Análise La-Mulana 1 & 2

O mercado neste final de geração está a mexer-se de uma forma diferente do que aconteceu nas gerações anteriores, moldando-se para o lançamento de remasterizações, remakes ou simples e puras colectâneas de títulos lançados nesta ou de outras gerações. Embora esta abordagem seja altamente produtiva para encher as prateleiras das lojas físicas, e até mesmo ocupar mais algum espaço em lojas digitais, a verdade é que este modelo faz com que o ritmo de lançamento não abrande e que a sensação de falta de jogos “novos”, seja atenuada.

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De uma maneira geral o mercado tem tendência a aceitar bem a chegada de títulos remodelados ou aperfeiçoados ao que a indústria pede atualmente, contudo, a questão bate-se quando os preços que são pedidos por alguns destes títulos não correspondem ao que realmente seria justo para a era atual. Ou mais ainda, quando as editoras se limitam simplesmente a compilar e embalar um produto numa espécie de 2 em 1, com um preço camuflado e altamente inflacionado. Mas, independente disso, quem decide se a aquisição valerá ou não a pena, será sempre o consumidor.  E no caso de La-Mulana 1 & 2, valerá a pena?

Dose dupla de “Metroidvania”

A chegada de La-Mulana 1 & 2 é um desses casos que atinge agora o mercado numa embalagem em dose dupla, depois de o primeiro título ter percorrido algumas plataformas das gerações anteriores. Contudo, esta versão que junta o primeiro e o segundo título e que se estreia com este lançamento no Ocidente, a única coisa que traz de novo é simplesmente a combinação numa só unidade se for físico, e uma extensão direta da primeira aventura. Mas à exceção disso, a mais pura das evidências, é que este pacote inclui dois jogos clássicos de aventura de plataformas, de qualidade, e que jamais poderão passar ao lado dos verdadeiros apreciadores do género.

A série La-Mulana pode ser descrita como um  “Metroidvania”, onde a exploração geral de cada mapa do jogo fica praticamente encarregue de acontecer na forma que o jogador desejar, desde que, consiga adquirir certas habilidades que lhe permitam ultrapassar os vários obstáculos que se encontram estrategicamente montados espalhados pelos cenários. La-Mulana 1 & 2 oferecem, portanto, uma boa longevidade e muitos inimigos para serem destronados, variadíssimos quebra-cabeças tanto de lógica como de interpretação. O que é evidente desde logo os primeiros minutos, é que a dificuldade é ligeiramente superior ao que é comum em jogos deste género, o que tira logo todas as dúvidas e deixa bem claro que a experiência não é recomendada a jogadores inexperientes em jogos de plataformas e ação pura e dura.

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Grande parte da base da série decorre com exploração arqueológica. No primeiro jogo, quem assume o comando é o professor Lemeza, juntamente com o seu chicote que se desbrava sobre cenários com inimigos e puzzles de todas as variedades e feitios em busca dos vários mistérios da humanidade. Já na sequela, a jornada tem início com a sua filha, Lumisa Kosugi, onde explora ruínas e masmorras para descobrir a razão da existência de tantas criaturas e monstros gigantes.

Algumas dezenas de horas de jogo com muitas habilidades e armas

Em La-Mulana 1 & 2 não existe propriamente um tutorial. O jogador vai descobrindo as mecânicas praticamente sozinho, à medida que vai avançando em cada cenário. Há vários caminhos disponíveis, e alguns até secretos. Essas opções são ótimas, pois levam a que os jogadores se desdobrem e busquem mais alternativas. Há também várias pistas enigmáticas ao longo dos níveis, estas pistas vão dando algumas ajudas ou baralhando ainda mais o jogador. La-Mulana 1 & 2 possui uma vasta longevidade, podendo oferecer num total mais de 30 horas de jogo, com várias armas e habilidades por serem desbloqueadas. Uma quantidade absurda para o que seria suposto para jogos deste estilo.

Uma espécie de Indiana Jones

Graficamente é um clássico jogo de plataformas em 2D, com cores pouco brilhantes, sendo até um pouco obscuro dando a sensação de jogos da era 16 bits. Em termos de comparação, não será descabido afirmar que se trata de uma espécie de “Indiana Jones” disfarçado, o que até é bastante honroso. Já no campo da jogabilidade, em ambos os jogos, a mecânica não se compromete na agilidade, mas sim na perícia e na assertividade. Os saltos por vezes são um pouco descalibrados, e os ataques nem sempre são executados com a melhor precisão, mas fora isso, que em pouco tempo se vai ganhando a perceção dos tempos certos, tanto de salto como de ataque, La-Mulana 1 & 2 não falham. Destaque ainda para o áudio que acompanha ambos os jogos, pois são de qualidade de se destacar.

Considerações Finais

La-Mulana 1 & 2 é uma compilação que reúne dois bons jogos de plataformas com selo de “Metroidvania”, onde as habilidades, exploração com avanços e recuos nos cenários, fazem parte de todo o propósito. Nesta compilação, estão algumas dezenas de horas de jogo, com muitos colecionáveis e desafios de quebra-cabeça, inúmeros inimigos e bosses pelo caminho. Contudo, convém deixar claro que à exceção do segundo título, o primeiro jogo é o mesmo tal como já se conhecia. Portanto, o que poderá deixar dúvidas quanto ao valor desta compilação, poderá ser apenas no preço.

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La-Mulana 1 & 2 já se encontra disponível para Nintendo Switch, PlayStation 4, Xbox One.

N.R.: A análise a La-Mulana 1 & 2 foi realizada numa PlayStation 4 com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente disponibilizada pela NIS America

La-Mulana 1 & 2
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Dois “Metroidvania” de calibre
Muitas horas de jogo pela frente, com muito por desbloquear
Dificuldade aceitável para jogadores experientes
Dificuldade poderá ser um tormento para quem não está ainda ajustado
Jogabilidade por vezes imprecisa
3.5
Tiago Marafona: Um autêntico fã de RPGs japoneses e um belo apreciador de jogos de plataformas. Nunca diz não aos clássicos Super Mario, The Legend of Zelda e Final Fantasy. É também um acérrimo admirador do trabalho do Ryu Ga Gotoku e da Monolith Soft.
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