Lançada em 2012 como spin off do bem conhecido Forza Motorsports, a franquia Forza Horizon inspirou-se em festivais reais de música como o Coachella e teve como objetivo, desde o seu início, dar aos jogadores a possibilidade de usufruírem de uma experiência de jogo mais relaxada, ao contrário do que acontecia com Motorsports.
Mantendo esta vertente e, desta vez, com um novo cenário assente nas cidades e campos verdes do Reino Unido, bastante diferente da burlesca Austrália em Forza Horizon 3, esta sequela consegue reter o que de melhor a Playground Games nos trouxe em 2016 e simultaneamente aprimorar a experiência de jogo com uma série de novas funcionalidades.
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Uma das novidades em Forza Horizon 4 é o Horizon Life Campaign, que engloba 25 campanhas distintas, representando uma série de diferentes tipos de corrida – entre os quais road racing, cross country, passando pelo drifting ou por corridas nas quais a nossa personagem encarna um duplo ao estilo de Hollywood, enquanto conduz um Bugatti Chiron. Apesar de o mapa ter a mesma dimensão que o mapa Australiano, na verdade, este open world traz ao jogador quatro vezes mais conteúdo que o seu predecessor.
Quatro Estações para saborear
São muitas as novidades que a Playground Games, em parceria com a Turn 10 Studios, trouxe para esta 4ª edição de Forza Horizon. Contudo, a maior novidade desta nova edição é mesmo a mudança entre as quatro estações do ano.
Durante a apresentação do jogo, que tem lugar no já conhecido Horizon Festival, o jogador tem a possibilidade de conduzir diferentes veículos nas diferentes estações do ano e numa sequência fantástica que dura cerca de 20 minutos.
Na realidade, esta novidade representa muito mais do que uma mudança ao nível dos gráficos, pois afeta significativamente o gameplay e a forma como os veículos se comportam na estrada. Para além disso, também implica que determinadas áreas do mapa só estejam acessíveis em certas estações do ano.
Todas as semanas o tempo mudará a nível global, quer isto dizer que todos os jogadores irão experienciar esta mudança em simultâneo. Mas se não gostarem desta mudança, há sempre formas de garantirem que jogam com a estação do ano que preferem como, por exemplo, nos eventos personalizados Blueprint – eventos criados por nós ou pela comunidade. Esta mudança acaba por não ser uma barreira na jogabilidade, porque não é por ser Verão ou Inverno que deixa de poder usufruir do que mais gosta no Forza Horizon 4, e traz muito mais conteúdo, já que o jogo teve que ser recriado para as diferentes estações, para além dos ciclos dia/noite e das diferentes horas do dia.
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E se no Verão e na Primavera tudo se torna mais fácil, solarengo e verdejante, apesar de com o sol de frente a visibilidade não ser sempre a melhor, podemos adiantar que no Outono e, principalmente, no Inverno, a dificuldade em dominar os carros aumenta consideravelmente. Nas primeiras chuvas de Outono, o ecrã enche-se de tons amarelados, gotas de água, folhas a caírem das árvores e muitas poças que provocam lençóis de água; no Inverno, todo o cenário se torna idílico e repleto de branco: as árvores, as casas e as estradas enchem-se de neve e, mesmo com as marcas dos pneus vincadas, conseguimos perceber a quantidade de gelo que se formou nas vias. Acima de tudo, é impossível não haver um festival de derrapagens, mas que torna a experiência simultaneamente muito divertida.
Um mundo aberto partilhado
Como já referido, o jogo tem início com o Horizon Festival, que começa durante o Verão e, depois de percorrermos todas as estações do ano durante o prólogo, começamos então a jogar ao nosso próprio ritmo. Após a primeira corrida do prólogo no Outono, é concedido o acesso ao mundo partilhado, onde os Drivatars que antes enchiam as estradas com potentes carros serão substituídos por jogadores reais.
O objetivo do prólogo é adquirir uma pulseira amarela que nos dá acesso ao Horizon Roster. E é exatamente a partir deste momento que o jogo se torna ainda mais interessante: as estações do ano, as horas e o tempo são sincronizados para todos os jogadores, sendo que todas as quintas-feiras as estações do ano serão alteradas, assim como haverá novos campeonatos, eventos e conteúdo que mantêm o jogo atual.
É também na segunda volta dos eventos, durante o prólogo, que se abrem novos modos, como a possibilidade de fazer corridas em Vs Rivals, onde competimos contra jogadores rivais para determinarmos qual o tempo mais rápido em certa rota. Ao avançarmos mais no jogo, será desbloqueado também o modo co-op e PVP, sendo que o novo quick chat – mensagens pré-definidas para interagirmos com outros jogadores – disponibilizado pela primeira vez nesta franquia acaba por se tornar bastante conveniente.
Ao entrarmos no mundo partilhado, o modo Autoghost é acionado, desabilitando a possibilidade de colidirmos contra outros jogadores, a menos que o queiramos ao criarmos um convoy ou uma corrida em modo versus.
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450 veículos. 100 marcas.
Apesar de não ser possível uma customização total das personagens, nomeadamente ao nível das caras e estilos de cabelo, Forza Horizon 4 oferece aos jogadores a possibilidade de escolher entre uma lista sem fim de nomes, cerca de 500 roupas e acessórios à disposição após desbloqueio e 50 emotes e danças para personalizarmos o nosso sinal de vitória.
Outra das novidades é a possibilidade de adquirirmos casas, comprando ou sendo-nos oferecidas após concluirmos com sucesso um evento, a fim de desbloquearmos conteúdo dentro do jogo, como carros, entre outros. Das casas que comprarmos, que poderá até ser um castelo bem ao estilo britânico, temos a possibilidade de escolher qual será a nossa residência. Estes locais são também onde temos a nossa garagem, com os veículos que adquirimos, e onde podemos fazer alterações aos mesmos.
Forza Horizon 4 disponibiliza 450 carros, incluindo o McLaren Senna já conhecido pela capa do jogo, e 100 marcas diferentes. Para além de cada carro ter a sua própria árvore de skills, que poderão ser desbloqueadas através de pontos que nos vão sendo atribuídos durante o jogo, a customização dos veículos é também extremamente completa. Não só podemos aperfeiçoar o aspeto visual do veículo ou comprar kits pré-feitos, como também podemos adquirir todas as peças que contribuem para melhorar o seu desempenho, nomeadamente substituir válvulas, ignição, pistões, pneus e pára-choques ou colocar barras estabilizadoras e ailerons.
Influência: a moeda de troca
Tudo o que fizermos no jogo, independentemente do modo de corrida escolhido, atribuirá influência à nossa personagem. Como já é habitual, o jogador ganha créditos no final de cada corrida e o progresso é medido pela influência que servirá para desbloquear, por exemplo, novas estações do ano ou modos de corrida.
Para ganharmos influência rapidamente podemos contar com a Anna, um computador de bordo que localiza eventos perto do local onde nos encontrarmos, tais como esmagar cartazes de bónus espalhados pelas cidades.
A Playground Games oferece aos jogadores a possibilidade de partilharem facilmente todo e qualquer aspeto da sua experiência. O Creative Hub, que pode ser encontrado no menu principal do jogo, possibilita-nos ver as fotos, eventos Blueprint, designs de carros, entre outros, de qualquer jogador. Os Clubs estão também de volta, com cerca de 2.000 membros.
O Route Creator, outra novidade introduzida em Forza Horizon 4, permite ao jogador criar e partilhar os seus próprios percursos com outros jogadores. Apesar de ainda ter algumas limitações, a Microsoft assegurou que as mesmas serão corrigidas nas semanas após o lançamento do jogo.
Uma das novidades incluídas nesta edição de Forza Horizon 4, que a meu ver é bastante interessante do ponto de vista de negócio, é a possibilidade que os jogadores têm de ganhar influência ao fazerem ou assistirem a live streams do jogo no Mixer, a plataforma de live streams da Microsoft. Face à atual concorrência neste campo, a Microsoft tem vindo a apostar cada vez mais na sua plataforma e a introdução desta funcionalidade nos jogos exclusivos poderá ajudar a alavancar o sucesso do Mixer.
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Velocidade e boa música
Ao nível da jogabilidade, esta nova edição de Forza Horizon não desilude. Tal como já nos habituou e mantendo os controlos do jogo num estilo bastante simples, a Playground Games continua a permitir aos jogadores mais exigentes a personalização dos controlos e a capacidade de alternar entre os diferentes ângulos da câmara.
A opção de rewind, que nos permite voltar atrás na corrida até ao ponto em que nos despistamos, está de volta também, para bem de todos os condutores que, como eu, se entusiasmam com a velocidade do Porsche 918 Spyder e acabam por colidir contra um carro e se despenhar num precipício ou contra uma casa.
As músicas que acompanham as corridas nas várias estações de rádio disponibilizadas aumentam ainda mais a adrenalina já sentida quando vamos a 300km/h. Cada estação de rádio é temática e é-nos dada a possibilidade de desbloquearmos novas estações à medida que o jogo progride.
Graficamente o jogo continua a deslumbrar. A luminosidade que muda de estação do ano para estação do ano é impressionante e extremamente realista; tão realista que por vezes parece que sentimos o vento a bater na cara. Se Forza Horizon 3 já tinha sido considerado um dos jogos de corrida mais bonitos, a 4ª edição veio provar que a Playground Games continua a investir bastante na parte gráfica.
As paisagens são tão fantásticas que temos vontade de, durante uma corrida, parar o carro para podermos apreciá-las, embora com o modo drone, em que podemos simular a vista de um drone para conhecer melhor o mapa do jogo, não seja necessário parar o carro.
Considerações Finais
Já diz o ditado que “mulher ao volante, perigo constante” (não sendo esta a minha opinião), mas na verdade qualquer jogador, homem ou mulher, não irá querer ser cauteloso neste Forza Horizon 4.
O grafismo e sentido de velocidade são incríveis, tanto que quase conseguimos sentir o vento a fazer-nos esvoaçar os cabelos ao volante de um Aston Martin DBR1 de 1958. Claro que ver o retrovisor do nosso querido Cayman GT4 a despedaçar-se faz parar o coração a qualquer um.
Apesar de a versão que nos foi disponibilizada para análise ter uns pequenos bugs ou limitações, os mesmos já estão a ser corrigidos e alguns deles serão inclusivamente resolvidos com um day-one update.
Forza Horizon 4 é um título Xbox Play Anywhere, por isso seja na Xbox One ou no PC, apertem os vossos cintos e entrem nesta corrida porque este é o melhor jogo do género à data e não irá, certamente, derrapar.
Forza Horizon 4 estará disponível dia 28 de setembro para quem efetuou a pré-reserva da edição Ultimate e a partir de dia 2 de outubro para as restantes edições, em exclusivo para a Xbox One S e Xbox One X, membros do serviço Xbox Game Pass e para PC.
N.R.: A análise de Forza Horizon 4 foi realizada numa Xbox One S com uma cópia do jogo disponibilizada pela Xbox Portugal