É verdade que os jogos são uma forma de expressão artística. Seja pelo estilo gráfico, mecânicas diferentes ou pela história que conta. E sem dúvida que um dos jogos que mais comprova essa máxima é Infini, desenvolvido pelo estúdio Barnaque e publicado pela Nakana.
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Infini é um título difícil de explicar que aliado ao seu aspecto, tem alguma dificuldade em chamar a atenção dos jogadores. No entanto, é garantido que todos aqueles que tenham a coragem de o explorar ficarão, de uma forma ou de outra, marcados pela experiência. Tanto o seu estilo gráfico, como as suas mecânicas e história são elementos com bastante mais profundidade do que inicialmente deixa transparecer.
Esperança perdida
Infini conta a história de Hope, o personagem controlado pelo jogador, que procura uma saída do Infinito, de forma a conseguir voltar à Realidade. Nessa sua busca encontra vários personagens que o ajudarão (ou não) a atingir esse objectivo. Para tal, Hope terá de passar por vários multiversos a fim de encontrar a saída.
Cada um desses multiversos, apesar de infinitos, tem regras próprias, obrigando a abordagens diferentes a fim de ser possível completar esse nível. O objectivo para tal é conseguir que o Hope, que se encontra numa queda perpétua num espaço infinito, chegue ao portal de saída, evitando os diferentes obstáculos que lhe vão surgindo.
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Não existem tutoriais sobre o funcionamento dos níveis, ficando ao encargo da dedução do jogador perceber o que é suposto ser feito. Mesmo assim, graças ao ótimo desenho dos níveis, essa tarefa não será complicada para o jogador. Conforme se for avançando nos níveis, novos conceitos vão sendo introduzidos. Esses conceitos podem ser tão simples como alterar a aceleração de queda do Hope, ou mais complexos como revelar zonas ocultas do mapa que alteram a sua estrutura e a forma como nos podemos movimentar.
O aspecto Surreal
A jogabilidade, apesar de bastante simples, tem desafios lógicos bastante desafiantes o que será do agrado dos amantes do género. No entanto, a maior marca que Infini deixa no jogador não está relacionada com os desafios mas sim com a sua apresentação.
Graficamente o jogo é de tal maneira surreal que poderá chegar a ser perturbador para alguns dos jogadores. A contribuir para essa sensação temos a banda sonora, também ela surrealista e perturbadora. Mas, acima de tudo, a história é o que realmente cativa e alimenta a curiosidade do jogador e a vontade de continuar.
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A sequência da história não é reproduzida de forma linear, sendo os momentos apresentados identificados com a quantidade de dias após O Incidente. Adicionalmente, é ainda possível observar as mudanças físicas que o personagem Hope vai sofrendo, levando o jogador a questionar-se sobre o motivo de ele estar assim. As revelações são sempre feitas nas doses certas de forma a alimentar a curiosidade do jogador e fazendo com que este queira continuar a percorrer a história.
Escapar do Infinito
Infini não é um jogo tradicional em nenhum dos aspetos. A sua apresentação parece descuidada, os personagens sem sentido e a história algo simplista. No entanto, todos aqueles que tenham a capacidade de apreciar uma obra surrealista terão a agradável sensação de serem surpreendidos. No entanto, todos aqueles que não gostem de surrealismo ou não apreciem jogos que dão mais ênfase à sua expressão artística não irão, de qualquer forma, apreciar este jogo.
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Toda a sua história é uma interessante e cativante alegoria sobre a viagem do Hope que quer voltar para a Realidade. Os puzzles são desafiantes e garantem ao jogador várias horas a coçar a cabeça, culminando num satisfatório “Ah! Ah!” quando a solução é encontrada. Sem dúvida que Infini deixará a sua marca aos jogadores que se aventurem no seu mundo surrealista.
Para todos aqueles que ainda se encontrem indecisos, poderão experimentar o demo disponível na página da Steam ou através da Itch.io. O jogo já se encontra disponível para PC, estando planeado uma versão para a Nintendo Switch no 2º trimestre do ano.
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N.R.:A análise a Infini foi realizada num computador Windows com acesso a uma cópia digital do jogo, gentilmente cedida pela Nakana.io.