Análise Neon Abyss

A grande quantidade de lançamentos de jogos do estilo roguelike que saiu nos últimos tempos já não esconde o quão o género é uma tendência e o quanto mercado já começa a ficar saturado deste formato de jogo. O que os une é muito mais do que os separa, sendo cada vez mais difícil de observar e constatar que um lançamento recente de um jogo do estilo roguelike traga alguma singularidade extra, que o diferencie de forma transcendente de todos os outros, filtrando-o e destacando-o, quase de forma exclusiva em nome de uma série ou de um nome forte. Tal não tem acontecido.

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Entre masmorras de ação e plataformas, Neon Abyss é mais um jogo que tenta entrar no amplo mundo dos jogos de roguelike, tentando diferenciar-se dos demais. De forma simplificada, com mecânicas conhecidas e já bastante maturadas no mercado, toda a ação radical decorre em amplos embates à medida que o jogador controla uma personagem que pode ser escolhida a cada nova partida. O enredo, embora simples, acontece quase como um pacto com o demónio, onde a morte é quase certa, mas sendo cada vez mais reduzida à medida que o jogador vai ganhando habilidades, armas e outros utensílios.

Esquadrão ao serviço dos deuses

Em Neon Abyss o jogador controlará um esquadrão, denominado de “Grim Squad”, criado por Hades, de modo a penetrar Abyss, e assim impedir a criação de novos Deuses. E é essencialmente essa a premissa de toda a jornada. Morrer e ficar cada vez mais forte, ao desbloquear novas salas, conquistando novos itens, derrotando inimigos e chefes cada vez mais fortes e difíceis de serem ultrapassados, e claro, crescendo cada vez mais num sistema de árvore de habilidades bem feito.

Visualmente é bastante bonito, com gráficos pixelizados em 2D, cores bem destacadas e embora os cenários das masmorras sejam gerados de forma aleatória, surgem de forma interessante e atrativa, divididos por vários quadros, onde por vezes até podem ocorrer minijogos e ofertas de armaduras altamente apetecíveis.

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Tudo funciona de forma aleatória em Neon Abyss. É certo que é uma das grandes características deste formato de jogo, e até mesmo as mortes, os itens e chaves que se vão cruzando pelo caminho são gerados de forma fortuita, como

se tratassem de tiros de sorte e de azar, mas é exatamente essa surpresa do que vai acontecendo que torna este estilo tão apreciado.

O ritmo dos combates também é alucinante. Ao entrar em novas zonas, vários inimigos podem surgir, sendo que os controlos apesar de serem bem feitos, a forma como estão alocados podem levar a algum tempo de habituação. O lado frenético dos embates é altamente lunático, e muitas vezes faltarão plataformas para se resistir a tantos projeteis.

Cair, crescer e levantar

De rápido acesso de pegar e começar a jogar, sem grandes perdas de tempo para se iniciar uma partida logo a doer, Neon Abyss tem um processo lento de evolução, e as recompensas das primeiras caçadas de monstros nem sempre são totalmente recompensadoras, onde perder será quase sempre sinonimo de evoluir. Contudo, o sentimento de evolução é curto e isso está obviamente conjugado com o género do jogo e com o próprio estilo de progresso que foi embutido nele, mas nem sempre é totalmente divertido e satisfatório. Se por um lado é bem inspirado em clássicos do género, por outro não inova e não se consegue desmarcar dos outros inúmeros títulos do mesmo género, e isso acaba por penalizá-lo.

Em termos de longevidade é jogo para várias e várias horas de experiência pura e dura, de mortes e de várias explorações por áreas nunca antes exploradas, mesmo que o nível de dificuldade esteja totalmente ajustado ao grau do jogador em questão. E isso por vezes é agradável. Outras vezes, nem por isso.

Considerações Finais

O género roguelike está cada vez mais ativo no mercado digital e sobretudo por empresas independentes que se vão infiltrando pelo mercado graças a títulos de valores de produção cada vez menores e que, no fundo, consigam obter resultados satisfatórios num género que já não é estranho a ninguém. Neon Abyss é mais um desses exemplos, sendo um título que não falha de forma feia em praticamente nada, mas que não se destaca verdadeiramente em nenhuma componente.

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É divertido, segue as pisadas dos jogos do mesmo género, insiste e persiste num formato que não desilude, e de uma maneira geral, é um produto bastante consistente. Quem aprecia o género vai gostar, e para quem nunca tenha jogado nenhum do estilo também se vai deliciar, mas para quem procura elementos diferenciadores no género roguelike, ainda não será desta que terá o prazer de estrear tudo de forma aleatória.

Clica na imagem para mais informação sobre as nossas classificações

+ Imbatível para curtas sessões de jogo

+ Sistema de árvore de habilidades

+ Conteúdo e horas de jogo pela frente

– O avanço do progresso é irregular

– Bebe demasiado dos inúmeros jogos do género

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N.R.: A análise a Neon Abyss foi realizada numa Playstation 4 com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente disponibilizada pela Team 17

 

 

Tiago Marafona: Um autêntico fã de RPGs japoneses e um belo apreciador de jogos de plataformas. Nunca diz não aos clássicos Super Mario, The Legend of Zelda e Final Fantasy. É também um acérrimo admirador do trabalho do Ryu Ga Gotoku e da Monolith Soft.
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