Análise Legends of Amberland: The Forgotten Crown

Os jogadores mais novos assim que observam um jogo com um estilo gráfico mais pixelizado, tridimensional e cheio objetos carregados de blocos e blocos, a primeira coisa que lhes passará certamente pela cabeça é que estará mais um título inspirado em Minecraft a caminho do mercado. Mas a verdade é que quem acompanhou o crescimento das arquiteturas das consolas ou evolução dos visuais dos videojogos, sobretudo desde o início dos anos 90, terá uma outra perceção e na maioria das vezes percebe que a intenção de uma editora ao desenvolver um novo título pode até nem ser a inspiração de um jogo que se tenha destacado nas últimas gerações, mas sim em buscar o acabamento daquilo que esteve na origem de um género.

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Os primeiros RPGs produzidos no mercado ocidental trouxeram visuais na primeira pessoa, gráficos muito pixelizados, comandos pesados e temas praticamente sempre virados para a era medieval. Legends of Amberland: The Forgotten Crown busca atingir os jogadores nostálgicos que apreciaram esses jogos, e se divertiram como nunca naquele período ainda meio obscuro do que viria a ser a indústria ocidental ligado ao entretenimento eletrónico. Might and Magic, é, portanto, de caras, a sua grande inspiração. O que, para os acérrimos fãs da série Might and Magic, Legends of Amberland: The Forgotten Crown pode desde logo ganhar vários pontos.

Com possibilidade de controlar e de criar até sete personagens, completamente personalizáveis, como a raça, a classe e os atributos de cada uma, Legends of Amberland: The Forgotten Crown de visual simplista, característico de um dungeon crawler de visão em primeira pessoa, com elementos de RPG, e de aventura, transporta-nos do ano de 2020 para a década de noventa sob um estilo que poderá não agarrar todos os jogadores logo com o primeiro encontro cara-a-cara.

Um mundo aberto para ser explorado com visão em primeira pessoa

Legends of Amberland: The Forgotten Crown leva o jogador a guiar um grupo de heróis que podem ser gerados pelo próprio ou de forma automática, em busca de uma Coroa especial capaz de atribuir um enorme poder a quem a possuir. Pela frente e para serem explorados estarão cavernas, masmorras, torres e castelos, e claro, vários inimigos que muitas vezes se cruzam pelo caminho do mundo aberto, mas que podem não ser desde logo recomendados para combate, embora o jogo avise quando necessário. Logo de início, Legends of Amberland oferece quatro dificuldades disponíveis de forma a se adequar a qualquer tipo de jogador, quer ele seja iniciado ou mais experiente. O que é perfeito para quem gosta de adaptar a aventura ao seu ritmo.

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A jogabilidade embora transmita ao primeiro olhar um visual arcaico e muito ultrapassado, é verdade que de apelativo tem muito pouco, contudo o propósito foi mesmo esse. As movimentações são inspiradas em rotação de 90 graus, em visão de primeira pessoa, ao bom estilo dos principais jogos 3D da década de novena. Para alimentar um pouco mais a exploração, Legends of Amberland tem algumas curiosidades paralelas à história principal, e que ajudam a dar alguma robustez à história principal, que embora tenha um início interessante, a verdade é que se perde e rapidamente cai em trivialidades e em chavões típicos do género.

Dificuldade que requer alguma atenção inicial

Há, porém, uma curva de aprendizagem patente apesar das várias dificuldades disponíveis, e isso vai se sentindo nos embates por turnos contra inimigos. Há várias espécies e a diversidade de adversários é razoável para um jogo com sinais evidentes de baixo orçamento, porém, estão apropriados ao propósito que é transmitido desde o início. Para além disso, há também vários biomas ao longo da jornada, o que até acaba por surpreender com alguns cenários e pela multiplicidade. Porém, o estilo visual é o mesmo, e não mudará pelo meio. As animações são fracas e as batalhas, oscilam de desafio e de interesse, e nem sempre são ricas em adrenalina. Para ajudar ainda mais à crítica, a banda sonora é repetitiva, curta e algumas melodias são de baixa qualidade.

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A interface dos menus e a forma como todo o esquema de conjugações e interações funcionam, são também um pouco confusas e ao início e poderão desencorajar logo à partida os jogadores que não estejam familiarizados com jogos mais exigentes e de maior atenção às jogadas e movimentações de dois ou três cliques. Há pouca intuição e o processo de aprendizagem é lento.

Considerações Finais

Legends of Amberland: The Forgotten Crown tem um público tem definido e certamente estará bem longe das recomendações para as grandes massas do mercado. É um dungeon crawler RPG à antiga que nos leva de 2020 para a década de 90, com forte inspiração na série Might and Magic.

A interface poderia ser ligeiramente mais convidativa e a jogabilidade devia estar melhor afinada, apesar dos vários níveis de dificuldade disponíveis. Visualmente segue a inspiração dos clássicos do passado, mas o baixo orçamento contribuiu para as animações fracas e para banda sonora de baixa qualidade. Tem um vasto mundo para ser explorado e há desafio pelo meio que certamente agradará aos aficionados do género.

 

+ Recuo ao passado com visuais em primeira pessoa

+ Mundo aberto com vários pontos de exploração

– Interface pouco intuitiva

– Jogabilidade com algumas imprecisões

– Animações e melodias fracas

N.R.: A análise a Legends of Amberland: The Forgotten Crown foi realizada numa Nintendo Switch com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente disponibilizada pela Pineapple Works

Tiago Marafona: Um autêntico fã de RPGs japoneses e um belo apreciador de jogos de plataformas. Nunca diz não aos clássicos Super Mario, The Legend of Zelda e Final Fantasy. É também um acérrimo admirador do trabalho do Ryu Ga Gotoku e da Monolith Soft.
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