Imaginem um mundo escuro, com pouca felicidade, onde os perigos espreitam a cada canto e temos, para sobreviver, que pensar duas vezes antes de nos aventurar no desconhecido. É isto o mundo de Alder’s Blood, um mundo escuro, sem alegria, em que tudo o que podemos fazer é lutar com todas as forças que temos contra as criaturas que espreitam nas sombras.
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Muita estratégia, algum stealth, pedaços de RPG, criaturas que parecem saídas de mundos como Bloodborne e um gameplay turn-based que poderá fazer lembrar os primeiros XCOM fazem com que Alder’s Blood, possa prender os fãs de jogos que assentem numa enorme quantidade de estratégia, mas será que tem o que é necessário para trazer novos jogadores ao género?
Alder’s Blood, da responsabilidade da Shockwork Games e publicado pela No Gravity Games, já se encontra disponível e pode ser jogado em Windows PC e na consola Nintendo Switch.
Com uma história sombria, recheada de perigos e algumas reviravoltas Alder’s Blood poderá ter o sufienciente para para agradar aos fãs de histórias que envolvam mistério, criaturas saídas de universos mágicos e aquele clima de perigo que está sempre presente.
Muito para ler, mas pouco para ouvir
Depois do tutorial, que aconselhamos a jogar caso não estejam habituados a jogos do género, começamos a nossa aventura a controlar Chief e a sua equipa. Ao controlar Chief somos donos de uma pequena empresa de caçadores, e como qualquer empresa gostamos de fazer dinheiro, para isso começamos o jogo a fazer pequenas missões onde ajudamos habitantes locais a livrarem-se de criaturas que os atormentam. Nos primeiros momentos de jogo a grande dificuldade passa, não por derrotar as criaturas, mas por tentar controlar os movimentos das personagens no mapa. Este movimento é feito por levar uma seta até à personagem, selecionar a mesma e depois levar a seta até ao local para onde queremos mover a personagem… tudo isto com o analógico esquerdo da consola, o que nem sempre ajuda. Nota-se, aqui, que o jogo foi pensado numa primeira fase para ser jogado em computador. No entanto, teria sido interessante, dar suporte para o ecrã tátil da consola já que esta medida iria ajudar e facilitar, em muito, o gameplay de Alder’s Blood.
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Durante o tutorial vamos recebendo algumas instruções e pontos de interesse sobre a história, tudo isto é acompanhado de um voice acting que acaba por nos transportar para dentro da narrativa de Alder’s Blood, queremos saber mais e queremos começar a história o quanto antes. Mas, ao começar a história, aquele voice acting que tanto nos puxou desaparece e estamos ali, com a história a ser contada através de textos longos, mas de tamanho reduzido, o que pode fazer com que o cansaço chegue rápido.
Estratégia. E ação?
Com Alder’s Blood a ser um jogo baseado em turnos, a estratégia de onde deixamos as nossas personagens no campo de batalha é muito importante, principalmente se queremos que todos sobrevivam. Ao chegar o turno do inimigo nada podemos fazer para parar os ataques impiedosos criaturas que aparentam ser lobisomens e outros seres que vamos encontrando. Para além disto, nos acampamentos que vamos fazendo ao longo da aventura, vamos conseguir criar novas armas, melhorar as que temos e até manter a nossa equipa mais unida. Quando juntamos tudo isto ao facto de termos que ter cuidado com os recursos que temos (mais um dia parados é mais um dia a consumir comida sem ganhar nada de volta) percebemos que para além da estratégia temos também elementos RPG em Alder’s Blood.
Alder’s Blood mostra-se complicado, apresentando muitas mecânicas e fazendo com que tenhamos que ter um precioso cuidado na gestão de recursos ao longo de todo o gameplay, caso contrário um jogo que pode ser difícil torna-se impossível.
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Agora, com tanto tempo gasto a planear e, por vezes, a tentar passar despercebidos quando o nosso “poder de fogo” não é o suficiente para acabar com alguma das bestas que encontramos, acabamos por ficar com alguma cede de ação. Ação que acaba por não acontecer em grande escala, não há grandes momentos no jogo que nos levem a suspirar de alívio ou que nos levem a soltar um “yay” porque passamos uma situação mais complicada. Não nos entendam mal, Alder’s Blood não é um jogo fácil, pelo contrário, tem situações muito difíceis, mas que quase sempre sabemos que vamos ser derrotados.
Por fim, esta falta de ação poderia, mais uma vez, ser colmatada pela implementação de voice acting durante o jogo, em vez de ficarmos resumidos a palavras soltas aqui e ali que não ajudam a que fiquemos presos ao jogo. Pelo contrário, o que nos vai prendendo ao jogo, é a sua arte e a complexidade do seu mundo, ambas fazem com que Alder’s Blood seja um jogo que, ao beber inspiração de muitos outros jogos, acabe por ser único.
Considerações Finais
Alder’s Blood é o jogo que pode atrair fãs de jogos de estratégia, mas que em princípio fica por aí. Com uma história que poderia ter algo para oferecer acaba por ficar perdido na falta de mais ação, nos textos muito pequenos para a versão Nintendo Switch e no complicado que é selecionar uma personagem sem primeiro clicar em pedaços de terreno à volta da personagem. Temos que voltar a referir, é uma pequena que o ecrã tatil da Nintendo Switch não seja usado neste jogo.
No entanto, deixamos a ideia de que se forem fãs de mundos sombrios e XCOM for dos vossos jogos favoritos têm aqui uma opção razoável para ocupar algumas das vossas horas de jogo.
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N.R.: A análise a Alder’s Blood foi realizada numa Nintendo Switch com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente cedida pela No Gravity Games.