Análise Assassin’s Creed Valhalla

Foi em 2007 que nasceu o primeiro Assassin’s Creed. Chegou para Playstation 3 e Xbox 360 e marcava assim o início de uma série que em 13 anos presenteou os fãs com 12 jogos principais e outros 12 spin-offs lançados entre telemóveis e consolas portáteis. O mais recente destes presentes é Assassin’s Creed Valhala, lançado durante o mês de novembro para Windows PC, Google Stadia, Xbox One, PlayStation 4, Xbox Series X|S e PlayStation 5.

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O novo título, de mundo aberto, leva os jogadores para o universo Viking e para uma paisagem que pouco tem a ver com aquilo que os fãs de Assassin’s Creed estão habituados. A Ubisoft decidiu assim dar uma nova cara a uma das suas franquias mais poderosas, utilizando o seu nome para continuar com uma boa base de fãs, mas sem esquecer os jogadores que estão agora a entrar na franquia. Será que foi uma boa aposta?

Em Assassin’s Creed Valhala estamos na pele Eivor enquanto o guerreiro(a) Viking  se junta a Sigurd na viagem, que se espera de conquista, até às agora ilhas britânicas após perceberem que as terras do norte eram pequenas demais para tanta sede de poder entre diferentes clãs Viking. Durante a conquista das novas terras vamos ter a oportunidade de explorar cidades como Winchester, Londres e York.

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Assassin’s Creed Valhala continua a ter elementos de ligação a outros jogos da franquia, com personagens de títulos passados a terem lugar de destaque na narrativa do mais recente Assassin’s. No entanto, vamos deixar os pormenores da narrativa para vocês explorarem quando, e se, pegarem no jogo.

Novos mundos a serem explorados

A exploração do mundo aberto em Assassin’s Creed Valhala é o ponto forte do novo título da Ubisoft, ao começar nas terras frias do norte da Europa as paisagens fazem-nos querer tirar umas férias de inverno para explorar a península escandinava, seja durante a noite ou no decorrer do dia, os passeios de barco ou as caminhadas na neve acabam por nos dar uma ideia de liberdade fantástica, onde mesmo nesta espécie de prologo, as missões secundárias estão bem presentes e ajudam-nos a melhor perceber as mecânicas do jogo, mas também a construção da sua narrativa.

Depois das primeiras aventuras em terras do norte partimos para a verdadeira batalha, a exploração e conquista das terras anglo-saxónicas. Ao chegar, somos presenteados com uma paisagem mais verde, agua mais quente, mas a mesma vontade de exploração, sempre suportada pela forma como Assassin’s Creed Valhala foi construido. Se o primeiro ponto foi criar acampamento e uma nova cidade, depressa passamos para a exploração, feita ao início não para atacar, mas para criar alianças.

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A exploração, sempre lado a lado com as batalhas, levam-nos a perceber que o mundo criado para Valhalla está cheio de missões secundárias que em muito para contribuir para mais hora de jogo. Para criar alianças é preciso combater, ajudar futuros amigos e derrotar inimigos que até à pouco tempo eram desconhecidos. Para evoluir a nossa conquista, mas também a nossa cidade, precisamos de fazer raids. Para fazer raids precisamos de derrotar aqueles que não sabiam estarem para ser atacados… à medida que vamos fazendo loot vamos também ficando com a ideia de que estamos de um dos lados da história que muitos podem ver como errado, já que somos os forasteiros que chegam para pilhar… sempre com a desculpa de união. A desculpa de unir aquilo que está dividido.

Se as missões principais acrescentam bastante à narrativa contada por Assassin’s Creed Valhala, dando mesmo prazer a completar e acabando por nos fazer querer saber mais, ficando sempre na expectativa para perceber o que é que se vai passar a seguir, já as missões secundárias fazem o contrário. Como já referimos estas side quests servem principalmente para dar horas de jogo ao título, horas que podem ser muito bem vistas por quem gosta de explorar tudo o que há para explorar e de fazer grind agressivo para evoluir a sua personagem ao máximo (sim porque o fator RPG está bem presente no título da Ubisoft)… porque para além disto acabam por ser repetitivas e um pouco cansativas depois de umas horas de jogo. É viajar (sim o fast travel existe e funciona de forma bastante rápida na Xbox Series S, mas qual é a piada?), atacar, evoluir… viajar, atacar, evoluir…

Arco, machado ou hidden blade

Durante as nossas aventuras quase todas as superficiais são possíveis de escalar, de subir, de usar para algo o que nos leva por vezes a utilizar um caminho mais complicado só “para ver se é possível”. O que também está bem presente é os itens que podemos fazer loot durante a exploração, e, no modo pré-definido, conseguimos ter perfeita noção do que podemos apanhar, já que existe numa quantidade quase perfeita, não sendo em demasiada mas também acabando por nunca ser escasso.

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Claro que por vezes, para conseguir tesouros maiores, teremos que combater. Foi aqui, para nós que encontramos um dos piores aspetos de Assassin’s Creed Valhala. O combate é aborrecido, mesmo com a escolha de três armas, todas com mecânicas diferentes, acabamos por não conseguir entrar nestas batalhas a 100%.

  • O machado servirá para combates corpo-a-corpo, onde à medida que vamos evoluindo as nossas skills também as mortes causadas pelo nosso passam a receber animações mais grotescas, mais violentas, mas também mais divertidas de se ver.
  • O arco, como devem imaginar, servirá para combate à distância… ideal para os primeiros momentos onde o inimigo já corre na nossa direção, mas ainda está longe. Pode também ser usado como forma de entrar num campo inimigo sem ser detetado… aniquilando NPC a NPC sem ninguém dar por isso.
  • A arma que mais puxa para o stealth é mesmo a famosa hidden blade de Assassin’s Creed. Aproximem-se de um inimigo, sem serem detetados… e facada!

Tudo parece perfeito para conseguirmos desfrutar do combate de Assassin’s Creed Valhala, mas a verdade é que os inimigos acabam por não estar dotados da melhor inteligência artificial no mundo, fazendo isto com que os combates, que não são por turnos, acabam por se tornar estranhos quando estamos a combater o NPC A e o NPC B está ali… como um mero espetador ou a deferir golpes que acabam por não nos atingir. As batalhas mais interessantes, e essas sim divertidas, são mesmo as dos bosses que vamos encontrando no decorrer da história.

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Por fim, e ainda sobre o combate, é interessante conseguirmos ajudar os nossos companheiros Viking quando estes se encontram caídos no chão, mas era muito melhor se estes não tivessem a mesma (falta de) inteligência artificial que os inimigos…

Considerações Finais

Assassin’s Creed Valhala, embora com algumas diferenças, é o levar da série para novos mundos e para novas aventuras. Os fãs mais fechados da série podem não ficar contentes, mas ao darem uma oportunidade a este Assassin’s Creed  não se irão arrepender. Já os novos jogadores encontram aqui uma forma fantástica de entrar na franquia da Ubisoft e partir, depois, para a exploração dos jogos mais antigos.

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Ao nível de desempenho na Xbox Series S continuamos a dizer o que dissemos na análise à pequena consola de nova geração: estamos surpreendidos com aquilo que os estúdios estão a conseguir tirar de uma consola tão pequena quando a Series S. Claro que quando comparado com consolas mais fortes perde um pouco na resolução, mas nada que nos afaste do jogo… já o desempenho é constante, sem quebras de frame rate fáceis de perceber. De relembrar que, já após o lançamento, Assassin’s Creed Valhala recebeu um patch que o coloca a correr a 60 fps (entre 720 e 800p) em modo desempenho, ou a 30fps com resolução dinâmica até 1440p no modo qualidade… isto na máquina onde fizemos a análise, a Xbox Series S.

Clica na imagem para mais informação sobre as nossas classificações

+ Mundo aberto com muito para explorar

+ Desempenho constante na Xbox Series S 

+ Narrativa interessante que consegue agarrar o jogador

– Missões secundárias repetitivas

– Combate não parece “natural”  devido à fraca IA dos NPCs durante o mesmo

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N.R.: A análise a Assassin’s Creed Valhala foi realizada numa Xbox Series S com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente disponibilizada pela Xbox Portugal.

André Oliveira Santos: Licenciado em comunicação, a trabalhar em fotografia. Sempre tive um gosto especial e uma grande paixão por gadgets, videojogos e novas tecnologias no geral.
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