Todos conhecemos Gears of War como sendo um porta-estandarte da Microsoft primeiro para a marca Xbox e depois na junção de todo o seu portefólio tanto na consola como em PC. A série é conhecida como um cover based shooter em terceira pessoa, muito violento, que retrata a luta da espécie humana contra a invasão dos Locust, alienígenas impiedosos que estão dispostos a tudo para ter o que querem.
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Gears Tactics é uma volta a 180 graus do que normalmente é um jogo Gears, sendo um jogo tático por turnos com vista isométrica, tal como o famoso XCOM também conta com altíssimo grau de personalização tanto em habilidades como na estética dos personagens. Será que a franquia é bem representada neste género e, ao mesmo tempo, será que representa bem o género em que se insere?
Os Locust estão de volta
Este título apresenta Gabe Diaz, pai de Kait, personagem de Gears of War 4, para a frente. Como militar tático que é, é incumbido de liderar os resquícios dos C.O.G. para mais uma batalha contra os Locust. Já o antagonista desta história é Ukkon, engenheiro e geneticista Locust responsável pelas armas e monstros bélicos que estamos habituados a ver na série. Todo o conflito é contado com aquelas que são as melhores cutscenes que já vimos em jogos Gears of War, o que faz com que, nestes trechos, pareça que estamos a jogar mais um episódio de Gears, mas em que o campo de batalha é todo um plano estratégico.
Gears Tactics faz um bom trabalho na personalização da nossa interface de jogo. Podemos reduzir o número de estatísticas e percentagens de acerto nos inimigos no ecrã podendo ficar um toque mais arcade, por assim dizer. A The Coalition e a Splash Damage também se esforçaram ao máximo para dar a Gears Tactics todos os ajustes gráficos e as configurações que os jogadores de PC esperam, além de uma ferramenta de benchmarking. Pode jogar com um comando também, mas foi projetado com o rato e teclado em mente.
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Além de todas estas configurações, Gears Tactics segue um formato geralmente familiar para jogos isométricos baseados em turnos, alterado para dar uma sensação mais familiar ao estilo “Gears“. Não há restrições de uma rede de movimentos como, por exemplo, XCOM. Em vez disso, podemos mover os nossos personagens em qualquer direção, com base num raio específico por action point (AP). Os action points controlam o número de habilidades ou movimentos que podemos executar a cada turno, como na maioria dos jogos semelhantes. Em Gears Tactics, no entanto, The Coalition tenta manter o ritmo do jogo um pouco mais próximo do de um shooter como no resto da franquia, por isso existem muitas habilidades que recompensam combinações de action points em progressão, permitindo que exerçamos muita pressão sobre os nossos inimigos.
As execuções são um movimento incontornável de Gears of War e, em Tactics, recompensam todo o grupo com um action point adicional para esse turno, que pode mudar drasticamente a situação, além de oferecer cenários de risco e recompensa para equilibrar a nossa progressão.
Uma execução pode deixar um dos nossos personagens sem cobertura, por exemplo, mas os action points extra que recebemos por ações adicionais podem valer esse risco. As hordas de inimigos movimentam-se rapidamente, reduzindo o tempo que temos que esperar entre as jogadas. É esse ritmo, que Gears Tactics mantém, que nos apela de forma diferente de outros jogos similares.
Embora não haja uma rede para o movimento como falámos anteriormente, as nossas unidades entram em cobertura automaticamente ao nos aproximarmos de um objeto ou muro. Como no jogo “normal”. Deslizar para a cobertura, na verdade, oferece mais alguns metros de movimento por action point para aproveitar, o que pode ajudar a planear manobras de flanqueamento. Durante o jogo, lutamos contra todos os inimigos básicos de Gears of War do lado dos Locust, além de alguns novos que complementam a experiência da estratégia.
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Por exemplo, os Tickers de Gears of War 2 são efetivamente kamikazes com pernas, correndo antes de se auto-destruirem. Os Tickers são difíceis de acertar enquanto estão em movimento, mas dar-lhes um pontapé como num jogo normal de Gears of War, eles sofrem dano extra quando caem, permitindo que possamos mudar o rumo de uma batalha ao infligir mais dano com estas pequenas ações. Para nos ajudar a enfrentar inimigos em Gears temos à nossa disposição uma vasta gama de ferramentas, armas e melhoramentos especiais para nos ajudar.
Esquadrão Suicida ou os Soldados da Fortuna?
O nosso esquadrão em Gears Tactics é dividido em duas categorias. Heróis, que são personagens fixos que compõem a história e aparecem em cenas e as tropas, que são personagens suscetíveis à morte permanente. O jogo possui um modo Ironman, o que significa que as nossas escolhas, sucessos e fracassos são permanentes.
Caso contrário, podemos jogar no modo normal e até voltar atrás nas missões através de um save antigo para salvar aliados mais poderosos e assim ter um esquadrão mais forte. Todos os personagens também têm imensas opções de personalização estética, com estilos de armaduras, modificações de armas, cores e acabamentos metálicos. Para as tropa,s podemos até mudar os seus nomes ao estilo XCOM.
Todos os personagens ganham experiência e sobem de nível através de missões, em quatro classes básicas com diferentes árvores de habilidades e especializações, Heavy, scout, support e vanguard. Os heavy, por exemplo, especializam-se em cobrir uma área no mapa, e ganham precisão se os turnos forem rodando e eles permanecerem na mesma posição. Os que têm caçadeiras são excelentes em pressionar e combate de curta distância, garantindo ao esquadrão action points adicionais.
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Existem também especializações de sniper e orientadas para a liderança, juntamente com habilidades de heróis que podem alterar drasticamente o combate e vamos precisar destas habilidades para enfrentar as grandes batalhas de bosses. Estas batalhas são um destaque do jogo, não são apenas enormes – Trazem, para o tabuleiro de jogo, habilidades devastadoras que vão pôr em causa o nosso conhecimento das nossas próprias tropas e dos seus movimentos, vamos dar por nós a ter que personalizar as nossas personagens com as mais variadas habilidades ativas e passivas que Gears Tactics nos oferece.
Gears Tactics está previsto ser um título apenas para um jogador, sem microtransações, para Xbox Game Pass PC e Steam. A Microsoft diz que Gears Tactics acabará por chegar à Xbox One no futuro, embora não haja uma data confirmada de quando isso irá acontecer. Por agora, é uma experiência orientada para PC, e que se joga lindamente com teclado e rato. Gears Tactics não oferece vertente multijogador, que embora não seja obrigatória, poderia ser benéfica para o título, já que com a complexa árvore de habilidades que temos à nossa disposição era interessante ver como é que poderíamos impor o nosso modelo de jogo ao adversário. Tudo isto deixando de lado o facto de estarmos habituados a que esta série tenha sempre a tal vertente multijogador.
Considerações Finais
Gears Tactics é provavelmente o jogo mais denso da série e isso só faz com que o título fique ainda melhor.
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N.R.: A análise a Gears Tactics foi realizada num Lenovo Legion Y520 com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente cedida pela Xbox Portugal