Os videojogos geralmente oferecem-nos um escape à realidade ou uma fantasia em especial, desde seguir uma narrativa pré-definida a poder criar e gerir recursos do mundo ao nosso redor. Maneater põe-nos no lugar de um tubarão em busca de vingança e é tempo de pôr as nossas barbatanas a funcionar! Tem tudo para correr bem!
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Como dissemos, estamos ao comando de um tubarão fêmea, e a nossa dieta rapidamente passa de peixe miúdo para humanos quando somos soltos na cidade fictícia de Port Clovis, mas enquanto estamos a ter o nosso banquete de turistas e a destruir barcos de pesca, somos rapidamente capturados e mortos pelo caçador de tubarões Scaley Pete. O controlo da personagem então muda para o bebé tubarão que estava dentro da mãe, que Pete deixa com uma sádica cicatriz para que nos consiga identificar no futuro, e assim se inicia uma história de vingança.
Sobrevivência dos mais fortes
O primeiro passo deste Maneater é aprender a sobreviver. As habilidades que testamos brevemente no tutorial não estão disponíveis imediatamente para um filhote que ainda precisa de crescer e evoluir. Essencialmente, como um RPG de ação, precisamos subir de nível até estarmos suficientemente fortes para enfrentar predadores muito mais difíceis, o que podemos fazer ao nos alimentarmos de presas menores. Também absorvemos diferentes nutrientes, que dependem do que comemos. Assim, quando subimos de nível, desbloqueamos mutações. As quais podemos melhorar com os nutrientes necessários.
Embora chamem a essas mutações… evoluções, é melhor pensarmos nelas como peças de armadura equipáveis que podemos trocar se assim desejarmos como num verdadeiro RPG, embora esta mecânica não seja muito profunda. Existem algumas que simplesmente aumentam a nossa barra de vida, poder ou defesa, mas os mais interessantes compartilham atributos com outras espécies, como um sonar parecido ao dos golfinhos ou “verdadeiros” anfíbios, permitindo que sobrevivamos em terra por mais tempo.
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Ser um tubarão vingativo e determinado tem tudo para correr bem, mas a história que nos é apresentada não é a mais imaginativa, mesmo que o prólogo nos motive a ir atrás de Scaley Pete. Como tal, parece completamente arbitrária a nossa progressão nos mapas, tornando-se um jogo para ir fazendo objetivos secundários e coleções de marcos no mapa. Um conceito que até é interessante pelo personagem que encarnamos ma depois somos colocados num mundo relativamente banal.
Felizmente, grande parte do trabalho da narrativa é feita pelos humanos, visto que Maneater é enquadrado como um tipo de reality show, completo com hashtags temáticas no canto inferior direito do ecrã. À medida que progredimos, vamos verificando o aumento da obsessão de Pete e também o aumento da tensão entre este e seu filho, já que não têm a mesma opinião sobre toda esta história. Ainda melhor é termos um narrador fantástico que vai debitando as maiores barbaridades que já ouvimos, que vão de comentários sobre a vida aquática a comentários sarcásticos sobre a vida em Port Clovis. A melhor parte do argumento e representação do jogo sem dúvida.
Quando Maneater faz o que promete, está no seu melhor e é ridículo no melhor sentido. Não estamos contentes em morder o que está na água? Vamos afundar barcos e comemos os turistas a seguir! Nem em terra firme estão seguros já que conseguimos sair do nosso meio por uns segundos para morder os humanos na praia ou num pontão movimentado.
Ao criar carnificina temos caçadores à perna, um pouco à semelhança de sistemas como o de GTA, quanto mais destruímos mais somos perseguidos. Quem nos persegue usa métodos bastante avançados para nos tentar destruir, como armas com mira laser, a dinamite que atiram para a água, mas não é nada que o nosso tubarão não possa suportar. Temos um nível de infâmia e ao fazê-lo subir mastigando caçadores, temos bosses humanos para eliminar. Armados com várias habilidades, conseguimos ser criativos o suficiente para nos defendermos e atacarmos ferozmente. Uma das nossas habilidades preferidas é ser capaz de pegar uma presa nas mandíbulas do tubarão e depois arremessá-la como um projétil em câmara lenta.
Quem manda aqui é o tubarão!
Outra parte importante em Maneater são as batalhas de predadores. À medida que avançamos pela cadeia alimentar, interrompendo o stock de alimentos a outros predadores, deparámo-nos com várias batalhas contra bosses. Desde jacarés no pântano a orcas no golfo, temos de lutar com estas ameaças para mostrar quem manda. Embora apelativo em conceito, o que nos chama à atenção é a execução sem brilho e repetitiva. Mesmo que os bosses possam ser um desafio, geralmente estão muitos níveis acima de nós, o combate não é o melhor porque a jogabilidade neste aspeto é sempre confusa. Tudo se resume a fugir de um ataque e, em seguida, pressionamos os botões para dar uma trinca. Se tivermos sorte, podemos esmagá-los com as mandíbulas, mas até isso parece pesado na execução. Honestamente, todo o sistema de combate parece um pouco pesado, desde a câmara até a mira ou as evoluções. A jogabilidade só é boa quando apenas estamos a navegar e a explorar.
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Graficamente cumpre o seu propósito sem fazer nada de espetacular e mesmo assim sentimos variados problemas técnicos. Problemas de clipping, quebras enormes na frame rate e um bug em que ao subir de nível fez crashar a consola e corrompeu o nosso save. Ou seja, tivemos de recomeçar o jogo do início, quando já tínhamos várias horas feitas.
Considerações finais
Apesar de ser um conceito novo, Maneater rapidamente fica cansativo. Pode ser terminado entre as 10 e as 15 horas dependendo da exploração e a quantidade de coisas que queremos explorar e completar. Claro, se o considerarmos um RPG é uma campanha demasiado curta e sem grandes ideias nas suas missões. Não é que tudo seja mau, apenas não faz nada de extraordinário. Com um conceito totalmente novo, podiam fazer muito mais em questões de objetivos que iria em muito aumentar a sua longevidade e divertimento. Maneater é divertido, mas a curtos espaços.
Maneater já se encontra disponível para PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e Windows PC
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N.R.: A análise a Maneater foi realizada numa PlayStaion 4 com acesso a uma cópia digital do jogo, gentilmente cedida pela EcoPlay.