Vulgarmente, quando uma consola alcança o estatuto vencedor – tanto de popularidade como de vendas, esse resultado costuma traduzir-se em pouco tempo numa verdadeira avalanche de títulos de qualidade duvidosa para reforçar a procura insaciável do mercado. E tem sido isso que a indústria nos tem demonstrado nos últimos anos.
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A vasta oferta de títulos com pouco conteúdo ou com temas estranhos têm sido recebidos com alguma audácia pelo mercado dos telemóveis inteligentes. A simples arquitetura e a simplicidade com que se consegue alocar um novo título nessas lojas digitais, permitiram com que vários estúdios menores conseguissem sobreviver e investir no mercado do entretenimento com mais simplicidade. Contudo, quando esses jogos passam do mobile para as consolas, o resultado tende a ser estranho, e na maioria das vezes resultam em experiências completamente desastrosas. Não porque tenham sido mal idealizados ou alicerçados por ideias fracas, porque há jogos que na sua origem, foram bem pensados e amplamente otimizados para o propósito a que se aplicariam.
Make War é um título em que pouco tempo de jogo se consegue perceber que é uma espécie de peixe fora de água na eShop da Nintendo Switch, e é mais um caso de erro de casting, que não se saberá bem a quem é que irá agradar e a quem é que irá preencher os verdadeiros requisitos num género de jogo em que a oferta é arrojada e altamente competente.
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Com visuais a puxar pela moda dos títulos pixelizados, com altas referências forçadas a Minecraft, Make War incentiva os jogadores a intervirem em várias guerras pré-estabelecidas, através do comando de forças alienígenas, com recurso a armas, acessórios e outras mecânicas que vão sendo desbloqueadas conforme as ações vão decorrendo. Há, portanto, um lado tático, onde a estratégia será fundamental para o seguimento das várias missões que vão surgindo, mas a forma como a prática do entretenimento entra, e a explicação para a entrada de intervenientes como elementos alienígenas, dá a sensação de se tratar de algo tresloucado.
A premissa que se trata de ir orientando desde a era dos vikings e romanos até ao progresso da 2.ª Guerra Mundial, através de elementos de sandbox, é um pouco insípida dando a sensação de muitas vezes de tratar de uma espécie de simulação de cada ação de realizador. Se o jogador colocar elementos de vários grupos num canto, e se plantar armas estrategicamente montadas noutro, e correr fazer correr a ação, isso dará um resultado, mas caso mude as peças de sítio isso obrigatoriamente vai traduzir-se noutra proposta com um resultado diferente. Isso obriga naturalmente à repetição e à execução de várias tentativas, o que faz com que se perca toda a diversão ao fim de poucas tentativas.
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A jogabilidade de Make War, com os comandos físicos, não é prática, embora funcione. A fluidez dos comandos, movimentando a seta de indicador com o analógico nem sempre é prático e responsivo como seria de esperar para os padrões da eShop, contudo, o ecrã sensível ao toque é praticável e aí sim, nota-se que houve um cuidado extra dos criadores do jogo sendo por isso a melhor forma de ser experienciado.
Graficamente não deslumbra e as animações são pobres, até mesmo para o preço a que se encontra na eShop. Quando os embates ocorrem, há pancadaria, sangue, peças e membros pelo ar, mas o impacto é muito insuficiente e até aí se notará alguma falta de entusiasmo e interesse em repetir as variáveis das peças que o jogador decida colocar.
Considerações Finais
Make War já se encontra disponível para Nintendo Switch, Windows PC e macOS.
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N.R.: A análise a Make War foi realizada numa Nintendo Switch com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente disponibilizada pela No Gravity Games