Análise Chronos: Before The Ashes

Se há developers que ainda fazem jogos por gosto, a equipa da Gunfire Games é claramente composta por pessoas assim. Formada por ex-membros da Vigil Games (Darksiders) que após a sua queda, juntaram a sua paixão por videojogos para fazer todo o tipo de jogos e explorar o mercado do VR.

Siga o Future Behind: Facebook | Twitter | Instagram

Chronos: Before The Ashes foi um dos títulos de sucesso para o Oculus Rift e, agora, Gunfire Games trouxe-o de volta para o conforto das consolas com um novo nome, tornando claro que é uma prequela do título co-op de 2019 – Remnant: From The Ashes.

Uma história para a vida

Somos um jovem herói de 18 anos que lhe é dada a missão de derrotar o dragão que trouxe bestas à terra, e consequentemente o fim da humanidade como a conhecemos hoje em dia. Uma vez por ano, uma pedra vermelha “acorda” e podemos viajar para o mundo onde se encontra o dragão. Mas há um senão. Ao morrermos somos expulsos desse mundo e voltamos 1 ano mais velhos, utilizando esse ano para crescer mais forte e sábio. Este é um dos pontos mais interessantes do jogo, pois cada vez que morremos a personagem fica visualmente mais velha, lenta, e com menos força. Mas não é tudo mau, ao envelhecer obtemos magia e habilidades novas. Sempre que envelhecemos 10 anos ou, por outras palavras, morremos 10 vezes, podemos escolher um power up para nos ajudar na nossa jornada.

Siga o Future Behind: Facebook | Twitter | Instagram

Esta mecânica faz-nos adaptar às mudanças da nossa personagem e também cria uma sensação de que a morte tem realmente consequências num videojogo. Ao mesmo tempo, incentiva-nos a melhorar e repensar a maneira de como estamos a abordar certos inimigos, ao estilo dos jogos Demon’s Souls, castigando o jogador e ensinando-o a aprender com seus erros. Tem um sistema de combate simples mas que requer Timing preciso para fazer counters e dodges, há uma sensação de conquista ao conseguir ler os inimigos e derrotá-los sem perder a vida. Quando nos desviamos no momento certo, conseguimos utilizar uma das nossas habilidades aplicadas, ficando a arma temporariamente encantada com um elemento (fogo, eletricidade…).

Antes das cinzas

Começamos a nossa jornada num mundo pós apocalíptico, com estruturas e tecnologia que nos é familiar completamente abandonadas e destruídas. Encontramos a tal pedra vermelha que nos leva para o outro mundo, mas isso não quer dizer que não existam mistérios por desvendar no nosso. Por vezes podemos encontrar objetos que outros exploradores deixaram para trás no outro mundo, e que podemos utilizá-los ao voltar para o nosso e desbloquear novas áreas e descobrir mais sobre os nossos antepassados e a queda da humanidade. Sim, temos puzzles para resolver com itens que vamos encontrando pelo mundo, e também todo um sistema de melhoramento de armas e ponto de atributos da personagem.

Já no outro mundo para o qual a pedra vermelha nos leva, a história é-nos contada através do ambiente e do design dos níveis. Com algumas notas espalhadas pelo mundo para dar vida a tudo o que nos rodeia, acabamos a desejar saber mais daquelas histórias de que não fazemos parte, estando apenas nós ali a explorar as consequências de tais acontecimentos, tal como no nosso próprio mundo. Estas pequenas histórias também ajudam a dar contexto aos bosses que vamos encontrar, quando por vezes não existe um NPC para nos dar tais detalhes.

Estilo artístico característico

Sendo um remake de um jogo VR de 2016, os gráficos não mudaram muito. Apesar disso, o estilo artístico é forte e característico o suficiente. Temos ambientes diversos, estruturas interessantes e memoráveis logo nas primeiras áreas do jogo. Não nos vamos esquecer de entrar pela primeira vez nos aposentos de uma das filhas do rei do primeiro nível e depararmos-nos com a diferença da escolha de iluminação a comparar com o resto da área.

O design dos inimigos é bastante original e não se repete demasiado, alterando totalmente o tipo de inimigos conforme a área que nos encontramos. O que realmente impressiona são os bosses, que vamos enfrentar várias vezes após morrer e regressarmos mais sábios, até descobrir as alturas perfeitas para contra-atacar e defender. Palmas para quem desenhou os bosses, nunca nos vamos esquecer deles.

Siga o Future Behind: Facebook | Twitter | Instagram

Visualmente, achámos Chronos: Before The Ashes bastante coerente, um jogo que sabe enquadrar e contar a sua história sem a necessidade de diálogo. Isto não significa que não existam falas ao longo do jogo. Existem, mas a construção do mundo não depende apenas do diálogo, e isso é ótimo. Para além disso, com 30 frames por segundo estáveis, não há muitas queixas para se fazer. Sendo um jogo mais lento sem muita ação, servindo esse framerate perfeitamente para o tipo de gameplay.

Considerações Finais

Para os fãs de Demons Souls vão achar que falta alguma dificuldade e desafio, mas para quem não é familiar com o gênero, Chronos: Before The Ashes é o melhor jogo para entrar dentro deste universo de jogos que castigam, proporcionando um nível equilibrado de desafio e diversão. O gameplay não é nada de outro mundo nem muito complexo, e não se altera muito até ao final, o que se pode tornar repetitivo.

Com mecânicas inovadoras e um enredo interessante o suficiente para nos fazer querer avançar mais e mais contra os desafios que nos apresenta a idade, Gunfire Games entrega-nos de novo algo merecedor do nosso tempo.

Clica na imagem para mais informação sobre as nossas classificações

+ Mecânica de envelhecer com cada morte é refrescante

+ Bom para iniciantes deste gênero de jogos

+ Mundos diversos e interessantes

– Gameplay repetitivo

– Puzzles pouco originais

 

Artigo sugerido