Análise Bookbound Brigade

Há anos que os jogos de plataformas estagnaram na sua essência. As derivações que vão surgindo atualmente no mercado passam essencialmente por misturar vários géneros e alterações com picos de dificuldade. O que, na verdade, essas escolhas nem sempre resultam em jogos maus. Contudo, a falta de inovação destes novos títulos de plataformas, que geralmente têm vindo a ser alimentados por companhias independentes, deixam muitas vezes saudades aos amantes do estilo e fazendo-lhes lembrar o grande legado que alguns títulos Super Mario Bros., Sonic, Metroid, Castlevania e Donkey Kong deixaram.

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O género metroidvania que foi, entretanto, sofrendo mutações ao longo dos anos, é ainda hoje um estilo que se rejuvenesce a cada nova proposta que entra para o mercado. Porém, ora se acrescenta uma narrativa mais alternativa, ora de oferece um visual mais arriscado, ora se carrega na dificuldade, ora se transforma a simples e tradicional jogabilidade numa proposta mais profunda, os títulos recentes de origem de plataformas, não têm passado disso. E é principalmente por causa disso que os grandes jogos de plataformas não se têm feito ouvir, à exceção de jogos como Celeste, Hollow Knight e Shovel Knight, que acabam por elevar cada uma dessas características para um patamar superior.

Uma aventura com heróis literários

Bookbound Brigade apresenta-se como um jogo clássico de plataformas em 2D, com várias características de Metroidvania, e sob uma nova forma de comando de personagens através de navegação lateral. O início da aventura parte essencialmente através de uma cruzada de vários heróis do mundo literário, com intervenientes como Rei Artur, Conde Drácula, Robin Hood, Joana D’Arc ou Dom Quixote, entre outras figuras do reino da fantasia e bravura, em busca do restauro da tranquilidade do mundo literário. Embora a sua base parta da premissa de um puro jogo de plataformas, haverá também muita ação e vários puzzles de lógica, tratando-se fundamentalmente de um jogo de aventura com inúmeros elementos reunidos.

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Bookbound Brigade tem visuais coloridos e desenhados à mão, com claras inspirações dos livros de ilustração, transmitido com clareza que se trata de uma espécie de aventura literária animada. Há por vezes alguns conflitos com algumas animações, com algumas quebras de fluidez, ainda que não prejudicam a jogabilidade durante a acção.

Metroidvania clássico 2D

Tudo o que um bom metroidvania impõe, Bookbound Brigade não foge disso. É necessário explorar, partir caixas, derrotar inimigos e investigar os vários caminhos que o mapa vai exibindo à medida que o jogo vai sendo explorado. Com o avançar da jornada, vão surgindo novas habilidades que permitirão avançar em caminhos que anteriormente não seria possível sendo, portanto, a base de qualquer metroidvania. Paralelamente ao objetivo principal, há também missões secundárias muitas vezes com pedidos hilariantes. Aliás, toda a narrativa de Bookbound Brigade possui contornos humorísticos que vão tornando a demandada um pouco mais leve conforme se vai prosseguindo, com a narrativa sempre orientada por um narrador.

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A jogabilidade é justa e por vezes impõe sequências de ritmo conforme os níveis vão apresentando armadilhas e espaços vazios propícios a quedas no abismo. Já os inimigos que se vão apresentando pelos cenários, nem sempre apresentam uma ameaça, sendo por vezes bastante básicos, repetitivos e dotados de uma inteligência artificial um pouco vazia. Já a formação de heróis literários que comandamos, nem sempre faz sentido em termos estratégicos, principalmente em lutas contra bosses. E mesmo cada herói tendo habilidades únicas a experiência no terreno não é verdadeiramente ímpar. Apesar dos combates serem básicos, e de não exigirem muita perícia, por vezes tornam-se um pouco conflituosos e sobrecarga de comandos repetitivos, poderá deixar um sabor um pouco amargo quem espera embates mais rigorosos.

 

Considerações finais

Bookbound Brigade é apesar de tudo mais um metroidvania no meio de tantos outros. A falta de inovação geral na jogabilidade e na própria estrutura de toda a aventura não se destaca nestas componentes. A narrativa é muito provavelmente o seu forte, mesmo não possuindo uma escrita forte, tem traços humorísticos que fazem rasgar a indiferença de quem olha para um simples jogo de plataformas com características comuns a tantos outros. Bookbound Brigade também não será o jogo que apresentará dores de cabeça aos jogadores mais inexperientes, sendo um título bastante acessível a qualquer tipo de jogador. A sua boa longevidade poderá ser um bom ponto forte a quem gosta de descobrir todos os cantinhos de cada mapa.

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Bookbound Brigade já se encontra disponível para Nintendo Switch, PlayStation 4, Xbox One e Microsoft Windows.

N.R.: A análise a Bookbound Brigade foi realizada numa Playstation 4 com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente disponibilizada pela Dead Good Media

Bookbound Brigade
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Narrativa engraçada com heróis que todos conhecemos
Metroidvania clássico
Alguns segredos, missões secundárias e boa longevidade
Jogabilidade básica que nem sempre requer uma estratégia
Ecrãs de carregamento um pouco demorados
3
Tiago Marafona: Um autêntico fã de RPGs japoneses e um belo apreciador de jogos de plataformas. Nunca diz não aos clássicos Super Mario, The Legend of Zelda e Final Fantasy. É também um acérrimo admirador do trabalho do Ryu Ga Gotoku e da Monolith Soft.
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