Análise One Punch Man: A Hero Nobody Knows

Num mundo onde é valorizado o esforço pessoal, o empenho e a dedicação a uma causa, onde os inimigos são modificados geneticamente para praticar o mal, onde estes seres malvados mostram um desprezo incomensurável pela vida humana e que alguém precisa de os travar, imaginem que vos aparece alguém que dinamita todas essas crenças munido apenas… de um soco apenas. Apresentamos Saitama, herói nas horas vagas, gamer por interesse, péssimo mestre por desleixo.

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Esta é a premissa da animação japonesa que origina One Punch Man: A Hero Nobody Knows, que, tal como o próprio Saitama, sofre de um problema de identidade, querendo por vezes agradar a todos, tocando em vários espetros de estilos de jogo e por outras fechando-se nele mesmo num misto de frustração de missões repetitivas e pobre apresentação. Prontos para o treino? Podemos começar pelos cem abdominais…

Há um novo herói na cidade

Para podermos um dia almejar chegar aos calcanhares de Saitama, temos que primeiro que tudo criar a nossa personagem. As opções para customizar o nosso futuro herói são bastante limitadas, mas à medida que vamos evoluindo e avançando no jogo, podemos adquirir em lojas vários elementos que vão poder distinguir a nossa personagem de todas as outras.

Depois da personagem criada, somos informados de que somos agora um herói de classe C: alguém que tem que trabalhar muito para conseguir progredir neste mundo infestado de outros heróis, muitos deles tão ridículos e fracos como nós.

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Ao darmos uma volta pela cidade, somos várias vezes interpelados pelos heróis que tanto veneramos e conhecemos do anime, encadeando-se uma série de missões onde servimos de ajudantes, na esperança que um dia cheguemos àqueles patamares, criando até laços sociais com os mesmos que nos valem belos itens. É bom vermos que somos tratados por aqueles que são superiores a nós com alguma desconfiança, mas com vontade de estabelecer parcerias. No fim de contas, somos todos heróis!

RPG? Jogo de Luta? Ambos? Nenhum deles?

É aqui que temos o melhor de One Punch Man: A Hero Nobody Knows, variedade. Bem se sabe que quando um jogo tenta fazer mais do que deve, acaba por se espalhar ao comprido, não chegando a lado nenhum, e acabando por escandalizar os puristas de cada género.

Comecemos então pelo lado RPG: inicialmente conseguimos apenas explorar a parte central da cidade, desbloqueando outras partes cumprindo um número de missões específicas, nas quais podem estar envolvidas lutas renhidas com inimigos com cara de cavalo ou então recuperarmos o passe de comboio de um transeunte. As missões são variadas, com diálogos divertidos e diretos, num humor bastante característico da animação em que se baseia.

Ao cumprirmos essas missões, são-nos atribuídos várias recompensas, como dinheiro, que podemos investir no look da nossa personagem ou até comprando mobília para o nosso pequeno apartamento. Mas a evolução da nossa personagem faz-se através das outras recompensas. Existem os normais pontos de EXP, os quais podemos investir no crescimento dos várias estatísticas do nosso herói, como o HP, ataque e força dos Ataques Finais. Temos acesso ainda a pontos de ranking, em que vamos de forma lenta subindo na classificação de herói, escalando as diferentes classes, na esperança de um dia nos tornarmos um herói de classe S.

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No que diz respeito ao aspeto de jogo de lutas, não é nem se pensa ter a profundidade de outros jogos puristas do género. Mas não deixa de ser extremamente divertido tirar o máximo das mecâncias simplistas que o jogo proporciona, através de ataques rápidos e lentos, fracos e poderosos, bem como a utilização dos Special Moves. A combinação de golpes com um Special Move que destrói por completo a barra de vida de um inimigo satisfaz um jogador casual de jogos de lutas como eu.

Outro aspeto extremamente motivador nas lutas em One Punch Man: A Hero Nobody Knows é o chamado Arrival System, que se baseia numa mecância aparentemente contraditória: os heróis ajudam-se uns aos outros nas batalhas; mas há um contador temporal sempre presente que nos informa de quanto tempo demorará a chegada desse auxílio. O interessante é que se a nossa performance na batalha for boa, esse tempo será reduzido substancialmente, podendo contar com ajuda de heróis bem poderosos mais depressa do que esperávamos. E se nos calhar Saitama para nos ajudar, preparem-se para o fim do combate, pois um murro é aquilo que basta… A premissa resulta e melhora a experiência de luta, que se poderia tornar rapidamente em algo desgastante e pouco divertido.

No fim de contas, o tocar no mundo dos RPG’s e de lutas em simultâneo pode ser considerado simplista para os puristas de ambos os estilos, mas acaba por resultar para quem goste destas misturas, pois é diversificado, desafiante e bastante divertido.

Herói contra herói!

Apesar de One Punch Man: A Hero Nobody Knows se concentrar na sua história offline, há bastante diversão online. Podemos usar a maioria das personagens com quem contactamos, dando-nos acesso a todos os heróis da saga, podendo explorá-los na sua plenitude.

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A experiência online tem melhorado ao longo dos dias, bem como no número de adversários e na sustentabilidade de desafios sem paragens ou lag. O Multiplayer tem uma série de modos divertidos que só vão melhorar com a passagem do tempo, tendo em conta que o lançamento do jogo aconteceu ainda há poucos dias.

Considerações finais

One Punch Man: A Hero Nobody Knows não vem revolucionar nenhum estilo de jogo, nem é certamente uma obra-prima. Mas não é a isso que se pretende. Combates divertidos e estimulantes, um sistema de evolução desafiante, humor característico e um modo multiplayer em crescendo, esta é uma justa homenagem a uma animação já dela brilhante.

N.R.: A análise a One Punch Man: A Hero Nobody Knows foi realizada numa PlayStation 4 com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente cedida pela EcoPlay

One Punch Man: A Hero Nobody Knows - Uma divertida experiencia num dos mais interessantes mundos saídos da animação japonesa
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Retrato fiel do anime
Combate simples, mas divertido
Customização
Problemas com os framerates
Missões repetitivas
Dobragem inglesa
3.5
Paulo Tavares: Professor de ocupação, jogador por diversão. Guarda religiosamente as cassetes do seu Spectrum 128k. Leva demasiado a sério a discussão de melhor Final Fantasy. 7, fim de conversa.
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