Ghostrunner é a fantasia que qualquer jogador tem. Ser um robô? Confere! Ser um ninja? Confere! Ser um robô ninja num ambiente cyberpunk (um ambiente que anda muito na berra) que saltamos, deslizamos, corremos pelas paredes e cortamos todos os inimigos que nos aparecem na frente? Quem nunca?
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É o que a One More Level, criadores deste título se propõem, dar-nos a nossa fantasia dos anos 90, que antes eram em 2D, e agora a todo o gás, somos transformados numa máquina assassina a percorrer níveis, que mais se assemelham a puzzles dinâmicos, a uma velocidade incrível.
Rápido e eficaz
Nós e os nossos inimigos morremos só e apenas com um toque e assim o nosso sucesso pese rapidamente para um lado ou para o outro. Se ficarmos parados e demorarmos a pensar, somos derrotados num ápice, mas limpar cada área requer tanto de planeamento (após morrer muitas vezes), como de reflexos e da nossa capacidade de resposta com o comando. Como falámos, vamos morrer imensas vezes, mas os checkpoints frequentes e os tempos de carregamento rapidíssimos fazem com que a repetição não seja chata e aborrecida, mas sim viciante e que nos faz voltar a tentar só mais uma vez. Toda a narrativa é envolta num contexto futurista e cyberpunk que envolve um “herói” com amnésia que é assistido por uma inteligência artificial um pouco questionável.
Ninja das Caldas
Parkour em primeira pessoa nunca soube tão bem. Os ambientes são relativamente fáceis de ler e as nossas manobras acrobáticas fluem de umas para outras e ao usar a habilidade de abrandar o tempo, ainda melhor. Ao carregar de um botão, podemos esgueirar-nos para o lado, não só para nos desviarmos das balas, mas também para corrigir a nossa trajetória e conseguirmos ser mais letais. Há secções que é um jogo puro de plataformas, que nos exige conhecer e aplicar todas as habilidades disponíveis, mas as zonas de combate gradualmente adicionam perigos extra como inimigos com escudos, drones e afins, obrigando-nos a mudar constantemente a nossa estratégia. Ocasionalmente a velocidade que conseguimos apanhar nas nossas ações (já que se as intercalarmos com sucessos, o nosso impulso aumenta e por vezes ficamos descontrolados) faz com que acabemos por cair pelos abismos, tudo isto faz com que Ghostrunner consiga ser desafiante e difícil.
Eventualmente entramos no ritmo e conseguimos encadear os nossos movimentos nos níveis que antes eram labirintos e que se tornam desafios de puzzles tentando intercalar todas estas ações de uma maneira que já nos sentimos confiantes demais com as nossas habilidades, conseguimos planear os nossos passos e executar perfeitamente o percurso. A seguir morremos mais dez vezes.
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Ghostrunner é frenético e intenso e ao realizarmos tudo bem sentimo-nos o ninja do momento. O que também ajuda é que o grafismo e a sua arte, aliada à banda sonora quase perfeita neste contexto, raramente tenham falhas para que haja uma maior imersão. Só por vezes existem alguns problemas de performance e screen tearing mas nada que seja muito grave.
Misturado em toda esta ação existem alguns desafios de puzzles em que nos são retiradas as nossas habilidades e ao resolvê-los dão-nos upgrades que são arrumados como peças de Tetris (sim, estão a ler bem), e que é uma maneira de nos limitar o uso de certas habilidades. Existem também colecionáveis em cada nível, mas é difícil tirarem a nossa atenção do objetivo principal, ser um ninja cibernético impiedoso.
Considerações finais
Debaixo da sua capa futurista, Ghostrunner é um jogo de ação que não pede licença pelo que é e no que faz. É rápido e viciante ao mesmo tempo que pode ser repetitivo e frustrante, mas essa é uma barreira muito fina que apenas o jogador pode decidir o que é.
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Mas para quem gostou de Mirror’s Edge e gosta do contexto cyberpunk está aqui um título que vos pode conquistar, principalmente pelo preço reduzido a que se apresentou no mercado.
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N.R.: A análise a Ghostrunner foi realizada numa PlayStation 4 com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente disponibilizada pela 505 Games.