De tudo o que já tinha visto de Concrete Genie, posso-vos dizer que não estava à espera do que seria depois de o terminar, principalmente depois de toda a viagem que fazemos até rolarem os créditos. Pensei que fosse muito menos do que aparenta… Mas é mais, muito mais que isso.
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Um conto, uma aventura que me agarrou do início ao fim e que nos fala de bullying, amizade, receios e redenção. Desenvolvido pela Pixelopus e distribuído pela Sony, Concrete Genie tem um toque de indie, mas também se nota o apoio da SIE por detrás do mais recente exclusivo PlayStation 4.
Estamos em Denska, uma pequena cidade à beira-mar, mas que está suja, abandonada e poluída. Somos Ash, um jovem adolescente que está sempre a desenhar no seu pequeno caderno, o qual é roubado por um grupo de bullies e que ao rasgar as folhas, espalham-nas pelas ruas e becos do vilarejo. A nossa premissa inicial é tentar resgatar as folhas e desenhos do nosso caderno, mas rapidamente tudo isso muda. Uma misteriosa viscosidade inunda Denska e através de um pincel mágico, temos de retomar a luz à nossa vila.
As paredes são a nossa tela
Graficamente junta vários estilos de arte e fá-lo com sucesso. Dos modelos dos personagens aos modelos dos genies (as criaturas fantásticas que recriamos para que nos auxiliem na nossa aventura…), o grafismo da cidade e os desenhos que fazemos nas suas paredes… Todos apresentam estilos diferentes, mas que juntos, criam um ambiente que define este jogo.
As expressões faciais dos personagens e dos genies, que são estilos gráficos diferentes, são fantásticos e toda a narrativa que os envolve a todos é mais credível e sentimental por estes pequenos pormenores.
A única coisa que destoa ao utilizar outra arte é o menu do jogo e o mapa, fica confuso e não é muito intuitivo de usar. Aliás, raramente o usei durante as minhas sessões de jogo.
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Concrete Genie usa os controlos de movimento do DualShock 4 para controlar o modo de pintura. E funciona assim: ao abrir o menu, temos à disposição as páginas do caderno de Ash conforme as formos recuperando, que incluem desenhos de árvores, flores, estrelas, o Sol e a Lua, arco-íris e afins, além de designs dos genies. Escolhemos um desenho, carregamos num botão e mover o comando para a tv, apontamos o cursor para o local onde queremos reproduzir a nossa arte. É tudo muito intuitivo e simples.
Os genies têm personalidades engraçadas, e em troca de desenhos de coisas que gostam, (eles pedem para desenhar algo do seu agrado e também adoram brincar), ajudam a superar obstáculos, como queimar lonas, ligar caixas de energia e assim conseguimos resolver alguns puzzles ambientais para conseguirmos progredir. A cor do genie influencia diretamente a sua habilidade, por isso temos que usar o genie correto para cada situação. Eles só se conseguem movimentar nas paredes que estão ligadas… caso não estejam teremos que arranjar forma de as ligar caso queiramos contar com a ajuda destes nossos amigos.
Começa bem e acaba melhor…
O jogo só introduz uma mecânica de combate a meio e até pode parecer esquisito ao início, mas aqui faz sentido. Não é nada de complicado nem difícil de entrar, mas altera o que estivemos a jogar até então. Temos de batalhar criaturas e livrá-las da escuridão que rodeia todo o nosso mundo e tentar também salvar Denska do mesmo através dos nossos poderes. Altera também a nossa história com os nossos bullies de uma maneira enternecedora e que nos faz pensar um pouco em todo este assunto que é bem presente na sociedade atual.
Toda a envolvência criada pela arte, pela que criamos e pela maneira que a cidade fica depois da nossa passagem, mas também pela banda sonora brilhante que nos acompanha, faz com nos identifiquemos bastante com o personagem e com as nossas criações, os genies que criamos.
A coragem que Ash demonstra o jogo todo, frente aos bullies e às adversidades que passa, bem pela amizade que nutre pelas suas criações é o mote para que nos preocupemos com tudo o que se passa no ecrã.
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Não deixa de ter algumas falhas e bugs, pequenas quebras de frame rate, os genies ficarem presos em algum lado e não conseguir progredir por causa disso. Aliás, a câmara não é a melhor para um jogo em terceira pessoa, mas conseguimos perdoar algumas coisas quando só acontecem muito de vez em quando. É um título com suporte para PSVR e para comandos Move, mas não é essencial para a experiência.
Considerações finais
É difícil falar muito de Concrete Genie sem falar da história e aventura que Ash atravessa e é de longe o melhor do jogo. Começa lento é certo, mas a sua jogabilidade simples e o design atrativo faz-nos continuar aos poucos até termos a nossa recompensa. Pode não ser um título nas listas de GOTY, mas de certeza que é dos mais originais do ano.
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Aliado a um preço convidativo, é muito apetecível se desejarem jogar algo criativo. Concrete Genie fica disponível em exclusivo para PlayStation 4 no dia 9 de outubro de 2019.
N.R.: A análise a Concrete Genie foi realizada numa PlayStation 4 com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente cedida pela PlayStation Portugal.