Por aqui adoro ficção cientifica, mechs, alguma anime e por isso achei que Daemon X Machina seria um bom jogo para mim, que preencheria todos os critérios. No entanto, depois de o jogar, fiquei com algumas dúvidas relativamente a todo o conjunto. Embora tenha algumas partes competentes, o seu todo não convence.
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Daemon X Machina falha em fornecer jogabilidade, história e só alguns combates e personalização salvam este título.
Pós-aborrecido
Num mundo pós-apocalíptico, mechs gigantes lutam em paisagens desoladas, lutando entre si e com a ameaça iminente de uma inteligência artificial malévola. Consórcios concorrentes, entidades governamentais e as motivações de mercenários competem pela sua própria atenção na narrativa, mas nenhum ponto realmente convence. Nenhuma das dezenas de personagens têm personalidades interessantes, e os seus diálogos são longos e desinteressantes, parecendo que não adicionam nada ao título em mãos. As missões são quase sempre rápidas e curtas, sendo que por vezes a parte narrativa é mais longa que os próprios níveis.
A história no seu todo é bastante fraca e fácil de esquecer, passamos muitas horas perdidas numa mistura incoerente de anime e teasers de revelações que parecem nunca chegar. Enquanto isso, adotamos o papel de novato, um protagonista silencioso, sem grande papel no enredo nem vontade própria, gastando a maior parte do tempo fazendo missões, independentemente de qual lado do conflito nos coloque. Como jogador, aprendemos a não nos importarmos muito com o que está a acontecer e apenas entramos em ação.
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No início, a fiquei animado com o design atraente dos mechs (“arsenals”, na linguagem do jogo) e com a grande variedade de locais de missão que visitamos ao longo de uma demorada campanha. Mas mesmo esses detalhes continuam a não impressionar à medida que o combate em tempo real se começa a tornar desinteressante. Os sistemas lock on de armas e a movimentação dos alvos nunca avançam em sofisticação, não ficam mais interessantes. O que é empolgante é a velocidade que podemos ter tanto no combate aéreo como no terrestre.
Conseguimos imprimir algum ritmo no combate, mas fica difícil de acompanhar a ação quando existem alvos igualmente rápidos, já que a interface consegue ser um pouco inútil quando ignora simples dados, como a altitude em que outros alvos estão.
Simplicidade datada
A dificuldade também é desigual. Após várias horas de batalhas simplistas, para o fim da campanha o desafio das missões flutua bastante. Dois exemplos que achámos gritantes: Numa delas, a batalha foi tão fácil que matámos o boss antes do dialogo inicial da missão terminar. Noutra, (incluindo algumas missões de proteção que são más demais…) perdemos repetidas vezes que parece muito mal balanceado, sendo que os inimigos nos descontam exagerados pontos de vida, em vez de nos surpreenderem com diferentes padrões de combate, o que pareceria mais justo dentro do contexto deste jogo.
Entre as missões, o hangar oferece oportunidades de atualização. Podemos modificar o corpo do nosso piloto, mas os bónus oferecidos por isso não são muito significativos. Presumivelmente, os implantes tecnológicos têm como objetivo assustar-nos sobre como eles lentamente roubam a nossa humanidade, mas esse esforço falha um pouco já que o nosso personagem parece já robótico e sem vida. O nosso mech pode ser melhorado com novas armas a armaduras compradas e desenvolvidas com fundos ganhos nas nossas missões.
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Aqui existem detalhes que me agradam muito, existe uma grande variedade de opções, tanto ao nível de armamento e defesa bem como a personalização da estética do nosso arsenal, que podemos desbloquear com o tempo, à medida que vamos ultrapassando as missões. Mesmo assim, a personalização do nosso arsenal é pouco explicada e raramente temos uma noção clara de quais aspetos do nosso equipamento melhor se adequa a uma determinada luta. Apenas para nos dar também uma maneira de vermos mais armas ou tipos de arma em ação. Peças individuais de armas e armadura são difíceis de comparar no aspeto que fica difícil saber se vale a pena gastar dinheiro nas mesmas.
Existe também uma opção multijogador cooperativo para quatro jogadores que permite que participemos em missões com amigos ou outros jogadores online. Estas batalhas geralmente são fáceis e parecem não ter sido reequilibradas para vários jogadores “vivos”. Configurar uma sessão de jogo e entrar numa é relativamente fácil e estas missões podem ser fáceis, mas esteticamente ficam muito bem no ecrã, já que podemos ver os vários tipos de armas usadas pelos nossos companheiros bem como todo o seu loadout, e isso cria uma dinâmica diferente.
Considerações finais
Fiquei sempre à espera que a Marvelous tirasse um coelho da cartola em Daemon X Machina. Que a meio da campanha ou mais para o fim, se sentisse uma real diferença nas missões, ou mesmo um volte-face na história que nos fizesse preocupar mais com os intervenientes. Essas coisas nunca chegam.
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Enquanto o jogo consegue colmatar a vontade de jogar a este tipo de jogo, parece fora de sintonia com o que se faz hoje em dia. Nada se destaca muito, os gráficos são competentes, mas os cenários são vazios e os inimigos muito semelhantes, existem quebras de framerate e a interface não é a melhor. É um jogo para quem gosta mesmo de batalhas de mechs mas não reinventa nada.
Daemon X Machina já se encontra disponível para Nintendo Switch
N.R.: A análise a Daemon X Machina foi realizada numa Nintendo Switch com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente cedida pela Nintendo Portugal