O universo deste título da Bandai Namco está desde sempre interligado com as diferentes plataformas da Nintendo, apesar de também de ter ligação ao mundo do PC. Mr Driller: DrillLand aparece dezoito anos depois do seu lançamento original, cheio de vida, como se nada se tivesse passado neste período de quase vinte anos. Será ainda relevante no competitivo mundo dos puzzles? Será que ainda consegue ter aquele apelo que encantava quem sonhava jogar esta literal gema nas salas de arcada japonesas? Iremos mesmo escavacar até encontrar o ouro que os videojogos nos podem proporcionar ou será que encontraremos apenas um jogo do tempo do calhau?
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Agarrem na broca, tragam o dicionário japonês-português e tenham cuidado com aquilo que vem de cima nesta análise a Mr Driller: DrillLand para a Nintendo Switch!
Gema perfurada, dezoito anos depois
Saído duma espécie de mina do tempo, permaneceu incólume durante dezoito anos debaixo do entulho valioso que se encontrava da famigerada Gamecube, onde tudo o que se encontrava tem hoje estatuto quase icónico. Algumas gerações de consolas depois, Mr Driller: DrillLand mantém a sua beleza inalterada e mostra que esta não tem mesmo idade. Levando o tratamento HD que se exigia para a Nintendo Switch, este é claramente um daqueles jogos “lobo em pele de cordeiro”, pelas suas mecânicas enganadoramente simples. Mas podemos também apreciar a beleza deste título em toda a sua glória imaculada, sendo dada a possibilidade de o apreciar tal e qual apareceu na Nintendo Gamecube. Um toque de classe para os puristas e saudosistas.
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O objetivo principal de Mr Driller: DrillLand é perfurar peças de diferentes cores, removendo-as com o intuito de chegar ao fundo do nível. Mas a gravidade é tramada, certo? Quando retiramos alguns blocos e avançamos a toda a velocidade para as entranhas desta escavação colorida, não nos podemos esquecer de que os blocos que estavam por cima dos que retiramos irão obviamente cair. E se não houver cuidado, irão esmagar-nos que nem uma panqueca. Como se isso não fosse suficiente para complicar o nosso desafio, temos que ir colecionando cápsulas de ar ao longo do caminho, pois corremos o risco de sufocarmos, mas sempre temendo a avalanche de blocos de cores sortidas que nos persegue… Vários desafios que se apresentam num jogo que parece tão simples!
Beleza oriental, charme ocidental
Sejam bem-vindos a DrillLand, o novo parque temático onde toda a ação de Mr Driller: DrillLand acontece. Com diversas atrações correspondentes aos diferentes modos de jogo, somos recebidos por Fluid, que depressa percebemos ser o mau da fita. É aqui que somos brindados com as cut-scenes que fazem lembrar animações e vozes japonesas, mas com um estilo mais americanizado, onde vamos tendo conhecimento das diferentes personagens, cada uma sendo desafiada a experimentar uma das diferentes atrações. Esta temática à volta do parque de diversões introduz diferentes formas de encarar o jogo, com inimigos diversos, batalhas de bosses e bastante conteúdo nesta história algo previsível, mas cheia de humor.
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Ao conseguirmos ultrapassar os desafios, uns bem mais complicados que outros, vamos progredindo na história principal. Esta é uma boa forma de dar mais alguma profundidade a um título que começou por ser composto por uma mecânica de puzzle infinito. O jogador sente-se integrado numa narrativa que não marca pela originalidade, mas que é bem executada e transmite aquele sentimento de cuteness que o torna apelativo.
Vários jogos num só jogo
Existem cinco modos de jogo dentro do modo história em Mr Driller: DrillLand. World Tour e Star Driller são aqueles que mais se aproximam daquilo que é esperado do jogo, que têm como objetivo único chegar ao fim do nível sem morrer três vezes e com ar suficiente, sendo auxiliado com alguns blocos especiais e os tradicionais power-ups. Temos também Drindy Adventure, que nos remete para o mundo de Indiana Jones, onde temos que recolher um certo número de relíquias douradas para podermos avançar no nível, enquanto tentamos evitar pedras que rolam atrás de nós e armadilhas com espigões fatais. O mais conseguido dos modos é claramente The Hole of Druaga, com os seus elementos de RPG, onde combatemos inimigos com a ajuda de itens poderosos, irrompendo perante diferentes salas de escavação procurando uma chave que nos vai permitir enfrentar o boss. O modo menos interessante é claramente Horror Night House, onde se coleciona água benta para injetar nos diferentes blocos, evitando assim os ataques de fantasmas que nos retiram rapidamente o HP.
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Esta multiplicidade de modos de jogos em Mr Driller: DrillLand podia funcionar como algo que queria ser muitas coisas ao mesmo tempo, perdendo-se a essência e a simplicidade que sempre foi o maior apelo da saga. Felizmente isto não acontece, pois a possibilidade de podermos de forma rápida mudar de modo vai ajudar a manter o interesse na obra, retirando qualquer sinal de frustração que um deles possa causar. Há sempre alternativa. E neste caso isso é bastante positivo.
Considerações finais
Mr Driller: DrillLand é um regresso ao passado que nos remete imediatamente para um universo paralelo, onde somos pequenos japoneses enfiados nas soturnas casas de arcada de Akihabara, onde a reputação de jovens é definida pela habilidade de escavar pedras coloridas com arte, engenho e presença de espírito. A simplicidade do mesmo pode baralhar o menos atento, ficando sem perceber rapidamente como lhe apareceu o tão temido ecrã de Game Over. A multiplicidade de modos dá novas vidas ao título que mantém o seu charme, desafio e capacidade de entreter em curtas ou longas sessões de jogo na portátil da Nintendo.
Clica na imagem para mais informação sobre as nossas classificaçõesMr Driller: DrillLand requer pouco para se aprender e muito para se dominar e vai ser um desafio para quem gostar deste puzzler de boa cara e som fofinho, que não envelheceu nada nestes dezoito anos depois do lançamento original.
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N.R.: A análise a Mr Driller: DrillLand foi realizada numa Nintendo Switch com uma cópia do jogo, gentilmente cedida pela Bandai Namco Entertainment Europe.