My Hero Academia é uma das mais fortes apostas do mundo da animação japonesa, trazendo consigo o sempre popular mundo dos super-heróis na cultura ocidental. As aventuras de Izuku Midoryia num mundo em que ter poderes sobrenaturais é perfeitamente normal esbarram neste rapaz que anseia ser o herói mais forte de todos. Só há um problema: ele não tem qualquer poder, ou Quirk, como são chamados. Izuku acaba por ser acolhido por All Might, o herói mais famoso de todo aquele universo, sendo convidado a frequentar uma escola exclusiva para candidatos a super-heróis, onde o equilíbrio entre a vida escolar e o desenvolvimento dos seus poderes, bem como de relações de poder entre adolescentes cheios de hormonas nem sempre é fácil. My Hero’s One Justice 2 segue a estória de Izuku e outros candidatos a heróis, rapidamente depois de My Hero’s One Justice, que foi lançado em 2018.
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Entre golpes espalhafatosos, um sistema de combate simples, mas eficaz e um modo história contado através de animações saídas de um livro de manga, será que My Hero’s One Justice 2 é uma digna sequela com valor acrescentado que justifica o investimento, ou apenas uma tentativa da Bandai se colar ao sucesso deste anime e faturar com isso?
Ponham os vossos fatos de super-herói e acompanhem-nos nesta análise!
Muitos modos, repetição a rodos…
O Story Mode reconta a ação da série de animação como se fossem páginas de manga, com as vozes originais em japonês das personagens, que é sempre uma mais-valia. Depois de uma série de páginas, a estória precipita-se para a base deste jogo, que são obviamente os combates. O conhecimento sobre as personagens e a estória é muito vago, e isso leva a que o jogador se sinta algo perdido no meio de tanto desenvolvimento neste universo que contempla quarenta personagens intervenientes. Somos postos na pele dos diferentes candidatos a heróis e temos que encarar exames para a obtenção de uma licença para sermos defensores da justiça de pleno direito, bem como a luta pela supremacia da U.A. High, a escola do nosso futuro herói, contra outras instituições de ensino de heroísmo.
Nos combates vamos adotando diferentes personalidades, dando-nos a hipótese de experimentar boa parte das personagens, principalmente os bons da fita. Esta dicotomia história/combate cansa depressa, e muitas vezes acabamos por passar à frente desta novela para podermos ir para a parte da pancadaria.
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Existem ainda os modos Free Play, Arcade e Training, que nos permitem escolher personagens e combater contra CPU ou amigos, no conforto do sofá ou em multiplayer, para ultimar golpes e estratégias de combate, mas o modo mais desafiante é claramente o Mission Mode. Este modo leva-nos a criar a nossa própria agência de super-heróis com os quais podemos combater, havendo abertura total para a sua escolha, sejam eles bons ou maus da fita. O problema? Somos forçados a entrar em modo de sobrevivência, pois para completarmos este modo temos apenas uma barra de vida que não se regenera depois de cada combate. Este modo torna-se assim extremamente desafiante, e com grandes desafios, vêm grandes azias…
Pedra, papel, tesoura, Ultra!
Diria que a forma de combater em My Hero’s One Justice 2 é fácil de aprender e difícil de não nos fartarmos. Por vezes queixámo-nos que a aprendizagem das mecânicas podem tornar um jogo complexo, mas aqui não é nada o caso: ataques num botão, contra-ataques noutro, movimentos especiais disponíveis com uma simples combinação de botões, bloqueio acessível, tudo ao alcance de um pequeno, mas informativo tutorial no início do Story Mode. Ao premirmos o botão de pausa, temos também acesso a um menu que nos informa de como executar cada movimento disponível de acordo com a nossa personagem. É bom termos acesso a isto tudo, mas com comandos e golpes de tão fácil uso, parece que nos estão a facilitar demasiado a vida… E ninguém gosta quando nos estupidificam.
Curiosamente, as limitações do sistema de combate são muito semelhantes ao título antecessor, fazendo lembrar um jogo de pedra, papel, tesoura digital encaixado num jogo de lutas entre candidatos a super-heróis em arenas destruíveis. Assim sendo, cada tipo de ataque é suplantado por outro, influenciando a leitura que fazemos do ataque que se segue, não sendo nada complacente com o button smashing. Há que então perceber qual é o ataque que vai ser desferido pelo adversário e escolher aquele que o anula, produzindo um contra-ataque devastador. É divertido, algo desafiante, mas parece simplista em demasia, dando a ideia de que se trata um sistema para gente mais nova, sem ter em conta a malta mais experiente.
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Os golpes especiais, conhecidos como Ultra, são desbloqueados nos combates enchendo as barras de energia através do dano causado ao adversário, ao estilo do que já acontece em outros jogos deste género. Esta barra pode encher até três vezes, sendo os ataques mais devastadores, conjugando até três personagens afiliadas àquela que estamos a usar. Estes movimentos transmitem-nos grandiosidade e penalizam e bem a barra de vida do adversário… O problema é que o uso destes golpes especiais tem de ser preciso quase ao nível de um cirurgião a operar, o que faz com que muitas das barras acumuladas sejam gastas sem infligirmos qualquer dano, e ainda ficamos completamente expostos a um combo do adversário.
Considerações finais
Com bastantes modos (Story Mode muito divertido e desafiante) e uma panóplia substancial de lutadores por onde escolher, My Hero’s One Justice 2 será certamente uma delícia para os fãs da animação, bem como para aqueles que gostem de combates visualmente atraentes e caóticos. É também por vezes um brawler confuso e pouco preciso, e acaba por se tornar bastante repetitivo.
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My Hero’s One Justice 2 já se encontra disponível para Nintendo Switch, PlayStation 4, Xbox One e Windows PC
N.R.: A análise a My Hero’s One Justice 2 foi realizada numa PlayStation 4 com acesso a uma cópia digital do jogo, gentilmente cedida pela Bandai Namco Entertainment Iberica