Pixboy

Análise Pixboy

A revolução gráfica no mundo dos videojogos sempre foi sinónimo de crescimento da própria indústria. Geração após geração que se degladia para reinar como a consola mais poderosa, com os jogos mais exigentes e com os visuais mais imponentes. Com mais um degrau evolutivo a surgir já por volta deste Natal, é extremamente importante recordar onde tudo isto começou. Duvido que os primeiros programadores de jogos tenham alguma vez sonhado que este mercado seria algo tão relevante na sociedade, nas suas primeiras experiências de alguma simplicidade e originalidade a rodos.

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Pixboy, criado pela Forever Entertainment, dá esse necessário passo atrás para avaliar o que foi feito nos primórdios dos teclados duros, das cassetes de fitas que demoravam uma eternidade a ler e das primeiras consolas portáteis alimentadas a USB – Pilhas.

Fará Pixboy jus a uma era que parece querer homenagear, ou cairá rapidamente no esquecimento pixelizado, no meio de tanta oferta esteticamente mais atraente?

Saquem das Peta-Zetas, vistam as calças ao contrário e venham connosco neste regresso ao passado (sem Delorean)!

Duas cores, dois botões

Bem-vindo ao mundo de Pixboy, um cientista armado em brincalhão que decidiu fazer algumas experiências com os seus cães, criando algumas modificações genéticas que são necessárias anular em cada um dos quatro mundos que nos são apresentados (atual, não acham?).

Este é um puro jogo de plataformas, com uns ligeiros toques de metroidvania surgido de mentes que tiveram certamente como inspiração os antigos jogos surgidos na consola portátil GameBoy.

Os visuais serão imediatamente reconhecidos por almas velhas que têm esta consola como referência: as duas cores contrastantes (podemos adquirir outras combinações de cores com as moedas que adquirirmos durante os níveis), tudo pixelizado, música oito bits… Está lá tudo.

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Utilizamos apenas dois botões: um que nos vai permitir saltar e outro disparar algumas setas sobre os inimigos. Precisamos de adquirir chaves para podermos avançar nos curtos níveis, abrindo portas que nos fazem progredir ou nos dão acesso a alguns segredos, como vidas, mais moedas ou até gelados, que servem como alvo secreto em Pixboy, desafiando os mais curiosos a encontrá-los todos.

Se à milésima vez não consegues…

A simplicidade termina aqui. Pixboy tem níveis pequenos, que geralmente não ultrapassam um minuto de duração. Mas não se deixem enganar; este jogo é meticuloso e exige perfeição, seja nos saltos, seja nos disparos das poucas setas que possuímos. O jogo não vos vai perdoar um pequeno erro. O encontro com múltiplos inimigos de tamanho reduzido, com serras a velocidades alucinantes e com saltos continuados sobre centenas de mortíferos picos são uma constante.

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Ainda bem que existem alguns checkpoints ao longo dos níveis, mas por vezes nem eles são suficientes perante a dificuldade e a perfeição que é exigida em alguns níveis. O regozijo e a nostalgia podem rapidamente azedar e transformar-se em frustração e ódio. Ainda para mais, principalmente nas zonas de bosses, onde temos que fugir dos nossos cães geneticamente alterados, os tempos de salto são extremamente reduzidos e deparamo-nos com algumas falhas na sensibilidade do botão de salto. Saltos seguidos, que são necessários para progredir rapidamente no nível, podem não ser reconhecidos, e a partir daí a conclusão do nível é impossível… Atenção ao boss do terceiro nível…

O apelo ao mais antigo

Pixboy tem um ótimo valor nostálgico. Apesar de ser bastante curto, entrega uma ótima experiência e que pode servir de incentivo a alguém que queria voltar a outros tempos de cartuchos empoeirados. Com visuais retro, pode não apelar a um público mais jovem ou a quem prefira algo que seja realmente desafiante. É certamente um dos bons valores numa E-Shop carregada de títulos independentes que merecem ser descobertos, apesar das suas falhas que podem torná-lo um assassino de Nintendo Switches, pois promove a frustração.

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Considerações finais (em rimas como homenagem aos Santos Populares)

Olha p’ra ele, fresquinho

De seu nome PixBoy,

Começa bem devagarinho

Mas lá pró fim até dói!

 

Com dois botões apenas

Se mata do passado a saudade,

Mas não se deixem enganar

Pede bastante agilidade!

 

Se pretendem algo curto

E que aperte os corações,

Joguem definitivamente o Pixboy

Só não se passem com os botões!

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Um jogo de plataformas que pede paciência, mas que acaba por se tornar bastante divertido, apelando às crianças dos anos 80 e millenials por igual, caso se pretende um desafio.

+ Nostalgia da boa

+ Repetibilidade para os perfecionistas

+ Rapidez para curtas sessões

– Sensibilidade fraca nos comandos

– Algumas cores ferem os olhos!

– Pode tornar-se frustrante

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N.R.: A análise a PixBoy foi realizada numa Nintendo Switch com uma cópia do jogo, gentilmente cedida pela Forever Entertainment.