, aliado ao design cuidado, à construção premium que mistura vidro e metal, e à parelha de sensores de imagem na parte traseira fazia toda a gente perguntar ‘Que telemóvel é esse?’.
De facto é difícil passar indiferente ao Galaxy Note 8 e ao seu visual. Alguns dirão de imediato que é demasiado grande para eles, o que percebe-se perfeitamente, mas a maior parte deixa-se deslumbrar pela estética cristalina do smartphone.
Não só é bonito, como em certa medida tem um aspeto futurista. Esta é uma sensação boa para quem vai investir mais de mil euros num smartphone, pois um valor destes pede não só que as especificações sejam uma garantia de desempenho e qualidade para os próximos dois anos, como também pede que a componente de design acompanhe esta tendência.
Fruto do ecrã gigante, o smartphone apresenta-se com um aspeto minimalista: os únicos botões que existem são o de energia, o de volume e o botão dedicado ao assistente Bixby, estando todos integrados nas laterais do equipamento.
Para a nova versão do Note, a Samsung volta a optar por um ecrã Super AMOLED de altíssima resolução – 1.440×2.960 píxeis -, mas desta vez sentimos que a saturação das cores não é tão exagerada como noutros equipamentos Galaxy, o que acabou por ser um ponto positivo. Ainda que as cores vibrantes sejam o cartão de visita dos Galaxy, em muitas situações são vibrantes demais o que causa uma quebra em termos de aproximação às cores reais, aquilo que a maior parte dos consumidores acaba por procurar num smartphone.
Onde sentimos verdadeiramente a pujança e a vantagem de ter um ecrã como o do Samsung Galaxy Note 8 é na visualização de vídeos – que experiência! Quando adaptamos o vídeo ao formato do ecrã, é como se o smartphone desaparecesse das nossas mãos e ficássemos com um vídeo flutuante mesmo diante dos nossos olhos.
Mas lá está, para termos este efeito temos de abdicar de parte desse vídeo, pois a adaptação ao ecrã significa que o vídeo é esticado. Basta haver legendas integradas ou qualquer elemento visual importante numa das extremidades do ecrã que nota-se de imediato que aquele formato não é natural. Ainda assim, em mais de 85% das vezes vai conseguir desfrutar de um vídeo sem que este factor chame a sua atenção.
Se a experiência de vídeo é de outro campeonato, já a experiência de som não consegue acompanhar a qualidade visual. Estamos em 2017, a Samsung pede 1.020 euros por este equipamento e continua apenas a integrar uma coluna no dispositivo. Não que o som seja mau, mas simplesmente consideramos que não é suficiente neste nível de produto. Uma boa experiência multimédia não se faz apenas da parte visual e o Galaxy Note 8 teria muito a ganhar se tivesse duas colunas frontais. Para quando Samsung, para quando?
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É fácil olhar para o ecrã do Galaxy Note 8 e não nos lembrarmos que o grande elemento diferenciador é a caneta integrada e não o painel do smartphone. É a caneta que torna este smartphone único no mercado e um dos grandes ícones da telefonia moderna para quem procura aliar entretenimento e produtividade. É a caneta que coloca o Galaxy Note 8 a jogar num campeonato à parte e nesta nova versão o cenário mantém-se inalterado.
A S Pen está melhor do que nunca – mais precisa, mais fluída e mais… caneta. Está precisa ao ponto de ser possível replicar no ecrã do smartphone a caligrafia que por norma consegue atingir com uma caneta e um papel. Mais fluída ao ponto de quase não haver – ainda lá está um resquício – latência entre o movimento da nossa mão e a animação da tinta eletrónica. Mais caneta ao ponto de ter elementos comuns de uma caneta tradicional, como o botão clicável na parte superior.
Estes são aspetos que já tinham sido implementados no Galaxy Note 7, mas o escândalo das explosões nunca nos permitiu testar as novidades naquele smartphone, pelo que mesmo iguais e um ano depois, ainda são novidades, pois mais ninguém se chegou à frente com tais características. É uma das vantagens de ser a empresa que domina este território.
O Galaxy Note 8 pode ser, se o utilizador quiser, um verdadeiro bloco de notas de bolso. O utilizador tanto pode escrever diretamente no ecrã de bloqueio se precisar de apontar algo de forma rápida, como pode abrir uma nota e investir cinco minutos na criação de um desenho. Mesmo no quotidiano, sobretudo quando o telemóvel estava pousado numa mesa, a S Pen acabou por ser o meio escolhido para navegar na web e nas redes sociais. Está lá, dá jeito e bem explorada pode ser uma ferramenta valiosa.
Ao longo dos anos a Samsung foi aprimorando as funcionalidades que uma S Pen pode ter e na versão do Galaxy Note 8 a caneta faz mais do que nunca. Se antes já permitia recortar uma parte do ecrã para enviar como uma mensagem, agora permite selecionar uma área de um vídeo e transformá-la automaticamente num GIF que pode ser partilhado. Agora também há uma nova ferramenta chamada de Mensagem em Direto, que na prática são notas animadas e que traduzem num GIF a criação dos nossos desenhos ou da nossa escrita.
A caneta do Galaxy Note 8 não é um extra que vai chamar a atenção de todos os consumidores, só aqueles que vêm neste acessório uma mais-valia é que vão sentir-se atraídos pelo potencial deste smartphone. Pessoas que estejam ligadas às indústrias criativas, como arquitetos e designers, pessoas de áreas executivas e financeiras, pessoas ligadas à produção de conteúdos, como jornalistas ou bloguers, são alguns perfis de profissionais que se poderão sentir mais atraídos por um Note 8 do que por qualquer outro smartphone.
Por outro lado, a qualidade geral do equipamento faz com que o Galaxy Note 8 seja um smartphone para todos os utilizadores que são exigentes e gostam de ter o melhor do mercado – neste caso também cumpre com categoria e a caneta pode ser vista como um extra. A questão é que para estes utilizadores é possível comprar smartphones igualmente bons e não tão caros, como o próprio Galaxy S8 ou o Huawei Mate 10 Pro.
Fotografia de classe mundial
É um regalo captar fotografias, cuidadas ou simplesmente ocasionais, com o Samsung Galaxy Note 8. O duplo sensor fotográfico do smartphone faz maravilhas em qualquer ambiente, inclusive quando a luz natural não é abundante.
Pela primeira vez a Samsung aplica um duplo sensor fotográfico num dispositivo topo de gama, respondendo assim àquela que é uma das grandes tendências atuais na indústria dos smartphones. A parelha escolhida pela Samsung permite que o smartphone consiga alguns resultados interessantes.
Enquanto o sensor primário, de 12 megapíxeis, tem uma lente tradicional f/1,7, o segundo sensor de imagem, também de 12 megapíxeis, está equipado com uma lente de telefoto f/2.4, significando isto que é possível fazer fotografias com zoom ótico sem que haja perda de informação. Se preferir o zoom digital, pode fazê-lo até 10x, algo que impressiona, mas não espere conseguir fotografias de qualidade, apenas fotografias dignas de um mirone.
O duplo sensor fotográfico também permite recriar o efeito de desfoque em fotografias como retratos ou nas quais queremos destacar um elemento relativamente ao ‘pano de fundo’. Os resultados são bons e o efeito bokeh não parece tão artificial como aquele que vemos noutros smartphones, caso do Huawei P10. No caso do Galaxy Note 8 há também um modo de captação que permite ao utilizador ajustar manualmente o nível de desfoque que quer na imagem, o que ajuda a evitar que o nível de desfoque fique demasiado artificial.
Enquanto estas são funcionalidades mais focadas para quem gosta de explorar artisticamente a câmara dos seus equipamentos, é na captação das fotografias mais tradicionais que percebemos o potencial das câmaras do Samsung Galaxy Note 8. Disparos instantâneos, imagens com boas cores, contrastes bem conseguidos e fotografias com bastante luz mesmo em ambientes de iluminação artificial ou reduzida – terá direito a tudo do bom e do melhor.
Para isto contribui e muito o facto de ambos os sensores fotográficos terem estabilizador ótico de imagem, algo que é especialmente vantajoso em ambientes de baixa luminosidade, onde o mais pequeno dos movimentos pode significar uma fotografia cheia de ruído.
Para ver as fotografias na sua resolução original carregue nos seguintes links: 1; 2; 3; 4; 5; 6;
As imagens falam por si e não há muito mais a dizer a este nível: a Samsung continua a ser uma das empresas líderes na área da fotografia móvel e a cada smartphone que lança, os resultados têm melhorado. Mas para ter uma ideia relativamente a outros dispositivos, segundo o ranking da DxOMark, a publicação especialista em fotografia móvel, o Samsung Galaxy Note 8 é atualmente o quinto smartphone com melhor desempenho fotográfico, ficando atrás do Google Pixel 2, iPhone X, Huawei Mate 10 Pro e iPhone 8 Plus, por esta ordem.
Os lados negativos
A Samsung não conseguiu criar mais um topo de gama sem cometer alguns erros grosseiros. A empresa que já se gabou de ter evoluído graças ao feedback que recebeu dos utilizadores, desta vez fez orelhas moucas à questão do leitor de impressões digitais.
À semelhança do que acontece com o Galaxy S8, por causa do ecrã de grandes dimensões o leitor de impressões digitais foi colocado na parte traseira do smartphone, mas numa posição muito difícil de chegar – no caso do Galaxy Note 8 é mesmo muito, muito difícil, devido ao facto de ser um telemóvel mais alto.
Se é um leitor preciso? Não fazemos ideia. O posicionamento está tão fora da realidade que não chegámos a configurar o leitor de impressões digitais. Veja isto como uma crítica construtiva daquela que é a maior falha deste equipamento – está lá um sensor que simplesmente não é aproveitado. E não importa se tem as mãos grandes, nem isso vai ajudá-lo desta vez.
Em vez de optarmos pelo desbloqueio com impressão digital, escolhemos o desbloqueio através de reconhecimento facial. Se no Galaxy S8 não nos tínhamos dado muito bem com esta opção, neste caso podemos dizer que registámos melhorias significativas. Continua longe de ser um método perfeito, 100% fiável e rápido, mas é a melhor opção de desbloqueio biométrico que o smartphone proporciona.
Testámos inclusive o desbloqueio facial do Galaxy Note 8 lado a lado com um iPhone X, num ambiente mal iluminado e podemos dizer que o iPhone ganhou e com larga margem. Como é que sabemos que a Samsung ainda tem muito para evoluir nesta área? Na maior parte das vezes conseguíamos introduzir o PIN de desbloqueio antes que o smartphone fizesse o reconhecimento facial.
Ainda nos aspetos negativos temos também a destacar a autonomia do smartphone. É verdade que reservamos ao Galaxy Note 8 uma aventura difícil – foi a nossa companhia durante a cobertura do Web Summit -, mas quanto maior a dificuldade do teste, mais podia o smartphone provar o seu valor: algo que não aconteceu.
Com uma utilização mais intensiva do que é normal, mas não super-intensiva – nem sequer envolveu videojogos -, era necessário recorrer ao power bank todos os dias. Mesmo fora do Web Summit, nos dias mais sossegados, tivemos de colocar o Galaxy Note 8 a carregar depois do jantar para não ficarmos apeados no dia seguinte.
Por um lado percebemos que assim seja, pois mais poder de fogo, dois sensores fotográficos e um ecrã daquela magnitude são tudo elementos que ajudam a esgotar com facilidade a bateria. Por outro lado, o facto de ser um smartphone grande deveria compensar com uma bateria maior.
Será que a Samsung teve medo de arriscar, tal como arriscou no Galaxy Note 7, cuja autonomia ia ser uma das suas grandes características? Gato escaldado de água fria tem medo, portanto parece-nos que a marca preferiu, e bem, jogar pelo seguro. Também é preciso ter em conta que o facto de ter dentro de si uma caneta, reduz o espaço disponível para outros componentes – e não foi ‘corajosa’ como a Apple, mantendo a entrada de áudio de 3,5 milímetros. Por outro lado a duração da bateria não está de todo em linha com aquilo que se espera de um smartphone desta envergadura.
Para compensar o equipamento vem equipado com uma porta USB-C que suporta carregamentos rápidos e podemos atestar que são mesmo rápidos. Em apenas meia hora vai conseguir carregar entre 40 a 50% do smartphone, o que já será suficiente para prolongar a autonomia durante mais umas horas ou até chegar a casa, se for esse o caso.
Considerações finais
Chegados aqui, alguns leitores poderão estar a questionar-se sobre as especificações do telemóvel e sobre o seu desempenho. Em termos de especificações o que importa dizer é que além do armazenamento base de 64GB tem a opção de expansão por cartão microSD, que o smartphone suporta dois cartões SIM para o caso de estar à procura desta característica e que mesmo sem a caneta no lugar o smartphone é à prova de água.
Os restantes elementos – como o processador e a RAM – não são muito importantes para a equação final deste smartphone. O que importa é a prática e a prática diz-nos que o Galaxy Note 8 é um smartphone poderoso que aguenta com qualquer tarefa, com qualquer aplicação e com qualquer jogo. O desempenho é de tamanha qualidade que muito provavelmente será constante ao longo da vida útil do dispositivo.
Em termos de software a experiência é em tudo semelhante à do Samsung Galaxy S8 – com exceção dos extras incluídos por causa da S Pen -, o que é uma forma resumida de dizer que a Samsung está no bom caminho. Seria bom já ter o Android 8.0 no equipamento, mas neste campo do ecossistema Android não se espera muito. Apenas uma sugestão em termos de software: talvez o assistente digital Bixby pudesse ser opcional e não obrigatório, visto que nesta fase não constitui uma grande proposta de valor para o utilizador final.
Por fim a grande questão: este smartphone vale mil euros? A resposta é mista: tem características técnicas e únicas para dizermos que sim, como o ecrã, a caneta e a câmara fotográfica, mas tem erros de palmatória para dizermos que não, como o leitor de impressões digitais, a falta de duas colunas frontais e a autonomia abaixo do esperado.
Independentemente destes prós e contras, é de longe o melhor smartphone que já experimentámos, o mais versátil e aquele que tem a melhor câmara fotográfica. Reforçamos aqui a ideia de ‘o melhor que já experimentámos’, pois a concorrência é feroz e de qualidade, e no FUTURE BEHIND não testámos ainda equipamentos como o Pixel XL 2 ou o iPhone X.
Mesmo que outros smartphones se venham a revelar melhores, dificilmente algum irá tentar aproximar-se deste nicho tão próprio que a Samsung criou.