Os jogos, muitas vezes, funcionam como o cinema: nem sempre precisam de ser experiências altamente profundas, ou narrativas exigentes. Há dias em que, como dizia a Cindy Lauper, só nos queremos divertir. Hot Shot Burn encaixa, efetivamente, neste compartimento. O único propósito que traz, para as nossas consolas e PC, é a possibilidade de passarmos uns bons minutos com amigos ou família. Se o concretiza? Assim-assim.
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Tiros, tiros e mais tiros
A premissa de Hot Shot Burn é tão simples quanto a sua jogabilidade. Escolhemos um avatar, de uma lista de diversas personagens, para jogarmos contra mais 3 jogadores numa das várias arenas disponíveis. A partir daí, precisamos de navegar o campo com a nossa personagem, numa área sempre diminuta, repleta de barreiras e, em algumas arenas, obstáculos criativos que nos levam a mudar de perspetiva. Por exemplo, numa das arenas, as paredes permitem o ricochete das nossas balas. Já noutra, submersa em água, a velocidade com que a percorremos e a física do movimento são, naturalmente, mais lentas que o normal.
O objetivo? Ser o último sobrevivente em cada round. Para isso, temos à nossa disposição uma arma por herói, cada uma com um efeito diferente: balas que ressaltam, tiros de caçadeira em três, ou uma sniper. Para além disso, cada personagem detém uma habilidade especial, recarregável, para se adaptar a cada tipo de jogador.
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A sniper, Luna, consegue camuflar-se e ficar invisível durante segundos, ao passo que o cacto Mr. Peakl solta espinhos em todas as direções e Chuck carrega, em velocidade, contra os inimigos. Utilizando as armas e as habilidades, precisamos de amealhar 50 pontos no total. Assim que alcançarmos essa meta, se sobrevivermos mais um round, ganhamos a partida.
No entanto, os restantes jogadores podem juntar-se contra nós para, justamente, impedir-nos de vencer e, ao mesmo tempo, aumentar a pontuação deles, naquela que é, talvez, a única componente mais estratégica de Hot Shot Burn.
Jogo de Sofá Cheio
Porque se há coisa que Hot Shot Burn não é… é ser pormenorizado. Utilizamos dois botões – um para disparar, outro para a habilidade especial – e a mira é controlada através do analógico que, também, controla os nossos movimentos. Numa era de setups de dual sticks, esta decisão torna a jogabilidade bem mais confusa e caótica.
Suspeito, aliás, que é essa a ideia. É que se procurarem aqui algum modo Campanha ou se a jogabilidade online e com amigos não vos atrai, Hot Shot Burn não é para vocês. A única alternativa oferecida são partidas com três bots, cuja AI é facilmente previsível e, contra o computador, o jogo perde rapidamente a graça após os primeiros 10 minutos.
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O formato online melhora um pouco este aspeto, porque as partidas se tornam mais imprevisíveis e porque jogamos contra os Campeões (no modo local, os bots são todos iguais, pequenos computadores sem habilidades). Porém, não temos forma de entrar em contacto ou interagir com os adversários, por isso… considerem apenas um evoluir pequeno do que vos é oferecido no modo local, se jogarem sozinhos.
Hot Shot Burn brilha com mais intensidade quando jogado, localmente, com quatro pessoas. As estratégias podem ser formuladas no momento, em conversa, as reações à jogabilidade mais… perra, tornam-na mais aceitável e, até, recomendável para jogar em família. Para além disso, a natureza repetitiva e rápida das partidas torna Hot Shot Burn perfeito para jogar entre pais e filhos mais pequenos, porque a habilidade é altamente relativa: já a diversão de ultrapassar um dos progenitores ou irmão num round depois de terem liderado o jogo todo, é impagável.
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Os gráficos são simples, brilhantes, com destaque para os néon que percorrem as várias arenas e menus. Num jogo frenético e rápido como Hot Shot Burn, ajudam a tornar o pacote mais apelativo. Já as personagens e as “tiradas” do comentador deixam muito a desejar, seja pela falta de inspiração dos designs – já vimos as inspirações noutros locais, sempre melhor -, seja pelo humor fácil e, por vezes, muito pouco apelativo.
Não ajuda, também, que a variedade de frases seja altamente reduzida e rapidamente repetitiva, bem como a música, eletrónica e animada, mas com pouquíssimos temas para apimentar Hot Shot Burn.
Considerações finais
O mundo dos videojogos está, cada vez mais, repleto de títulos multijogador com mecânicas altamente pormenorizadas, narrativas profundas e estádios de habilidade progressivos. Se o que procurarem for uma destas experiências, esqueçam Hot Shot Burn.
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Contudo, se o objetivo é passar uma tarde divertida com amigos e família, este é o aperitivo perfeito para, depois da refeição, se soltar umas gargalhadas em conjunto e, em sessões rápidas de jogo, tornar o serão mais agradável. No entanto, a falta de variedade de personagens, armas, arenas e até de opções estratégicas, torna Hot Shot Burn um daqueles jogos que acabam por ficar, num canto, passado alguns dias.
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N.R.: A análise a Hot Shot Burn foi realizada numa Nintendo Switch com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente disponibilizada pela Forever Entertainment S.A.