Cada vez mais os jogos tem o poder de, tal como nos filmes, nos transportar para uma realidade alternativa, para mundos fantásticos cheios de personagens heroicas, monstros temíveis ou simplesmente pessoas normais a viverem aventuras que só estávamos habituados a ver no cinema. Estas aventuras chegam-nos, cada vez mais, a casa em formato interativo através de videojogos, trazem-nos personagens que podemos controlar e que, de certa forma, nos permitem ser super-heróis naquele mundo que estamos a descobrir. Foi isto que a Crystal Dynamics quis fazer com Marvel’s Avengers.
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Publicado pela Square Enix, Marvel’s Avengers transporta-nos para um mundo que nasceu aos quadrados, mas depressa passou para o grande ecrã e entrava a cada minuto pelas nossas casas. No universo dos videojogos não é a primeira vez que controlamos um super-herói do mundo Marvel, mas é a primeira vez que controlamos um grupo como os Avengers. Não é um jogo perfeito, mas é claramente feito de fãs para os fãs.
A história de Marvel’s Avengers leva-nos para Seattle, para o A-Day, o dia onde os fãs se juntam para celebrar os super-heróis que defendem o mundo contra vilões super-poderosos. Este momento funciona como introdução ao que será o jogo da Crystal Dynamics, aqui seguimos Kamala Khan enquanto vamos conhecendo alguns dos principais heróis da Marvel.
Mas, tal como num filme, o dia acaba por não correr bem e o mundo está agora sem Avengers. Os nossos heróis estão afastados e o mundo é agora dominado, quer dizer protegido, por uma nova empresa que nem sempre tem os melhores interesses em mente. Cabe a Kamala Khan (Ms. Marvel), e aos seus novos poderes, encontrar os nossos heróis e voltar a dar ao mundo os Avengers.
Como nos filmes, ou nos comics
É cada vez mais assim, muitos dos títulos AAA que vimos chegar às lojas estão cada vez mais parecidos com filmes, mas filmes que podemos controlar. Marvel’s Avengers não é exceção e toda a sua narrativa está construída ao ponto de poder, facilmente, ser adaptada para um qualquer filme de Hollywood com Robert Downey Jr. ou Scarlett Johansson. E embora o jogo tenha uma forte componente de co-op online, com diferentes missões a serem adicionadas no futuro transformando o título num serviço, é na sua componente single player que está a sua maior força.
A narrativa começa de forma lenta, mas depressa começamos a perceber aquilo que a campanha de Marvel’s Avengers está prestes a trazer. De missão em missão vamos limpando inimigos atrás de inimigos até ao momento final de cada uma das missões que, geralmente, termina num momento épico onde a batalha leva-nos a fazer um pouco de button smash, mas sempre com foco nas habilidades especiais que vamos conseguindo receber para o nosso herói, habilidades essas que podem ser de grande ajuda quando, do nada, o nosso inimigo é um fato robô com três ou quatro vezes o nosso tamanho.
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São estas habilidades, e a árvore onde as conseguimos encontrar representadas, que dão ao novo título da Crystal Dynamics a sua principal componente de RPG de ação, à medida que vamos conseguindo completar missões, bem como descobrir mais e mais da história, vamos também ganhando pontos de habilidade que podemos usar para desbloquear, tal como o nome indica, habilidades. É importante que tenham atenção às habilidades que vão desbloqueando para cada um dos elementos que podem controlar, isto porque estes novos movimentos e ataques que vão recebendo fazem toda a diferença numa batalha mais difícil.
Para além das habilidades existem ainda novos objetos que vamos encontrando em baús (lootboxes) espalhados pelos mapas para os quais temos que viajar, estes objetos são importantes porque permitem que os equipemos e assim consigamos que os nossos Marvel’s Avengers ganhem mais resistência ou mais força, pequenas coisas que vamos melhorando pouco a pouco, mas que tal como as habilidades, mais para o fim vão fazer toda a diferença. Nestes baús podemos ainda encontrar objetos colecionáveis, que embora em nada contribuam para o nosso avançar no jogo, acabam por ser uma boa adição para os jogadores que gostam de explorar tudo o que existe para ser explorado.
Principal, secundário e online
A diferença entre as missões principais, as que nos fazem evoluir na história, e as secundárias é astronómica. Enquanto que umas, as principais, são bem polidas e apresentam-se com um bom “inicio, meio e fim” as outras acabam por ser mais do mesmo, em localizações genéricas, onde o grande objetivo é sempre o mesmo – matar inimigos, limpar zonas e acabar com a presença dos maus da fita.
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Claro que este sentido de repetição também está presente nas missões principais, mas dado que temos um objetivo bem definido e sabemos que vamos receber “progresso” em troca acabamos por deixar de lado o sentido negativo da repetição e apenas desfrutamos da ação e das batalhas cheias de movimento que Marvel’s Avengers nos traz. A Square Enix trouxe-nos um jogo com uma qualidade gráfica muito boa, durante as batalhas os movimentos mostraram-se sempre fluidos e sem quebras de performance permitindo com que o nosso foco fosse unicamente nas hordas de inimigos que vão aparecendo quando tentamos entrar num qualquer edifício ou passar uma qualquer missão.
Por vezes encontramos algumas áreas em que se tornava difícil interagir com os objetos ou até mesmo dificuldade em mover a personagem de forma regular entre obstáculos, mas foram sempre situações pontuais que em nada estragaram a nossa experiência final. Claro que a movimentação da câmera, principalmente quando em batalha, em nada se compara à última experiência de super-heróis da Marvel que temos em mente – Marvel’s Spider-Man – mas a verdade é que mesmo com algumas limitações acaba por ser adequada ao tipo de batalha que o jogo nos proporciona.
Durante os momentos cinemáticos a representação das personagens está com grande nível e consegue-se se perceber que o jogo foi escrito sempre com a ideia de nos apresentar um lado mais divertido do conjunto de heróis que há muito conhecemos. É raro o dialogo que não acabe por ter uma piada, ou tentativa, e é fácil perceber personalidades completamente diferentes em cada um dos heróis, personalidades essas que acabam por se mostrar também em batalha. É aqui que entra uma das características mais interessantes deste Marvel’s Avengers, ao começarmos uma batalha com Thor, por exemplo, percebemos que a jogabilidade com a personagem é completamente diferente do que com qualquer outro dos heróis. E, se damos este exemplo, podíamos dar qualquer outro. A Crystal Dynamics fez um trabalho incrível ao desenvolver tipos de jogabilidade completamente distintos de uma para outra personagem.
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Marvel’s Avengers chega ao mercado também com um modo online e até com a capacidade de comprar itens cosméticos para os heróis que nos acompanham (estes itens em nada ajudam o nosso progresso no jogo). O modo online acaba por ser divertido, não fosse tão demorado de entrar, quando a jogar com amigos. A descontração e a conversa entre um grupo de pessoas que se diverte a destruir inimigos atrás de inimigos acaba por esconder a repetição incansável que é cada uma das missões presentes neste modo. Algo que a Crystal Dynamics e a Square Enix podem melhorar, no futuro, ao trazer novas missões, com mais sumo, e menos button smash.
Considerações Finais
Marvel’s Avengers é um jogo de fãs para fãs, pelo menos é isso que a sua essência nos transmite. É um jogo capaz de nos fazer sorrir em alguns momentos e transmitir momentos de enorme tensão noutras alturas, mas não é um jogo perfeito. Algumas imperfeições técnicas e um modo online demasiado genérico, (divertido, mas genérico) acabam por manchar um jogo que merece ser jogado.
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Uma história coerente dentro do universo Marvel que, nos dá a conhecer, principalmente, Kamala Khan e a sua entrada no mundo da Marvel. E é esta história, e a sua qualidade, que fazem com que seja suportável passar grande parte das missões da mesma forma… a distribuir papo-seco entre inimigos para assim conseguir trazer mais um Avenger para o grupo ou encontrar um qualquer objeto necessário para a nossa progressão.
Clica na imagem para mais informação sobre as nossas classificaçõesNão nos cansamos de dizer, Marvel’s Avengers é um jogo para todos os fãs Marvel espalhados pelo mundo. Um suave RPG de ação que vos vai colocar na pele de cada um dos Avengers, mas principalmente de Kamala, sempre de forma diferente e com características bem próprias das personagens que todos conhecemos.
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N.R.: A análise a Marvel’s Avengers foi realizada numa Xbox One X com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente disponibilizada pela Bandai Namco Enterteinment.