Embora as narrativas nos jogos existam há tanto tempo quanto os jogos em si, priorizar a narrativa sobre a jogabilidade tem sido uma abordagem mais popular nos últimos anos devido a um boom do mercado independente e, portanto, à diversificação de experiências únicas. O impacto que uma história interativa pode ter sobre um jogador é significativo, pois os jogos são pioneiros em novas maneiras de explorar novas convenções sociais, políticas ou ideológicas.
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O sucesso de lançamentos como Gone Home, da Fullbright, que trata de temas LGBT, ou o tema de doenças mentais em Night in the Woods, é uma prova desse esforço para descobrir novas narrativas em videojogos.
Tema obscuro, mas interessante
Lydia é um destes títulos, que aborda temas mais maduros, o lançamento de estreia da Platonic Partnership. Somos Lydia, uma criança com uma grande imaginação enquanto ela cresce num lar desfeito. Uma noite, enquanto os seus pais dão uma festa, Lydia é levada para um mundo de fantasia, onde deve encontrar coragem para enfrentar um monstro que a assombra.
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As mecânicas de Lydia são mínimas, ao andarmos apenas de um ponto A para ponto B, interagindo com alguns personagens e respondendo apenas a algumas questões. Assim como outras experiências do género, Lydia tem um ritmo adequado e pode ser terminado numa única sessão, a qual demorámos menos de uma hora. É “gratificante” progredir, à medida que descobrimos mais sobre os segredos sombrios da nossa família e, finalmente, seguimos para alcançar o objetivo de Lydia de enfrentar o monstro.
Metáfora da infância problemática
Embora bem escrito e com um tema corajoso e abrangente, existem algumas falhas nos mecanismos do jogo. Os níveis de áudio por vezes ficam desiguais, e temos de ajustar o volume, o aspeto gráfico desenhado à mão por vezes choca com os cenários. Estes pequenos bugs menores não estragam necessariamente a experiência do jogo, mas podem quebrar a imersão, algo que não queremos ver a acontecer num jogo deste tipo.
Não podemos admitir que nos divertimos com Lydia, mas o objetivo também não é esse. É um título que leva o jogador a encontrar uma maneira de interagir com o texto e o assunto. É algo muito negro, muito introspetivo e muito real.
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Saiu também um DLC de apenas 1 euro que é apenas e só um donativo para uma instituição social para apoiar jovens que cresceram com este problema na sua vida e que dentro do jogo dá a Lydia um livro de desenhos de monstros que esta pode colorir.
Considerações finais
Com esta narrativa estimulante, Lydia é uma experiência que nos deixa sem palavras quando terminamos. A sua abordagem sobre temas adultos dentro de uma estética infantil parece familiar, mas consegue o suficiente para diferenciá-la de outros títulos indie. É um lançamento sólido pela Platonic Partnership e que nos deixa intrigado para ver o que vem a seguir do estúdio finlandês.
Lydia já se encontra disponível para Windows PC e Nintendo Switch.
N.R.: A análise a Lydia foi realizada numa Nintendo Switch com acesso a uma cópia digial do jogo, gentilmente disponivilizada pela Nakana.io