Análise Call of Duty: Black Ops Cold War

Call of Duty Black Ops já é uma série, dentro da franquia Call of Duty, com 10 anos. Quem diria? Sempre da responsabilidade da Treyarch e publicados pela Activision os Black Ops tem-nos dado um olhar sobre a Guerra Fria e até nos levaram até à possibilidade de uma segunda Guerra Fria durante uma das linhas temporais de Black Ops II. Agora em Call of Duty: Black Ops Cold War somos transportados para o início dos anos 80, entre os acontecimentos de ambos os jogos, de volta à Guerra Fria… mas desta vez na nova geração de consolas!

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Como não podia deixar de ser, até porque é um jogo da Treyarch, Call of Duty: Black Ops Cold War apresenta, na sua vertente multiplayer, o modo zombies… será que o modo free to play Warzone – vai sofrer uma atualização forte para destacar a visão da Treyarch?

Sendo este o primeiro Call of Duty da PlayStation 5, é também o Call of Duty que faz a ponte entre gerações de consolas, tanto de uma marca como de outra. Será que as diferenças entre gerações ajudam a combater no mercado dos fps ou teremos que esperar para para ver um shooter feito à medida para a nova geração?

De volta ao campo de batalha

De volta aos tempos de nervosismo que foram os da Guerra Fria, mas agora na pele de (no nosso caso) Future “Bell” Behind, um agente da CIA que terá a sua aventura com elementos baseados em eventos reais (embora contados de forma pouco lógica). O que torna o agente Bell especial é toda a possibilidade de personalização que temos para a nossa personagem… no início da campanha conseguimos criar o agente à nossa medida. Podemos alterar coisas como o tom de pele, as origens, o género (com possibilidade de escolher géneros neutros) e até algumas características que podem vir a condicionar a forma como a personagem aborda a história.

Não é a primeira vez que um Call of Duty nos dá a possibilidade de escolher a forma como abordamos a narrativa, mas em Call of Duty: Black Ops Cold War é a primeira vez que sentimos a necessidade de pensar, por vezes com muita força, para conseguir ultrapassar certas fases da campanha. Não só porque a inteligência artificial do jogo encontra-se melhorada, mas também porque algumas missões pedem que analisemos as provas que encontramos com algum cuidado.

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Para além da linha normal do jogo, Call of Duty: Black Ops Cold War apresenta também missões secundárias que, para além de nos darem mais tempo de jogo, acabam por acrescentar muito valor ao modo singleplayer do novo jogo lançado pela Activision. Claro que podem saltar estas missões, ou até começar a jogar as mesmas sem consultar qualquer tipo de prova, mas caso se sintam com vontade de gastar um pouco de tempo a analisar o quadro ou até a falar com os vossos colegas, depressa percebem que Call of Duty: Black Ops Cold War tem mais para oferecer que aquilo que mostra no primeiro contacto.

Call of Duty: Black Ops Cold War apresenta-se com uma campanha divertida, que dá vontade de desbravar até chegar ao fim, mas que, em simultâneo, está mais “madura” quando comparada com os dois primeiros jogos da série Black Ops. Era interessante, ainda na campanha, ver a Treyarch a acrescentar, com tempo, mais missões secundárias a este Call of Duty já que as que estão agora disponíveis acrescentam valor à narrativa principal.

Multiplayer frenético

Sim os Zombies estão de volta, e o modo até pode ser divertido para quem gosta de um co-op ao estilo arcade, onde podem ir desbloqueado zonas do mapa e fazendo loot à medida que vão aniquilando hordas de figurantes de Walking Dead que, a certa altura, começam a aparecer por todo o lado. É divertido, sim, mas pode-se tornar cansativo mais depressa que a experiência base de Call of Duty: Black Ops Cold War.

A experiência base apresenta-se mais rápida que habitual, com ritmo frenético onde, pelo menos na nova geração de consolas, o tempo de respawn é quase nulo (dependendo do modo de jogo, claro)… tudo isto faz com que a experiência em Call of Duty: Black Ops Cold War seja menos tática, e ao contrário da sua campanha, mal exista tempo para pensar.

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Se este ritmo do novo Call of Duty nos agradou, percebemos que possa não agradar a alguns jogadores, mesmo nos momentos mais sóbrios de jogabilidade é possível perceber a diferença de estilo entre estúdios, já que a Treyarch foca-se numa experiência que tenta fazer com que o jogador se divirta, enquanto que a experiência com os jogos desenvolvidos pela Infinity Ward tende a ser mais ligada à experiência clássica de fps, onde a diversão é garantida, mas o aspeto tático e ritmo mais lento estão sempre presentes.

A grande vantagem do multiplayer (e da campanha) de Call of Duty: Black Ops Cold War é a possibilidade de aumentar o campo de visão, mesmo nas consolas. Porque se esta opção já estava presente nos títulos anteriores no PC, só agora chegou às consolas. Ao aumentar o campo de visão o jogo continua bastante fluido e, na nossa experiência, torna-se mais fácil ter noção da localização dos inimigos e assim reagir mais depressa. Não, aumentar o campo de visão, não vai aumentar a pontaria, mas ao conseguirem reagir mais depressa conseguem também descarregar mais balas até que uma, com sorte, acerte no adversário.

Passado VS Presente

Em Call of Duty: Black Ops Cold War a grande diferença de uma geração para outra é o facto do jogo, mesmo em consolas, apresentar-se de forma muito mais fluida, mais consistente no seu desempenho e, acima de tudo, mas idêntico à experiência que podíamos contar num PC até ao lançamento das novas consolas.

Outra coisa que as consolas novas trouxeram foi a implementação da tecnologia de Ray Tracing [RT]. No entanto, a experiência com RT em Call of Duty: Black Ops Cold War não é a melhor. Se na campanha existem problemas constantes com as sombras, reflexos e com algumas das texturas apresentadas, já no modo multiplayer existem momentos com RT em que andamos a passear pelo mapa de arma invisível na mão ou temos pequenos momentos em que as sombras ficam em flashes intermitentes e o céu preto, como se estivéssemos dentro de um estúdio de hollywood… ou na Rússia ;). Claro que também existem alturas que o RT funciona bem, mas no geral ficam com um melhor serviço se desligarem a opção e aproveitarem o bom desempenho do jogo.

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Agora, que nos desculpem os jogadores de Xbox ou até de PC, mas este paragrafo é dedicado à grande mudança em Call of Duty: Black Ops Cold War de uma geração de consolas para a outra. A mudança chama-se DualSense, e muda por completo a forma como jogamos Call of Duty… desde sentir-mos as vibrações ao andar de helicóptero, ou até as vibrações minimamente diferentes ao disparar armas de classes distintas, temos também os adaptive triggers que permitem que a presença, e o disparar, de cada arma seja um pouco diferente, deixando assim os jogadores mais imersos na experiência… arriscamos a dizer, que o comando e a forma como funciona neste Black Ops, é mesmo a verdadeira experiência de “nova geração”.

Considerações Finais

Call of Duty: Black Ops Cold War apresentou-se com uma das campanhas mais interessantes até à data, embora com alguns pormenores que os amantes de História podem não ficar contentes, a verdade é que é um jogo e como jogo, como material de ficção, está sólido e apresenta bons momentos de diversão. Para além desta diversão, foi também uma das primeiras campanhas que nos obrigou a pensar, mostrando-se assim mais adulta.

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Na introdução de novas tecnologias vamos do 8 ao 80. Enquanto que o RT é algo que não precisamos, pelo menos da forma como está implementado e com os problemas que apresenta, a implementação de suporte ao comando DualSense é uma experiência transformadora daquilo que é um First Person Shooter numa consola.

Clica na imagem para mais informação sobre as nossas classificações

+ Campanha bem desenhada

+ Possbilidade de mudar o field of view implementada nas consolas

+ Tempos de loading no multiplayer

+ Multiplayer divertido para jogar com amigos

RT embora faça alguma diferença apresenta muitos erros 

– Multiplos erros que forçam o jogo a fechar

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N.R.: A análise a Call of Duty: Black Ops Cold War foi realizada numa PlayStation 5 com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente disponibilizada pela PlayStation Portugal.

André Oliveira Santos: Licenciado em comunicação, a trabalhar em fotografia. Sempre tive um gosto especial e uma grande paixão por gadgets, videojogos e novas tecnologias no geral.
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