Análise Intruders: Hide and Seek – Um sombrio jogo de escondidas

A indústria dos videojogos é um dos setores com maior crescimento nos últimos anos e um dos resultados desse crescimento é o aparecimento de novos estúdios, muitos deles independentes. Um desses estúdios nasceu em 2016, na cidade de Madrid na nossa vizinha Espanha… O Tessera Studios começou por ser um projecto final na U-Tad [Centro Universitario de Tecnología y Arte Digital] mas depressa se transformou num sonho tornado realidade, contam os próprios.

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Algo que, par a par com a indústria de videojogos, também tem vindo a crescer é a tecnologia. E é por isso mesmo que estamos a falar dos Tessera Studios. O primeiro jogo que lançaram faz uso de uma tecnologia que tem evoluído a grande passo, a realidade virtual, para nos mostrar a ideia que o estúdio tem para os videojogos. Intruders: Hide and Seek é um jogo das escondidas, bastante sombrio, que usa a realidade virtual e os PSVR para nos transportar (e muito bem) para vida de Ben, um miúdo de 13 anos que se vê obrigado a passar uma das noites mais assustadoras da sua vida enquanto tenta salvar a família.

Intruders: Hide and Seek tem tido um início de vida bastante promissor já com algumas prémios arrecadados, incluindo o prémio para melhor jogo na terceira edição dos prémios PlayStation Talents em Espanha. O título está agora disponível para compra na PlayStation Store e nós no Future Behind já tivemos oportunidade de tentar salvar a família de Ben.

Como já referimos, Intruders: Hide and Seek transporta-nos para a vida de Ben e da sua família. No início do jogo, disponível em VR ou no monitor convencional, depressa percebemos que o pai da personagem principal é médico e que trabalha em algo importante, percebemos também que a irmã de Ben tem uma condição médica que a faz precisar de medicação. Quando chegamos a casa temos algumas tarefas domésticas que nos vão ensinar os controlos básicos e ainda um pequeno jogo de escondidas que nos mostra os locais que podemos usar como esconderijo e mais alguns controlos.  

“A luz é de tal forma surpreendente…”

A nível gráfico, embora as personagens tenham um aspecto bastante próprio o que as torna um pouco estranhas, o interior da habitação é magnífico. Os detalhes de cada uma das divisões é incrível e o trabalho que foi feito pelo estúdio espanhol com a luz é de tal forma surpreendente que, mesmo jogando num monitor 4K e não em VRm conseguimos sentir que estamos dentro da vivenda e não em frente a um ecrã. Durante a fase inicial do jogo vamos ainda receber uma lanterna que nos vai ser bastante útil no decorrer da narrativa, como devem imaginar não é fácil para uma criança andar durante a noite por uma casa gigante… agora juntem a falta de luz e três caras menos amigáveis que nos tentam apanhar a todo o custo.

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O jogo é bastante fácil de perceber. Sendo o objectivo ajudar os nossos pais que estão presos na cave da casa temos algumas ajudas, uma delas é o mapa dos três andares da casa que vai marcando o local onde estamos e também o local para onde temos que ir. A outra ajuda que temos durante o decorrer do jogo vem do interior de um panic room, a nossa irmã que esta presa nessa divisão vai olhando para as câmaras de videovigilância e dando-nos alguma dicas sobre o que fazer a seguir.

“A respiração é um elemento chave”

Durante o decorrer da noite é inevitável não sermos avistados algumas vezes, quando isto acontece o que temos que fazer é rapidamente encontrar um local onde nos possamos esconder e assim evitar que sejamos apanhados e consequentemente recomeçar do local onde o jogo foi anteriormente gravado.

Em alguns destes momentos, quando temos que nos esconder mais à pressa, vamos ter os nossos inimigos a procurar por nós muito próximos do armário onde nos estamos a esconder. Aqui temos que controlar a respiração da nossa personagem, pois se não o fizermos o pequeno Ben vai ficar nervoso e o barulho que faz leva os inimigos à nossa localização e por sua vez faz com que sejamos apanhados. A respiração é um elemento chave quando nos estamos a esconder, e para a controlar temos que fazer movimentos rítmicos com o comando da consola, este detalhe está muito bem conseguido e faz um excelente uso das capacidades do DualShock 4.

Mas nem tudo são maravilhas neste Intruders: Hide and Seek, para além de ser um pouco complicado a nossa orientação na casa quando tentamos seguir o mapa também existiram alguns problemas que nos deixaram um pouco aborrecidos. Geralmente quando somos avistados e entramos num armário o nosso inimigo passa ao pé desse mesmo armário mas acaba por desistir e continuar o seu caminho… ora bem, por algumas vezes o que aconteceu foi que o mau da fita acabava por parar em frente ao armário, sem o abrir mas também se mexer. De todas a vezes, depois de esperar alguns minutos a única solução que arranjamos para continuar foi sair do armário, ser apanhados e depois recomeçar o jogo do local onde foi gravado anteriormente. Mas não se preocupem, porque mesmo com pequenos problemas este é um título que merece ser jogado… preparem-se para passar um bom bocado e claro, para alguns sustos.

Considerações finais

Por fim resta-nos dizer que vão querer jogar Intruders: Hide and Seek, caso o estejam a fazer (como nós) sem os PSVR, num ambiente escuro e com boas condições sonoras (para ouvir cada passo dentro da mansão). Assim vão conseguir um bom nível de imersão… vão ser transportados para dentro da vivenda e, lado a lado com Ben, vão viver uma noite assustadora na vossa própria casa.

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Intruders: Hide and Seek é um jogo bastante interessante, recheado de momentos de cortar a respiração enquanto “brincamos” às escondidas como fazíamos quando éramos crianças. Como referido, o título exclusivo já está disponível na PlayStation Store e pode ser jogado sem PSVR embora tenha sido desenhado e pensado como um jogo de realidade virtual.

 

N.R.: A análise a Intruders: Hide and Seek foi realizada numa PlayStation 4 Pro com acesso a um código da versão final do jogo disponibilizado pela PlayStation Portugal

Intruders: Hide and Seek
Reader Rating3 Votes
9.5
Qualidade gráfica dentro do interior da habitação
Narrativa bastante bem construida
Qualidade sonora durante todo o jogo
Alguns bugs que precisam de ser corrigidos
Animações nem sempre são as melhores
8
EM 10
André Oliveira Santos: Licenciado em comunicação, a trabalhar em fotografia. Sempre tive um gosto especial e uma grande paixão por gadgets, videojogos e novas tecnologias no geral.
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