Análise Playstation 5

Após fazer-nos esperar o que parece uma eternidade, a Sony finalmente lançou a quinta geração da sua marca Playstation, quem tem sido junto dos jogadores uma peça chave na sua vida de gaming, marcando as suas vidas com os seus excelentes exclusivos e uma mensagem “For the Players”. Com a PlayStation 5, o mote é “It’s time to play” e nunca esse slogan representou a realidade como agora.

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Com acesso antecipado à mais recente aposta da Sony no panorama dos videojogos, temos agora a oportunidade de vos contar tudo o que achamos da consola de nova geração, a Playstation 5.

Escolha do freguês ou nem por isso?

Existem dois modelos diferentes da Playstation 5 disponíveis no lançamento, iguais em tudo exceto na possibilidade de escolha que podem ter ao adquirir o vosso conteúdo. Uma das versões é totalmente digital sem drive para jogos ou filmes em formato físico. A outra, mais cara no preço final, vem equipada com uma drive ótica para discos Blu-Ray Ultra HD. Ambas são iguais em tudo o resto e têm um SSD proprietário da Sony com uma capacidade bruta de 825 GB de espaço. Esquisito, não é? Principalmente quando olhamos para as capacidades ditas “normais” hoje em dia, geralmente as capacidades são de 500 GB, 1TB ou 2TB.

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Este disco de 825GB, após considerarmos o espaço que o sistema operativo ocupa, fica com “apenas” aproximadamente 667 GB. Ainda dá para instalar bastantes jogos, pelo menos agora de lançamento, mas quando começarem a sair títulos exclusivos da nova geração, e não cross gen ou remasters, aí é que vamos perceber melhor como gerir todo esse espaço. Importa apenas que no modelo digital, somos obrigados a comprar os jogos na Playstation Store e descarregá-los para nossa biblioteca e ir gerindo a partir daí.

Estética e design

Vamos tirar já esta pedra do caminho, a Playstation 5 é gigante. Enorme, mas segundo os seus engenheiros, tudo pela arquitetura interior com objetivo de ser mais silenciosa e não sobreaquecer. A versão digital é mais simétrica e menos pesada, cerca de 4 kg enquanto a versão mais cara tem 4,5 kg.

A sua estética é discutível, cada um com a sua opinião, mas a Sony arriscou e os seus designers devem ter uma veia futurista, já que a consola é completamente diferente de tudo que vimos até hoje. Com pormenores que apelam à história da marca, levando-a para outro patamar. Só pela cor e estética do comando, vê-se que não queriam que fosse apenas mais um aparelho eletrónico, mas que também fosse um assunto de conversa na vossa sala ou setup. Isto, para o bem ou para o mal… dependendo do vosso gosto.

Mas, como referimos, é tudo por uma razão. A consola é extremamente silenciosa e com os testes que temos feito, também não tem aquecido muito, parece-nos que foi aqui resolvido um dos problemas da geração passada, mas também ainda estamos no início . Quando vierem os grandes jogos, com maior necessidade de recursos, aí é que vamos ver como a consola se comporta.

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Na parte frontal tem apenas duas entradas, isto sem contar com drive Blu-Ray, uma entrada USB 3.1 tipo A e uma tipo C. Esta última é especialmente importante para o futuro porque bastantes acessórios já possuem esta ligação. Na parte detrás da consola existem mais duas entradas USB tipo A, porta de cabo ethernet, e saída de HDMI 2.1.

A Playstation 5 traz na embalagem com um suporte que permite por a consola ao alto, mas se a considerarem deitar, talvez a opção mais usual, também é necessário o suporte para ficar mais equilibrada. É muito fácil encaixar o suporte na consola. Se a preferirem horizontal, é só encaixar, mas se preferirem ao alto, é necessário aparafusar a base à consola também sem grandes problemas. Aqui preferimos ter esta enorme torre ao alto, mas a verdade é que em alguns setup ou móveis de entretenimento, a PlayStation 5 ocupa muito espaço e não deverá caber em muito lado… e espaço é fundamental se querem que a consola mantenha o seu estado de funcionamento durante uns bons anos.

Interface simples e intuitiva

Certamente que o que vamos fazer mais na consola é jogar, mas hoje em dia precisamos de uma interface intuitiva para navegar entre as várias aplicações, jogos e serviços que podemos usufruir na PlayStation 5. Aqui não há muito para nos complicar a vida pela simplicidade que a consola se apresenta ao utilizador. Há coisas a melhorar de facto, mas sentimos que a base é a da interface da PS4, mas melhorada ao máximo para tomar partido das capacidades do SSD da consola e dar a melhor experiência possível ao jogador. Há pequenas coisas que ainda demoram passos demais a fazer, mas cada jogador tem as suas prioridades no que concerne À utilização das aplicações e definições.

O ecrã principal [Home] mostra-nos a seleção dos jogos recentemente jogados e ao passar de um para o outro, fica também uma imagem temática do jogo em alta resolução e música a condizer. Em vez de temas que serviam de fundo a toda a interface como temos na PS4, aqui tudo parece mais dinâmico à medida que vamos passado de aplicação em aplicação. E tudo sem um abrandamento sequer.

A complementar temos a Playstation Store que já não é uma aplicação à parte, que temos de abrir e esperar que carregue o conteúdo, passando agora a ser uma parte integrante da consola. É só escolher o ícone, pressionar para baixo e começamos a consultar a biblioteca de jogos que temos disponíveis. Tudo com uma rapidez que nunca pensámos que pudesse acontecer, já que a nossa experiência com a consola anterior era um martírio para podermos fazer algo pelo tempo que demorava a navegar.

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Existe um novo elemento que está disponível na forma de navegar na interface. Ao pressionar o botão PS aparece um pequeno menu que nos permite trocar de jogos, ver notificações, controlar os downloads, controlar o som e volume e desligar o sistema. Gostaríamos de ter mais opções de personalização do menu Home e pastas para arrumar os nossos jogos por categoria ou como assim entendêssemos. Achamos que é no mínimo estranho não ter esta opção que havia na PS4 e foi implementada porque os jogadores pediram bastante.

Fora estas pequenas críticas, a interface é rapidíssima, fluida, minimalista e tem bastante estilo no contexto geral imaginado para a consola. Rápida é também a velocidade de download dos jogos e aplicações que mesmo com uma ligação de 100 megas conseguimos descarregar 110 GB em menos de duas horas.

Baralho de cartas

Mas o botão PS também traz uma novidade, talvez a que os jogadores terão mais interesse porque envolve os videojogos, que são os cartões de atividades. Mostra notícias de títulos que jogamos ou seguimos bem como vídeos que criámos recentemente (irão aparecer bastantes já que a PS5 faz um pequeno vídeo cada vez que ganhamos um troféu) e quando estamos já com um jogo a correr, diz-nos quanto tempo aproximadamente podemos demorar até cumprir um objetivo ou missão, se for caso disso, a experiência que ganhamos nesse objetivo (em Spider-Man: Miles Morales é um bom exemplo).

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Existe também dentro desse cartão de atividade, um modo de ajuda, que apresenta vídeos de dicas de como passar certas partes do jogo, bosses ou dando o exemplo de Astro’s Playroom, ajuda para colecionar os artefactos e peças de puzzle espalhados pelo mundo. É uma maneira interessante de ajudar o jogador, só consulta quem quer. Para usar esta opção temos que ter, obrigatoriamente, uma subscrição de Playstation Plus ativa. Estes vídeos podem  sobrepostos ao jogo ou arrumados como nos convier.

Estes cartões permitem também resumir o nosso progresso de onde estávamos no jogo sem ir ao menu inicial. A PlayStation 5 cria, automaticamente, vários cartões destes em alguns jogos em que nos podemos transportar diretamente para um nível á escolha. É uma das melhores características nesta nova consola e tudo é possível devido às caracteristicas do SSD. 

SSD e a sua rapidez

Este SSD é mesmo muito rápido, iniciar jogos como o Astro’s Playroom ou Spider-Man: Miles Morales em segundos, tanto quando se carrega do menu inicial como de um dos cartões que falámos há pouco. A maneira que trocamos de jogo de trás para a frente e podemos iniciar em qualquer nível é algo fantástico, algo que não sabíamos que precisávamos. São estas pequenas coisas que definem a próxima geração de consolas, a conveniência para o jogador. Dando o exemplo de outro jogo, que tem uma arquitetura um pouco diferente na sua génese, Demon’s Soulsneste título esta característica resulta também muito bem, o jogo tem uma componente online e ficámos abismados com a velocidade de carregamento ao entrar no jogo, mas também dentro do mesmo. Quem conhece sabe que tinha na PS3 uns tempos de carregamento demorados. Na PlayStation 5 são segundos… nem dá para consultar o telemóvel.

Se os 667 GB disponíveis não forem suficientes para vocês, de momento podem adicionar um disco externo de apoio, mas de momento só conseguem lá guardar jogos de PS4, uma decisão um pouco duvidosa no mínimo. Sabemos que só se consegue correr jogos PS5 no SSD proprietário, mas ao menos poderia ser possível guarda-los no armazenamento externo. Isto poderá causar um pequeno problema para quem quer criar rapidamente uma grande biblioteca de jogos PlayStation 5, já que estes novos títulos podem alcançar as centenas de gigabytes.

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No futuro será possível adicionar um armazenamento interno SSD M.2, mas a Sony ainda não disponibilizou a lista de compatibilidades com a sua consola, já que este disco já não será necessário ser proprietário, mas terá de ter caraterísticas comparáveis ao de origem. Por agora, tal como referido, não tivemos qualquer tipo de problema com espaço durante o processo de análise, até porque, mesmo com um disco que pode ser visto como pequeno é preciso ter em conta que as velocidades de download (dependendo da vossa internet, claro) e as velocidades de instalação apresentam-se muito mais rápidas.

Dual Sense, o futuro?

Mas tudo o que falamos até agora não faz sentido se não tivermos um bom comando nas mãos para que possamos usufruir de tudo que a PS5 nos dá. Podem ficar descansados que o Dual Sense é a ferramenta perfeita para as nossas sessões de jogos. Para além de ser muito ergonómico, mais pesado e com muita qualidade nos acabamentos, a Sony quis que o comando fosse um complemento da imersão do que estamos a ver no ecrã. O seu feedback háptico, os gatilhos com tensão (chamados adaptive triggers) e a sua pequena coluna de som, trabalham todos em conjunto para nos dar a melhor experiência possível. E acreditem que impressiona bastante.

Nos testes que fizemos, o Dual Sense brilha especialmente com Astro’s Playroom, o jogo grátis que vem pré-instalado em todas as consolas e serve como a aplicação perfeita para demonstrar o que o comando pode fazer. Neste jogo, conseguimos sentir e ouvir os grãos de areia debaixo dos pés, sentir o vento e até a sensação de patinar no gelo para dar alguns exemplos. Todas estas experiências têm de ser sentidas para acreditar.

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Os gatilhos L2 e R2 (adaptive triggers) são especialmente impressionantes porque sentimos a tensão dependendo do que está a acontecer no ecrã. Por exemplo, os gatilhos dão-nos resistência quando estamos a controlar Astro dentro de um fato que tem uma mola como pés. Temos de pressionar o R2 para encolher a mola e soltar para sairmos disparamos de um lado para o outro. Se pressionarmos pouco, o personagem salta menos, mas ao pressionar o gatilho até abaixo, sentimos uma força oposta que nos obriga a fazer mais força. Isto aliado ao sensor de movimentos do comando e que na coluna sai o som da mola, aquele instante é imensamente imersivo. E nem vão acreditar… quando chove no jogo sentimos cada gota a “cair” no comando.

Sackboy: A Big Adventure também usa muito bem as qualidades do comando da Sony. Sentimos alguma resistência ao andar pela alta vegetação, o feedback a trabalhar durante cinemáticas e os nossos passos em diferentes texturas, em Marvel’s Spider-Man, sentimos tensão ao balançar de teia em teia e quando usamos poderes especiais. E a coluna embutida dá sempre um pequeno feedback áudio, que completa toda a experiência. É muito difícil expressar o que o Dual Sense nos faz sentir na primeira vez que o temos na mão.

Mas este comando maravilha também nos traz algo mais, que para o jogador casual pode ser muito importante. Traz um microfone que nos permite comunicação por voz sem precisar de um headset. Tem um botão que nos permitir com um toque desligar o microfone e com dois desligar o som do comando. Até se poder comprar um bom equipamento de som, este método serve perfeitamente para estarem de conversa com os vossos amigos. O Dual Sense demonstra um potencial incrível, de uma enorme qualidade, mas só pode ser mais que isso se os produtores de jogos conseguirem, e quiserem, tomar partido do que vem no pacote.

Retrocompatibilidade

A Playstation 5 funciona com quase todos os jogos PS4 que é um passo enorme relativamente à geração passada onde a retrocompatibiliade era algo inexistente. Testámos alguns jogos como God of War, The Last of Us Part II, Wipeout Collection, The Last Guardian, entre outros e podemos afirmar que todos entraram mais rápido e correram melhor que na sua versão PS4. Os jogos compatíveis usufruem de melhoramentos como o aumento de resolução e frame rate e sentir esta melhora, principalmente para quem vem de uma PS4 base, é algo de fantástico. Ghost of Tsushima, por exemplo, parece um jogo totalmente diferente. Quem tiver subscrição de PS Plus ativa, usufrui no lançamento de vinte dos melhores títulos da passada geração e isso não é nada mau.

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A Playstation 5 também é compatível com a maioria dos acessórios oficiais, testámos o Dual Shock 4 e os auscultadores oficiais Gold sem nenhum problema, basicamente plug and play e estávamos prontos a jogar. Uma boa alternativa para quem ainda quer jogar alguns títulos PS4 em modo cooperativo e só tenha um Dual Sense, jogando o segundo jogador com um DualShock 4.

Nem tudo são rosas…

No tempo que tivemos para testar a Playstation 5, nem tudo correu bem. Sabemos que é uma consola nova e que o software também continua a sofrer atualizações, no entanto tivemos alguns problemas com alguns testes. Quando trocamos entre vários títulos, chega a uma altura que os jogos simplesmente deixam de entrar, fazendo parecer que não estamos a dar tempo da consola ir fechando aplicações por trás. Sabemos também que é normal estas coisas acontecerem e que será sanado brevemente, mas é um problema para quem tem uma biblioteca grande de jogos e quer testar tudo nos primeiros dias de lançamento.

Considerações finais

A Playstation 5 é o salto que esperavam para a próxima geração. Oferece desempenho 4K, tempos de carregamento super rápidos e um comando que altera a nossa maneira de jogar, fazendo com que nos consigamos sentir verdadeiramente imersos num videojogo. Também a rapidez e simplicidade da interface de utilizador é apelativa e podemos chegar a todo o lado sem muitas complicações. Silenciosa, não incomoda nada quando estamos a jogar e por agora não debita muito calor. O que vos pode afastar de momento é a estética da consola, mas será que isso é fator determinante? Não para nós.

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Só temos uma palavra para descrever a Playstation 5 e esta entrada na nova geração – Conveniência. Tudo foi pensado para que o jogador entre mais rápido no jogo, consulte mais rápido, e com poucos passos, os seus troféus. E claro, pensado para que cada jogador defina a melhor maneira de usufruir do seu conteúdo. É de facto “Time to Play”, cada segundo conta e é cada vez mais fácil fazer uma daquelas sessões de jogo de 10/15 minutos já que não temos que passar metade do tempo em loading screens.

  • Interface do utilizador rápida, fluida e minimalista
  • Cartões dos menus permitem escolha na maneira que jogamos e na forma como interagimos com os jogos
  • Dual Sense é o passo em frente em acessórios de jogos
  • Silenciosa e sem sobreaquecimento
  • SSD proprietário é extremamente rápido, mas pode ser pequeno.

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N.R.: A análise à consola PlayStation 5 foi realizada com acesso a uma únidade gentilmente disponibilizada pela PlayStation Portugal

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