Depois de termos experimentado Anthem no VIP access weekend ficamos com vontade de continuar a explorar este mundo, felizmente a espera acabou! A BioWare, estúdio que já nos trouxe grandes jogos no passado, como por exemplo a saga Mass Effect e Dragon Age, traz-nos um novo título que já está disponível nas lojas. Alimentado pela antecipação à volta do jogo milhões de jogadores em todo mundo entraram nos seus Javelins para explorar este novo mundo.
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Um jogo que promete deslumbrar os jogadores e deixá-los cair num poço de imersividade autêntica. Um grafismo que fala por si, deixando para trás qualquer competição, um autêntico MMORPG de última geração. A jogabilidade do combate foi algo que nos deixou maravilhados quando tivemos possibilidade de experimentar durante o VIP access weekend e queríamos saber o que mais aguardava por nós em Anthem!
O cenário que a Bioware nos apresenta é um mundo inacabado, perdido, abandonado pelos seus criadores. Sabemos no entanto que The Anthem é a fonte da criação do mundo e quando os criadores o abandonaram, o poder do Anthem começou a libertar cataclismos sobre esse mesmo mundo, corrompendo todos que tentavam obter o seu poder.
Para sobreviver, os nossos antepassados, criaram os Javelins, poderosos fatos que dão poderes e força super-humana a quem os usa. O futuro da humanidade depende de um grupo de pilotos de Javelins chamados os Freelancers.
Existem 4 javelins, que podemos escolher. Sendo eles o Ranger, um javelin bastante versátil e capaz de se adaptar a diversas situações. Da nossa experiência, este será talvez o melhor javelin a selecionar como primeiro javelin quando o jogo sair. Para além de ser bastante versátil, é o único que consegue provocar combos de skills sozinho, o que será uma excelente ajuda no progresso de leveling.
Assim que o jogo começa entramos num tutorial onde jogamos com o Ranger, mas rapidamente chegamos a nível 2 onde podemos desbloquear o nosso primeiro Javelin. Depois os próximos serão a nível 8, 16 e 24. Quando chegamos a estes níveis é dado ao jogador um crédito, que pode ser trocado por um javelin, desta forma podemos desbloquear todos os 4 javelins pela ordem que for do nosso interesse.
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Para além do Ranger, temos o Colossus, o maior de todos os javelins! É incrível o tamanho desta maquinaria pesada ao lado dos outros javelins. O papel do Colossus é ser um tank, é para quem gosta de ir po meio da batalha e fazer maior dano às suas vítimas. Sendo um Colossus e fazendo jus ao seu nome, é o javelin bastante lento, e isso nota-se mesmo nos seus poderes, que em comparação com os outros javelins demoram sempre mais uns segundos para serem ativados.
O Interceptor é um javelin muito ágil e capaz de entrar e sair do seio da batalha muito rapidamente. Consegue fazer um grande volume de dano, e realmente brilha quando tem um companheiro Colossus ao seu lado, pois este consegue estar a “entreter” e chamar os inimigos, enquanto o Interceptor chega e faz o inimigo arrepender-se de não ter prestado atenção.
Finalmente temos o Storm, este é um javelin um pouco diferente dos outros. Este é um javelin dos elementos, no fundo assemelha-se a um feiticeiro que vemos em outros RPGs. Este javelin tem a particularidade de conseguir estar mais tempo a sobrevoar o campo de batalha que os os seus companheiros. Isto permite que este consiga fazer enormes quantidades de dano sem estar em qualquer perigo.
Cada javelin tem 4 poderes que pode usar, e personalizar com as recompensas que vai recebendo ao longo do jogo. Para além destes poderes podemos equipar armas de fogo, existindo várias á nossa disposição. Durante o combate, cada jogador terá de usar os seus poderes enquanto dispara sobre os inimigos… é aqui que a diversão começa.
“The good, the Bad and the Ugly”
The Good
Quando juntamos estes fatores temos uma sinergia entre javelins que cria uma expressão visual incrível, em sincronia com um esquema de som extraordinário.
Os efeitos visuais destes poderes estão incríveis e transmitem ao jogador uma sensação de satisfação como não há igual. Todos estes poderes e combos tornam-se extremamente importantes quando as Squads se juntam para auxiliar os Freelancers.
A primeira vez que nos aventuramos pelo mundo de Anthem é impossível não ficar de boca aberta com o detalhe do mundo. Vegetações verdejantes, cursos de água que conduzem até uma queda de água de centenas de metros, sempre acompanhado de vida selvagem. É visível o estado de abandono em que se encontra. As enormes estruturas e edifícios feitos pelos criadores deste mundo encontram-se a ser consumidas por vegetação selvagem e também pelo tempo.
Este planeta não se encontra apenas habitado pelos Freelancers, e à medida que voamos sem destino vamos encontrar estruturas que contrastam com a natureza em seu redor. Mini cidades e bairros de lata, construídos com sucata de naves destruídas e abandonadas anunciam a chegada ao território de uma das facções inimigas. É verdadeiramente um mundo vivo que não falha em conseguir que o jogador fique imerso nesta fantasia.
As dungeons levam o jogador por diferentes cenários, tendo zonas exteriores com paisagens que contrastam com o caos do campo de batalha, entramos em grutas medonhas cheias de casulos e criaturas que explodem ácido em todas as direções, e até secções que se passam debaixo de água! A diversidade e beleza de todo o ambiente em torno do jogador é algo que nos faz querer voltar.
The Bad
Tudo o que se apresentou até agora fazem de Anthem um jogo com todo o potencial para ser um jogo incrível. No entanto, ter um núcleo base de um jogo não basta quando o jogo já saiu e está nas prateleiras. A falta de conteúdo do jogo é algo de abismal e que não dá para compreender a forma como ano após ano temos jogos que falham porque colocam o modelo de negócio a frente do conteúdo.
Para se ficar com uma ideia, quando falamos da história principal, temos um início bastante bom, e depois chega a certo ponto que fica estagnado. Missões repetitivas umas a seguir às outras, sem interesse, nas mesmas zonas, a fazer sempre os mesmos objetivos, até que chegamos à fase final e aí temos conteúdo mais interessante…
Entretanto para além destas missões da história principal temos de fazer missões secundárias que mais uma vez, levam-nos para as mesmas zonas, a fazer os mesmos objectivos… O sentimento de Dejá Vu é constante pois estamos num loop de conteúdo feito sempre com as mesmas peças. Ora temos de ir para um sítio (onde já tivemos no decorrer de outras missões) e ficar lá parado a matar umas ondas de inimigos, ora temos de apanhar umas luzes para completar o objetivo, etc … Existe uma lista de objetivos, e parece que cada missão irá ter um ou mais dessa lista de objetivos. Uma autêntica reciclagem de conteúdo.
Para além desta falta de conteúdo o lançamento deste título ficou marcado por vários bugs e erros… mas nem todos foram erros que deixassem os jogadores tristes. Por exemplo, durante 11 horas as recompensas do jogo não estavam a funcionar da forma suposta, e milhares de jogadores a receberam recompensas “à fartazana”. Terá isto sido um bónus dado pela EA aos fãs de Anthem?
The Ugly
Ter falta de conteúdo é mau, mas quando é notório que foi “retirado” do jogo para ser lançado mais tarde como novidade não cai nada bem e deixa ao consumidor o sentimento que foi enganado.
Existe um site (https://www.ea.com/games/anthem/acts) onde podemos ver o conteúdo planeado que vai ser lançado em Anthem. A existência deste site é de louvar, pois dá a conhecer ao consumidor o que irá sair, mas não deixa de ser estranho que um mês depois de o jogo sair, já esteja planeado o próximo “content update”. Esta política cai sobre um modelo de negócio que tem vindo a ser praticado por várias empresas que passa por fazer “content gating” (dar o conteúdo às migalhas) pois faz com que os jogadores “voltem ao jogo” todas as semanas / meses.
Ora isto tudo seria positivo se muito conteúdo que foi mostrado em feiras como E3 não tivesse sido retirado do jogo, nomeadamente zonas, NPC e funcionalidades. A cereja no topo do bolo é quando olhamos para os trailers mostrados ao longo do tempo, e o que é dito nesses trailers. É passada uma mensagem ao consumir que é enganosa, pois grande parte das ditas “in-game footage” não são reais, e grande parte das afirmações de mecânicas do jogo vieram agora a confirmar-se que não são verdade.
Considerações finais
Anthem tem potencial para ser um grande jogo, mas infelizmente o modelo de negócio que se tenta aplicar prejudica o jogo de uma forma gigante no seu lançamento. Como a Internet não perdoa, a sua reputação já está manchada e o jogo ainda não fez um mês de idade.
Como todo o conteúdo adicional irá ser disponibilizado gratuitamente, i.e., não irá haver DLCs pagos (pelos menos foi essa a informação passada pela BioWare e EA até à data), recomendamos que deixem o jogo maturar. Este irá ser um excelente título a pegar daqui a 6 meses pois nessa altura já terão saído várias atualizações de conteúdo e correção de bugs que tornaram este jogo cada vez melhor. Entretanto se quiserem experimentar Anthem, já se encontra disponível para PlayStation 4, Xbox One e Windows PC.
Para os que não tem a certeza se Anthem será o jogo para eles, podemos recomendar o Origin Access Premier. Este serviço custa €14.99 por mês e dá-nos acesso a todos, ou quase todos, os títulos publicados pela EA. E sim, isto inclui os novos títulos e até são dadas benesses como acesso antecipado. Usando este serviço podemos jogar um novo título durante 1 mês, pelo valor indicado, e experimentar o título sem ter de desembolsar o custo total dele. Adicionalmente existe o serviço anual por €99,99/ano, e se acham que é um valor elevado, basta pensarem que se comprarem 2 jogos da EA nesse ano, já estão a poupar dinheiro.
N.R.: O artigo de análise de Anthem foi realizado num Lenovo Legion Y720 com acesso a uma chave para a versão final do jogo gentilmente cedida pela EA Portugal