A série Dragon Quest, uma das principais referências no mundo superpovoado de JRPGs, conta já com mais de 30 anos e lançou mundialmente o seu 11º título – Dragon Quest XI: Echoes of an Elusive Age – o ano passado, em exclusivo para PlayStation 4 e Windows PC, tendo a versão japonesa saído dois anos antes para PS4 e Nintendo 3DS.
Desde sempre que me lembro desta série associada às plataformas da Nintendo, principalmente para as suas portáteis, como a Gameboy Color e a Nintendo DS, pelo que o seu lançamento para a PS4 antes de sequer haver data para a Nintendo Switch, deu que falar.
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Ainda assim, durante a minha visita à Gamescom, em 2018, respirava-se Dragon Quest XI nos stands da Square Enix e também um pouco por todos os pavilhões, uma vez que estavam em força a distribuir posters do jogo e, por isso, não quis esperar que a data de lançamento para a Switch fosse anunciada. Assim que foi lançado em setembro do ano passado, corri à loja e acabei por devorar DQ XI em mais de 100, extraordinárias, horas de gameplay.
Meses depois, eis que surge finalmente a data de lançamento daquele que foi primeiro jogo anunciado para a Nintendo Switch, quando ainda nem sabíamos bem o que seria esta consola, e voltei a ficar entusiasmada com a ideia de regressar aos campos verdejantes de Cobblestone e de acompanhar personagens caricatas, como o excêntrico Sylvando.
No passado dia 27 de setembro a espera terminou e Dragon Quest XI chegou finalmente à Nintendo Switch, em modo “Definitive Edition”, com a promessa de trazer novidades para encantar novatos e repetentes, mas será que conseguiu cumprir?
História mais completa
Assim como acontece com a maioria dos JPRGs há um herói que se junta a um grupo de personagens para desvendar um mistério. Em Dragon Quest XI somos “escolhe tu o nome” e deparamo-nos, ao atingir a maioridade, com uma revelação capaz de levar o mais são dos mortais à loucura, e assim aventuramo-nos, com os nossos amigos, em busca da verdade enquanto, pelo caminho, exploramos masmorras, angariamos umas moedas e derrotamos as forças do mal em prol de XP.
Quanto à história, a versão da Switch é, sem dúvida, a mais completa, pois traz-nos uma quantidade significativa de novidades no que diz respeito a novos desafios e novo conteúdo de história.
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Baseado num sistema de combate por turnos, que apesar de uma mecânica mais velhinha ainda faz as delícias de alguns gamers mais old school, Dragon Quest XI S traz algumas novidades no combate que merecem ser destacadas, como a possibilidade de acelerarmos as batalhas (especialmente útil quando estamos em modo grinding) ou até mesmo a possibilidade de atropelar os nossos inimigos com um cavalo e ainda ganharmos algum XP com isso.
Graficamente inferior à versão PlayStation 4
A versão de DQ XI para a Nintendo Switch baseia-se na versão da PS4, mas graficamente deixa a desejar. Enquanto que a nível de framerate é bastante estável, os gráficos estão mais baços do que na versão PlayStation e não atinge os 1080p em modo docked nem os 720p em modo portátil. Isto significa que não chega à resolução nativa em nenhum dos modos.
Provavelmente quem jogar DQ XI pela primeira vez na híbrida da Nintendo não irá notar esta diferença, mas tendo em conta que foi há menos de um ano que experienciei esta aventura noutra plataforma, tenho ainda bastante presente a nitidez e cores vibrantes dos cenários e personagens.
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Ainda assim, esta questão não é um deal breaker pois a arte de Dragon Quest XI saiu das mãos e criatividade de Akira Toriyama, o criador de séries como Dragon Ball, que dispensa apresentações, e um dos JRPGs mais antigos e queridos de sempre, o Chrono Trigger.
Trocar entre modos 2D e 3D
Uma das novidades trazidas para esta versão de DQ XI foi a possibilidade de o jogar em 2D, pois inclui o modo 16-bit da versão 3DS. O ambiente retro num jogo destes assenta sempre que nem uma luva e neste caso concreto dá-nos a sensação de estarmos perante dois jogos completamente diferentes.
Apesar de a história e os diálogos se manterem os mesmos, no modo 2D temos encontros aleatórios com mobs que não nos surgem no mapa, ao contrário do que acontece no modo 3D, pelo que inevitavelmente a aventura será mais longa.
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No entanto, trocar entre modos durante o jogo não é tão simples quanto parece, pois, apenas é possível fazê-lo nas igrejas e estátuas, aquando do momento de guardar o jogo, e voltamos sempre ao início de um capítulo ou a momentos determinantes da história e não ao último ponto gravado. A minha recomendação é que experimentem ambos os modos, mas utilizando saves diferentes.
Mais e mais novidades
Outra das novidades que faz as delícias de todos os gamers que adoram arte, é o photo mode. Durante o meu primeiro playthrough na PS4 tirei imensas screenshots das personagens e dos cenários com a função share da consola, mas acabava sempre com uma caixa de diálogo em cima para estragar a fotografia. Agora, com o photo mode, podemos sempre dar largas à nossa veia de fotógrafo e partilhar as nossas melhores fotografias com amigos.
É também agora possível escolher entre diálogos em Inglês e Japonês, bem como selecionar que tipo de banda sonora pretendemos (sintetizada ou sinfónica), e também se a música fora da batalha é ao estilo de DQ VIII ou DQ XI.
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Uma das mecânicas mais importantes em Dragon Quest XI é a possibilidade de forjar novas armas e armamento utilizando materiais e itens que tenhamos recolhido durante a aventura. Na versão anterior, apenas era possível fazê-lo em locais específicos para o efeito, mas agora já não existe essa limitação. Para além disso, é também possível comprar, diretamente do menu, todos os materiais necessários para avançarmos na história.
E se DQ XI não se revelar desafiante o suficiente, podem sempre optar por jogar no modo hard, disponível apenas também nesta versão “Definitive”.
Considerações Finais
Dragon Quest XI foi um dos meus jogos preferidos de 2018 e, como tal, não consigo ser imparcial no que toca a recomendá-lo seja qual for a vossa plataforma de eleição.
Esta versão definitiva para Nintendo Switch é um port muito bem feito da versão PlayStation 4 e que, apesar do downgrade ao nível gráfico no modo 3D, ganha muito com o novo conteúdo, novo modo 2D e, claro, pela portabilidade que a plataforma da Nintendo nos traz, já que Dragon Quest é e sempre será um jogo perfeito para levarmos connosco para qualquer lado.
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Se nunca jogaram Dragon Quest, esta versão será um excelente ponto de partida e que provavelmente vos dará vontade de experimentar outros jogos da série. Se já conheciam o jogo, não ficarão desiludidos face às novidades que Dragon Quest XI S – Definitive Edition apresenta aos jogadores Nintendo Switch. Em qualquer dos casos, têm disponível na eShop uma demo de 10 horas para vos ajudar a decidir e cujo progresso poderão transferir para a versão final do jogo.
N.R.: A análise a Dragon Quest XI S – Definitive Edition foi realizada numa Nintendo Switch com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente cedida pela Nintendo Portugal.