Análise Need For Speed – Heat

A série Need For Speed começou a sua jornada a 31 de Agosto de 1994 na 3DO, começando a saltar para as consolas e também para os computadores, onde a premissa era nada mais, nada menos do que correr com carros carros desportivos, incluindo alguns modelos exóticos e uns quantos importados de terras orientais.

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É tempo de a série, agora com 25 anos de existência, nos dar um novo jogo: Need for Speed Heat. Depois do fracasso que foi NFS: Payback com as microtransacções e com o sistema de cartões para melhorar os carros (uma jogada que não lembra a ninguém de tão má foi essa mecânica), o estúdio sueco Ghost Games decidiu levar a série a novo porto: um onde aquilo que definiu o franchise, o estilo Underground, se encontra de regresso. Por isso, está na hora de abrimos o capô e ver o motor deste jogo.

A premissa do jogo começa logo com uma reportagem sobre o evento de corridas que está a acontecer em Palm City (paródia à cidade de Miami, na Flórida) denominada de SpeedHunter Showdown, onde pessoas de todos os cantos do mundo vieram competir para serem os melhores da estrada, tanto de dia como de noite.

O problema é que de noite, existem corridas ilegais que estão a perturbar os habitantes, por isso a polícia criou um esquadrão de intervenção para perseguir quem se junta a estes eventos… já que a lei não está para brincadeiras. Durante uma dessas corridas, vemos em ação uma crew que está a ganhar uma corrida, mas que também está a tentar fugir dum grupo de polícias que de tudo farão para os parar; mas quando dizemos de tudo, podem crer que é mesmo tudo.

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Passam-se alguns dias e a nossa personagem está na cidade em busca de um carro para participar na competição e subir assim até ao topo. Podemos começar por dizer que Need for Speed Heat não tem na narrativa um dos seus pontos fortes, esta parece algo genérica onde vamos ver casos como polícia bom/polícia mau em certas cinemáticas, o que deixa muito a desejar.

O mundo de Need For Speed Heat

Em Need for Speed Heat temos ao nosso dispor um mundo em aberto e sem restrições, portanto se quisermos ir de uma ponta do mapa até à outra, somos mais que livres de o fazer e o título ainda nos incentiva a entrar em tal aventura… exceto quando andamos a 250 km/h e os gráficos em si, poderiam ser melhores, já que houve momentos em que alguns dos carros e pessoas que se viam na estrada desapareciam e apareciam de repente ou mesmo alguns dos edifícios que existem parecem feitos de cartão e com pouca qualidade, pelo menos na versão usada para esta análise – Windows PC.

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Apesar desta limitação o rendering do jogo é eficaz, especialmente em termos de iluminação e reflexões do jogo que permitem tirar excelentes fotos com o modo de foto existente em Need for Speed Heat. E claro, não nos podemos esquecer que para ser um jogo de Need For Speed, temos de ter uma soundtrack digna de um Need for Speed:

Na lista de músicas existentes no jogo, muitas delas são perfeitas para serem ouvidas durante corridas, enquanto que algumas parecem não ser o estilo que se deve ouvir num jogo do género, ainda que não sejam más adições… Infelizmente temos o contrário a acontecer com as personagens: tirando uma ou duas personagens de enorme qualidade, existem certas personagens que tiram o charme, em termos de voz, à ação do jogo, e que muitas vezes vão repetir certas falas em alturas que não fazem sentido.

Jogabilidade

Em termos de jogabilidade, Need for Speed Heat, está muito ligado às corridas urbanas. Mesmo que tenhamos quatro tipos de comportamento onde podemos modificar o carro ao nosso gosto – Corrida, Estrada, TT e Drift. O lado off-road serve apenas para não sermos lentos quando saímos da pista não fazendo parte dos planos trazer carros  Todo-o-Terreno para o título, o que é pena já que poderia ser algo interessante de se ver.

No inico do jogo, oferecem-nos três tipos de dificuldades:

Caso queiram ter um desafio extra recomendamos que joguem na dificuldade máxima para que assim possam encontrar adversários um pouco mais difíceis, podendo até  ser agressivos e um pouco mais radicais na estrada.  Uma das mecânicas que achamos interessante foi a nossa progressão ficar dividida em dia e noite. De dia participamos em corridas oficiais, ganhando assim dinheiro para comprarmos mais carros ou modificar o nosso carro, já que existem certos níveis de modificação que teremos que atingir caso queiramos fazer boa figura. Por isso já sabem, mais vale artilharem-se como deve ser, antes de se fazerem à estrada.

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Durante a noite a conversa já é outra. Assim que o Sol se põe podemos ganhar reputação em corridas ilegais para entrarmos em competições mais ferozes e ganhar peças para os nossos carros que requerem um certo nível de credibilidade. No entanto, não nos podemos esquecer que com a polícia no nosso encalço, fugir dela será uma tarefa que nos fará ganhar reputação, e dependendo do nível de notoriedade que já se tenha, atrairemos mais ou menos carros da polícia. As perseguições fazem-nos lembrar os bons velhos tempos de Need For Speed: Most Wanted, onde fugir à polícia era mais que importante… era crucial.

Devemos também salientar o facto que o nosso veículo sofre danos, especialmente contra a polícia. Nada demasiado realista, no entanto, é possível destruir quase tudo no nosso caminho, desde uma árvore até uma parede de pedra, como se tudo fosse apenas madeira e não tivesse um impacto real nas corridas. Mas o dano pode acabar por ser crítico, forçando-nos a passar pelos postos de serviço para reparar a nossa máquina… não queremos ficar presos na beira da estrada ou parados pela polícia, perdendo parte do dinheiro e da reputação adquiridos durante a noite.

Em termos de corrida, não levem as coisas muito a sério e fiquem contentes em apreciar os pequenos deslizes, porque sabemos que alguns fãs não vão gostar. O travão provavelmente irá ser inútil já que vão usar muito mais o travão de mão, sendo este bastante eficaz graças a um sistema que coloca o carro de volta no trilho facilmente, o que nem sempre é visto como positivo.

Também poderão procurar os colecionáveis que estão espalhados por toda a cidade, desde graffitis a placares de publicidade da polícia, sendo que estes vos dão dinheiro e reputação e ainda um novo carro se completarem um segmento deles.

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Finalmente, terminaremos com uma parte essencial em qualquer Need For Speed que se preze… personalização: É possível ajustar os nossos veículos (carroçaria, pintura, acabamentos, efeitos, suspensão, som dos escapes), bem como do nosso personagem. E, não, durante todo o tempo que jogamos, não houve nenhum vestígio de loot boxes, o que para muitos dos fãs será um grande alívio.

Considerações Finais

Se Need For Speed Heat não convence a todos por causa de uma jogabilidade demasiado fácil, especialmente quando aliado ao fator indestrutível temos ainda um carro com especificações mais fortes que os adversários, outros, como nós, ficarão satisfeitos com o simples prazer de deslizes repetidos e a sensação de velocidade do título, ignorando o lado simplista da história.

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Os gráficos poderiam ter sido mais refinados, mas a verdade é que da mesma forma que na jogabilidade, o resultado final é bastante agradável, principalmente em movimento. E, é claro, encontramos toda uma gama de veículos, uma boa soundtrack e um excelente toque de personalização, sem a necessidade de loot boxes.

Need For Speed Heat poderá ser uma reviravolta para a série em si, e esperemos que continue assim quando a franchise fizer 26 anos de existência. Need For Speed Heat já se encontra disponível para PlayStation 4, Xbox One e Windows PC.

N.R.: A análise a Need For Speed Heat foi realizada em Windows PC com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente cedida pela EA Portugal

Need For Speed Heat - Uma chama de esperança underground
Reader Rating1 Vote
Alternação do gameplay entre dia e noite
Regresso da polícia e das perseguições policiais
Personalização dos carros
Efeitos como chuva e luzes bem recriados
Gráficos medianos
História desinteressante
Falta de Dificuldade (por vezes
Travão de Mão Assistido
3.5
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