Nunca em 1987, quando Predator chegou ao cinema com Arnold Schwarzenegger no papel de Dutch, poderíamos imaginar que passados 33 anos estaríamos a controlar a criatura que tanto trabalho deu ao antigo governador do Estado da Califórnia. Mas a verdade é que graças à Illfonic, estamos em 2020 e podemos controlar tanto a criatura extraterrestre como a equipa que, acima de tudo, tem como objetivo acabar com Predator neste Predator: Hunting Grounds.
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A Illfonic já nos trouxe jogos como Friday the 13th: The Game ou mesmo Dead Alliance, ambos têm oinstinto de sobrevivência bem presente. Com Predator: Hunting Grounds a vertente de FPS está presente ao mesmo tempo que temos o outro lado da moeda, quando jogamos como Predator, onde a vista em primeira pessoa é substituída pela terceira pessoa e até o modo de jogo tem que mudar. Será que Predator: Hunting Grounds tem o que é preciso para cativar os jogadores?
Inteligência Artificial ou a falta dela…
Predator: Hunting Grounds apresenta-se com um menu inicial bastante simples, onde podemos encontrar as diferentes formas de começar a jogar, o tutorial, as opções e ainda costumização (onde é possível criar os diferentes loadouts) e o local onde conseguimos abrir os field lockers.
O título da Illfonic permite criar parties até 5 jogadores onde um deles será transportado para a pele de Predator e os outros 4 jogarão como a Fireteam responsável por fazer algumas missões em bases inimigas e, claro está, ver-se livre do mau da fita – Predator. Vamos então falar de cada uma das partes:
Predator – Objetivo – Fazer com que a Fireteam não chegue ao helicóptero de resgate.
Como devem imaginar, aqui são levados para a pele da criatura – Predator – que está em jogo com um único objetivo – Matar tudo o que mexe. Ao jogarem como Predator não vão ter acesso a armas de fogo (leia-se armas de fogo conhecidas pela humanidade), por assim dizer, mas vão conseguir criar fogo. Muito fogo.
Para além de conseguirem ficar minimamente invisíveis (continua a ser possível ver Predator quando este se desloca de um ponto para o outro), têm ainda acesso a tecnologia de outro mundo para, com um acessório que têm no braço, conseguir disparar poderosos raios laser para assim aniquilar tudo o que mexe lá em baixo. Dizemos “tudo o que mexe” porque para além de terem que se preocupar com os 4 elementos da fireteam têm ainda que se preocupar com as tropas inimigas que vagueiam pelo mapa de jogo a proteger as suas próprias bases.
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Como Predator, maior parte do vosso tempo de jogo vai ser passado no cimo de árvores, a saltar de ramo em ramo, enquanto procuram pela fireteam que tanto desejo têm em encontrar, simplesmente para praticar a vossa técnica do arrancar de cabeça Humana. Em relação aos saltos, de ramo em ramo, ao início tivemos um pouco de medo, porque rapidamente iríamos cair e ser apanhados pela equipa que nos tenta matar, mas não… os ramos para onde podemos saltar aparecem a vermelho e só temos que andar em frente e o salto acontece sozinho, algo que poderia ser usado para complicar um pouco mais a mecânica de um jogo que por vezes parece fácil, não o foi.
Dito isto, a maior dificuldade como Predator é encontrar a Fireteam no mapa dado que a única coisa que temos para nos ajudar, para além dos nossos olhos, são os nossos ouvidos e os sons que as armas e os paços acabam por fazer. Algo que este Predator: Hunting Grounds tem de muito bom é o ambiente sonoro, está claramente acima da média, algo que faz todo o sentido já que é a única forma que temos de saber para onde ir no mapa.
Fireteam – Objetivo: Fazer a missão para a qual foram destacados e chegar ao helicóptero de resgate, ou então matar o Predator…
Aqui vão ser transportados, com outras três pessoas, para uma equipa (de humanos, é importante esclarecer) que tem como missão entrar em bases inimigas e cumprir o objetivo para o qual foram destacados. Este objetivo pode ser apanhar algo no mapa, destruir algo ou até recuperar um objeto que está dentro de um cofre. Durante o vosso tempo de missão (15 minutos é a duração de cada partida) têm que se preocupar com duas coisas: Soldados inimigos e o Predator.
Ok vamos ser sinceros, na verdade, só tem que se preocupar com uma coisa – o Predator. Os raios disparados e a força brutal que tem fazem com que seja este o inimigo que têm que evitar, ter cuidado quando disparar e andar sempre devagar para evitar fazer barulho, só assim conseguem passar despercebidos a uma criatura que até invisível pode ser.
Em relação aos soldados inimigos, embora sejam em número considerável, nunca vão ter que se preocuprar muito. A Inteligência artificial do jogo é tão, mas tão fraca, que faz com que os soldados só disparem se tiverem de frente para eles, ou seja, em maior parte dos casos um inimigo vai dar uma volta para ficar de frente para a vossa personagem e então disparar, durante este tempo disparamos nós e puff… adeus soldado inimigo. Mas há mais, caso passem a correr atrás de um soldado inimigo nada acontece, nem dão por vocês, caso não sejam vistos também não vão ser escutados.
Ao entrarem em bases inimigas, existem algumas espalhadas pelo mapa, vão ter alguns itens para colecionar, munições para apanhar e até kits de primeiros socorros que podem ser a diferença entre a vida e a morte (geralmente começam com dois destes, caso não tenham nenhum a vossa única sorte é serem ajudados por um companheiro de equipa). Apanhem tudo o que conseguirem, ao apanhar estes objetos ganham pontos XP que vão servir para subir de nível e desbloquear novos loadouts e ainda para ganhar field lockers – é aqui que ganham nova armas, novas skins e ainda novos itens de costumização para ambos os lados: Fireteam e Predator.
Gameplay, não crossplay
A jogabilidade deste Predator: Hunting Grounds é, sem tirar nem por, aquilo que esperamos ver num shooter. Como fireteam tem algumas mecânicas interessantes, como permitir desligar os alarmes do acampamento inimigo para não chamar à atenção, que ajudam a que o novo título da Illfonic acabe por ser algo agradável de ser jogado. Ao jogar como Predator o tipo de gameplay muda completamente, toda a vertente estratégica acaba e o jogo é transformado numa corrida conta o tempo para encontrar a fireteam e impedir que a mesma vá, sã e salva, para casa.
Um jogo que durante o gameplay só sofre pela qualidade gráfica parecer do fim de geração PlayStation 3, ao invés de fim de geração PlayStation 4, acaba por levar a machadada final com o anunciado crossplay entre jogadores PlayStation 4 e Windows PC. Sim, com gráficos datados ou botões de ação que demoram a aparecer podemos viver, desde que o título seja divertido de se jogar, mas quando um estúdio apresenta algo como crossplay como estando disponível no seu jogo, qualquer jogador (incluindo nós) vê tal acontecimento como uma oportunidade de jogar com colegas e amigos que jogam noutra plataforma sem ter que comprar duas cópias do jogo… Acontece que o crossplay Predator: Hunting Grounds funciona durante os quick matches, mas ao criar uma party ou um jogo privado em lado nenhum vimos a opção de convidar amigos do PC através da PlayStation ou vice versa.
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Segundo a Illfonic apenas temos que criar uma conta Epic, associar a mesma à conta PSN e já está… mas não está. Nem na Epic conseguimos enviar convites para a PS4, nem na PS4 conseguimos enviar convites para a Epic. Algo que deve ser relativamente simples de solucionar, já que funciona tão bem em jogos como Call of Duty: Warzone, acaba por ser o tiro que deixa de restos o novo título da Illfonic… ninguém gosta de promessas falhadas.
Considerações Finais
Caso a Illfonic consiga resolver os problemas com o prometido crossplay, e quem sabe dar uns toques ao grafismo do jogo e à inteligência artificial dos NPCs, acreditamos que Predator: Hunting Grounds é um jogo que pode cativar muita gente. Pela facilidade de jogar, pelas partidas rápidas (15 minutos) e pelo facto de ser um título para ser jogado exclusivamente online, algo que tem estado na moda.
Predator: Hunting Grounds já se encontra disponível para PlayStation 4 e Windows PC.
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N.R.: A análise a Predator: Hunting Grounds foi realizada numa PlayStation 4 Pro e em Windows PC (como forma a testar o crossplay) com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente cedida pela PlayStation Portugal.