Langrisser

Análise Langrisser I & II

Quantas pérolas se perderam pelo Japão enquanto aguardavam luz verde para avançar para outros territórios? Essa é ainda uma pergunta que muitos ocidentais vão fazendo conforme vão recebendo remasterizações, remakes e coletâneas de jogos e séries que até então estiveram acorrentados unicamente a uma região.

Muitos dos RPG de estratégia só começaram a ter maior audiência no ocidente já muito perto do virar do milénio, onde na vanguarda se encontravam nomes como Final Fantasy Tactics, Fire Emblem ou Tactics Ogre.

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Talvez o forçoso rigor tático, as animações curtas e a falta de ação pura e dura, tenham contribuído para a baixa popularidade deste género de RPG no mercado e que se tem estendido até aos dias de hoje, com as massas, à exceção de sagas como Fire Emblem ou Disgaea que têm vindo a conseguir sequelas atrás de sequelas, mas com números de vendas nem sempre consensuais.

E é muito por causa destes problemas que séries como Langrisser neste momento chegam ao mercado em versão de compilação e com visuais atuais em formato de remake. Langrisser I & II é uma coletânea que reúne os dois primeiros títulos lançados na década de noventa – sendo o primeiro conhecido especialmente por WarSong no mercado ocidental.

Compilação com várias opções de personalização

Esta coletânea traz, portanto, quatro línguas disponíveis, a possibilidade de escolha entre a banda sonora original e a versão moderna. Para além disso existem também várias opões de escolha de visuais. Por defeito, o jogo inicia com os visuais remasterizados, mas pode-se a qualquer momento alternar entre a versão clássica, colocar só o mapa clássico, ou apenas alterar a estética do visual das personagens para o modo original. Opções de personalização não faltam, e para os jogadores que jogaram as versões originais e ficaram ofendidos com os visuais suaves modernos, podem alternar a seu bel-prazer quando desejarem.

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Langrisser I & II tem como enredo básico a luta contra o mal, com ambientes místicos e mediáveis. Um estilo que geralmente é associado ao género de RPG de estratégia, em Langrisser I controlamos o príncipe Ledin, em busca da espada miraculosa Langrisser, depois do seu reino ter sido tomado por forças malignas e da morte de seu pai. Já a história de Langrisser II, decorre duzentos anos depois do primeiro jogo, com o mundo a ter como o conto ficcionado dos poderes místicos da tal espada incrível. O foco no segundo título tem início com Elwin, um jovem que se encontra a combater do lado dos descendentes da luz, e logo descobre que para equilibrar a luta do bem contra o mal, terá de reunir não só a espada mágica – Langrisser, como também a espada Alhazard.

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RPG de estratégia clássico sem grandes revoluções

Tanto o primeiro título com o segundo ambos têm um início semelhante. As habilidades do protagonista são determinadas conforme as respostas do jogador num inquérito inicial. Após isso, Langrisser I & II reúnem características iguais um outro título qualquer de RPG de estratégia. O jogador movimenta as suas unidades no cenário como se fosse um tabuleiro de xadrez, com várias características especificas conforme cada terreno, que podem potenciar ou diminuir algumas ações. Cada comandante a cada embate (unidade principal), reúne vários mercenários (que o jogador pode contratar no início de cada missão), e assim executar várias ordens a cada uma delas. Porém, se um comandante for derrotado, todas as unidades em seu redor serão derrotadas.

Cada missão pode ter um ou vários objetivos para se sair bem-sucedido, assim como também existem alguns critérios para que a missão não seja mal-sucedida. Portanto, nem sempre uma missão tem como objetivo derrotar todos os oponentes do cenário, o que só por si já demonstra que o jogador muitas vezes terá de utilizar outras estratégias e encarar os terrenos de várias formas.

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Cada comandante vai ganhando experiência conforme as suas ações no decorrer a cada embate. Com isso, vai construindo na árvore das profissões de cada classe – cavaleiro, arqueiro, curandeiro ou simples guerreiro de espada, o jogador poderá mudar de classe dos seus comandantes, conforme o seu estilo de jogo, caso seja mais defensivo, caso seja mais atacante, ou se prefere um comandante mais físico, ou se é simplesmente um amante de magias poderá percorrer esse caminho.

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Por vezes combates extensos e com variações de interesse

Dentro desse leque de personalização, conforme os combates vão ocorrendo, existem por vezes motivos para se explorar os cenários, com itens que podem ser adquiridos e perfeitamente identificados no terreno. Para além disso, Langrisser I & II também tem uma loja onde é possível comprar novas armas e novos acessórios.

Langrisser I & II não tem uma dificuldade alta, podendo ser ainda selecionado pelo jogador conforme a sua experiência com a série ou com jogos do género. A maioria das missões recorre essencialmente à estratégia do jogador e não ao nível de cada personagem. Ou seja, dentro das várias possibilidades de vitória (em alguns casos), o jogador tem quase sempre várias formas de sair bem-sucedido, com mais ou menos esforço, cada ação determinará esse resultado.

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Dentro de cada tabuleiro para além dos comandantes do jogador, e do inimigo, podem ainda surgir aliados ou meros peões, o que ao fim de algumas jogadas cada cenário começa a ter uma vida diferente, porém, algumas partidas tendem a estender-se em demasia, muito devido baixo crescente do poder das personagens. Percorrer um cenário, e andar atrás dos inimigos, por vezes torna-se meio aborrecido, principalmente quando a vitória está praticamente garantida. Visualmente, Langrisser I & II apesar das inúmeras opções de personalização, quer com modelos novos ou modelos antigos, as animações tendem a ser repetidas a curto prazo e as melodias repetitivas, em ambos os casos, e isto com enredos que podem exceder às quatro dezenas de horas.

Apesar de taticamente Langrisser I & II oferecerem ao jogador a total sensação de controlo, e de responsabilidade de vitória graças às ações tomadas, nem sempre a gratificação é dada no fim de cada missão, muito por causa da simples narrativa e do enredo previsível. Algumas batalhas também por vezes se estendem em demasia, o que acaba por tirar alguma adrenalina durante alguns momentos sem ação.

Considerações finais

Langrisser I & II é uma ótima compilação de dois títulos de RPG de estratégia que marcaram a década de noventa. Este remake, embora com mudanças de visuais, e de possuir inúmeras opções de personalização, não puxa ao máximo nas características de potência que atualmente as grandes produções exibem, contudo, para os amantes do género de certeza que não se vão sentir defraudados com o que será exibido na tela durante os embates.

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Langrisser I & II, como jogos independentes, embora não se destaquem em nenhuma componente de jogo, trazem aquilo que os clássicos do género de estratégia naquele período ofereciam, com uma narrativa simples, um estilo de jogo básico, e de rápida aprendizagem. Não é a melhor opção de RPG de estratégia atualmente no mercado, mas para quem aprecia umas jogadas de fazer pensar antes de mexer em cada peça do tabuleiro, sem grandes preocupações com o enredo, sairá bastante satisfeito.

N.R.: A análise a Langrisser I & II foi realizada numa Nintendo Switch.

Langrisser I & II
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Coleção com muitas opções de personalização
Clássicos da década de noventa com visuais melhorados
Escolhas do jogador influenciam os percursos ao longo do jogo
Algumas batalhas um pouco extensas
História clássica e com alguns clichés
A banda sonora é curta para a duração
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