Análise Dragon Ball Z: Kakarot

Todos nós já ouvimos falar em Dragon Ball, nem vale a pena dizer o contrário. Seja através de filmes, dos desenhos animados que muitos víamos durante a nossa infância, da mangá que começou a ser publicada em Portugal pela Planeta deAgostini em 2001, ou mesmo através dos mais variados videojogos. Se começarmos a falar nos videojogos do franchise temos muito para falar, os títulos que começaram nos anos 80 passaram por plataformas como a NES, a Sega Saturn, a GameCube, o Game Boy ou até a Nintendo Wii.

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O último grande jogo a ser lançado dentro do franchise foi Dragon Ball FighterZ, já publicado pela Bandai Namco Entertainment chegou em 2018 a Windows PC, Xbox One, PlayStation 4 e Nintendo Switch. Dois anos depois chegou a altura de dar as boas-vindas ao mais recente membro da família, Dragon Ball Z: Kakarot já está disponível, deixando a consola da Nintendo de lado, para PlayStation 4, Xbox One e Windows PC.

Dragon Ball Z: Kakarot chega-nos em forma de RPG de ação e oferece um mundo semiaberto que nos permite, enquanto jogadores, explorar muito daquele mundo que tanto nos acompanhou durante os anos 90 e início dos anos 2000. Kakarot traz um novo plot para a série, mostrando novas histórias para algumas das personagens bem como uma personagem completamente nova, desenhada por Akira Toriyama propositadamente para o novo jogo da série.

E se Dragon Ball Z: Kakarot nos leva, durante a narrativa, para as sagas de Frieza e Cell é mais que justo dizer que o título nos deixa enfrentar outras personagens bem conhecidas, mas de sagas como a Saiyan e a Buu e que isso acaba, juntamente com o aspeto visual do jogo e do mundo para o qual somos transportados, por ser uma verdadeira chapada de nostalgia.

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Mas, por agora, vamos ficar por aqui. Não faz sentido continuar a falar da história de Kakarot. Se querem saber mais… “Não percam o próximo episódio, porque nós também não!”

Um jogo de luta inserido num RPG 

É mesmo esta a verdade – Dragon Ball Z: Kakarot é um RPG, mas perfeitamente visível que a Cyber Connect 2 deu mais atenção à vertente de luta do jogo que a tudo o resto durante o desenvolvimento do novo título. Não é que isto seja algo mau, até pelo contrário, as restantes vertentes do jogo não estão descuidadas nem nada que se pareça e o facto de ter uma forte vertente de batalha faz com que o jogo se torne mais apetecível, tanto para os fãs de RPGs como para os fãs de fighting games. 

Este novo título da saga Dragon Ball representa tão bem as suas origens que umas das primeiras coisas que temos acesso é a uma batalha com uma das principais personagens da saga, Piccolo, é aqui que temos a primeira introdução ao sistema de combate e é aqui também que somos apresentados aquela que é a maior diversão de Dragon Ball Z: Kakarot – as suas batalhas frenéticas, mas já lá vamos.

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A vertente de role playing game é principalmente visitada, por exemplo, nas alturas em que temos que cozinhar, ou melhor, esperar que cozinhem para nós, e nos apercebemos que ao consumir estes pratos recebemos pequenos boots estatísticos que nos vão ajudar temporariamente, claro que para conseguir que nos preparem verdadeiras iguarias temos que ter os ingredientes disponíveis e para isso temos que os colher. O que nos leva a explorar o mapa de forma mais ativa e retirar alguns proveitos dessa mesma exploração. Importa ainda referir que quanto maior for qualidade do prato consumido, melhores são os efeitos recebidos.

Outras das coisas que devemos apanhar, durante os nossos períodos de viagem ou exploração, são as Z Orbs. Estes itens especiais podem ser encontrados pelo mapa ou ganhos ao ganhar batalhas. Atenção a estas Z Orbs, pois as mesmas são essenciais para conseguir Super-Ataques. Estes itens estão divididos em diferentes categorias (cores), e caso precisem de um tipo específico o truque é simples: Caso precisem das Z Orbs verdes, basta dirigirem-se para uma zona do mapa onde a paisagem verde seja abundante.

Uma das primeiras mecânicas que nos é apresentada são os Community Boards (painéis de comunidade), estes painéis estão divididos em várias categorias, como, por exemplo, o painel de Z Warriors ou o de Cozinheiros – os primeiros dois a que temos acesso. Estes painéis são para ser completos com Soul Emblems, emblemas esses que serão ganhos através da interação com outras personagens, quer seja através de batalhas ou de simples conversas. Estes emblemas quando colocados nos respetivos painéis acabam por nos fornecer determinados bónus ou aumentar estatísticas ligadas a esse mesmo painel.

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Os Soul Emblems, que as diferentes personagens nos vão dando durante a nossa jornada em Dragon Ball Z: Kakarot, podem ser colocados em diferentes Community Boards, claro que existem personagens com maiores aptidões para determinados painéis. Por exemplo, Krillin tem uma maior aptidão para painéis como os de Treino ou mesmo o já referido Z Warrior.

Ao longo da nossa caminhada no novo título da Bandai Namco Entertainment os painéis podem, e devem, ser evoluídos. Há medida que vamos passando de nível, nestes mesmos painéis, vamos recebendo mais e melhores bónus ou melhoramentos nas características da nossa personagem, como, por exemplo, melhores ataques ou melhorias em movimentos específicos.

Sobre os Community Boards importa ainda referir que ao fazer ligações com as personagens, é bom que as que deixem os vossos “amigos” felizes. Isto é importante dado que cada Soul Emblems tem uma espécie de nível de amizade e ao conseguir atingir certos níveis dentro das relações acabamos por receber bónus de melhor qualidade, como, por exemplo, Rainbow Z Orbs, mais raras que as de uma cor, mas que tal como as normais são usadas para melhorar as características do nosso guerreiro… todos estes sistemas são pensados para que a qualidade das batalhas que vamos encontrado ao longo da nossa aventura subam a cada minuto passado no jogo.

Perto da perfeição

A verdade é que o facto de Dragon Ball Z: Kakarot ser uma mistura fantástica do universo mangá, dos desenhos animados da nossa infância, dos jogos de luta a que a série nos habituou e ainda com bons toques de RPG, fazem com que seja um título capaz de agradar gregos e troianos, ou Saiyans Namekians.

Mas estando os jogadores, e a imprensa especializada, cada vez mais exigentes fica muito difícil para os estúdios modernos conseguirem criar um jogo que se possa considerar perfeito, mas a Cyber Connect 2 quase que o conseguiu fazer. No entanto, existem pequenas coisas no sistema de batalhas e na forma como o jogo foi pensado que acabam por fazer com que essa perfeição não seja atingida.

Como já o dissemos, as batalhas são a verdadeira alma de Kakarot e por vezes, entre ataques básicos e alguns ataques especiais que nos fazem gritar palavras de ordem, enquanto o guerreiro que estamos a controlar também o faz, lá nos esquecemos que estamos a jogar um RPG com bons elementos de exploração. Voltamos a ser miúdos, a ver, religiosamente, cada um dos episódios, mas desta vez somos nós que controlamos o destino da nossa personagem, ou pelo menos o tempo que a mesma aguenta em batalha.

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Entre ataques mais bem executados ou alguns falhados lá vamos eliminando os nossos oponentes. Num sistema de luta muito bem construído, onde o único ponto menos positivo que podemos apontar é a estranheza com que a câmara é controlada, ficando por vezes complicado conseguir atacar da melhor forma, pois a falta de liberdade de movimentos (já que a câmara é movida tendo em conta o alvo selecionado) acaba por condicionar esses mesmos ataques.

Um dos inimigos que mais vamos encontrar durante o jogo, são uns pequenos robots que aparecem logo de início, e que parecem ter como principal função não deixar que os jogadores fiquem aborrecidos enquanto viajam do ponto A para o ponto B do mundo de Dragon Ball Z: Kakarot. Embora estes robots cumpram esta função na perfeição, em certos momentos damos de caras com robots de nível muito superior ao da nossa personagem, o que faz com que a batalha se torne um pouco injusta, acabando por ser impossível sair vitorioso. Neste caso, aquilo que aparenta ser um descuido por parte da equipa de produção pode apenas ser um afeito random do jogo.

Como já dissemos anteriormente o jogo da Bandai Namco tem uma forte componente narrativa, tão forte que acaba por atingir, de forma negativa, aquele que é o melhor aspeto do jogo – As batalhas. Quando somos confrontados com lutas que acontecem durante a progressão no enredo principal de Kakarot, por vezes, lá conseguimos enfrentar, cara a cara, o inimigo claramente superior e até estamos na mó de cima e acabamos a derrotar o vilão… ou será que afinal não estávamos assim tão bem?

A barra de energia do mau da fita está a esgotar-se, golpe final aplicado e o inimigo está derrotado… até que esse mesmo vilão aparece com um sorriso cínico na cara, e uma pergunta tão típica de Dragon Ball – “Não consegues melhor?” – E lá está, o até aí derrotado está de pé e em bem melhor estado que nós. A explicação óbvia para esta situação prende-se no facto de as batalhas não terem resultados predefinidos, mas uma vitória em certos momentos estragaria toda a narrativa já criada, pelo que lá teremos que engolir em seco e continuar a nossa história. Um mal menor, que embora frustrante, percebe-se o porquê de assim o ser.

Considerações Finais

Dragon Ball Z: Kakarot é a melhor adaptação do franchise para o mundo dos videojogos. Como já o dissemos é capaz de agradar gregos e troianos, pois, para além de trazer uma excelente componente de luta, como jogos como Dragon Ball FighterZ já nos tinha habituado, traz ainda uma narrativa que acaba por ser uma excelente adição ao franshise mesmo quando pensamos nas suas origens e um aspeto visual fantástico, principalmente se jogado com definições máximas e num monitor 4K HDR.

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Para além disto tudo, a equipa de produção do jogo conseguiu acertar na formula correta entre ação e exploração, conseguimos passar horas agarrados ao comando sem nos cansar-mos já que temos sempre um pouco de tudo para fazer, o que faz com que o jogo não seja nada repetitivo. Dragon Ball Z: Kakarot terá mercado junto dos fãs da série mas também junto dos apreciadores de fighting games que procurem um jogo que ofereça mais do que simples luta.

Dragon Ball Z: Kakarot já se encontra disponível para Xbox One, PlayStation 4 e Windows PC.

N.R.: A análise a Dragon Ball Z: Kakarot foi realizada em Windows PC com acesso a uma cópia digital do jogo, gentilmente cedida pela Bandai Namco Espanha. 

Análise Dragon Ball Z: Kakarot - História, luta e muita nostalgia
Mecânicas de luta muito bem desenvolvidas
Narrativa de grande nível
Efeito nostálgico para todos os fãs que cresceram com a série
Grafismo fiel às origens mas com ótimos detalhes
Câmara difícil de controlar durante lutas
Pode ser frustrante "perder" batalhas só porque a história assim o obriga
4.5
André Oliveira Santos: Licenciado em comunicação, a trabalhar em fotografia. Sempre tive um gosto especial e uma grande paixão por gadgets, videojogos e novas tecnologias no geral.
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