Alan Wake Remastered – Análise

Chegou em 2010 pela primeira vez, na altura em exclusivo para o ecossistema da Microsoft, e depressa se tornou um jogo de culto e talvez um dos que mais inspirou os restantes lançamentos da Remedy. Sim, leram o título e sabem que estou a falar de Alan Wake, mas este remastered é mais que um remastered, é a possibilidade de mais jogadores pegarem naquele que foi um dos títulos da geração.

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Alan Wake Remastered chegou, agora para as consolas (Xbox One, Xbox Series X | S, PlayStation 4 e PlayStation 5) e para o PC, com um novo visual, mais polido, mas com a mesma intensidade e com a mesma mensagem: a luz salvar-te-á.

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Para meter tudo em pratos limpos, ou para vos contar bem a história, tenho que vos dizer que a experiência original nunca me passou pelas mãos. Tenho que o dizer para perceberem que poucas vão ser as comparações que vou fazer com o título da Xbox 360. Sim, tive e tenho uma Xbox 360, mas por alguma razão Alan Wake nunca chegou à minha consola, agora começo a perceber o que perdi durante todos estes anos… mas já lá vamos.

Andar em direção à luz nem sempre é mau

Nunca tinha pegado no original, mas sabia o principal: a luz ia ser minha amiga. A luz e as pilhas para a lanterna, não fosse isto um antigo exclusivo Xbox… todos sabemos o amor da marca pelas pequenas pilhas AAA. Mas bem, a caminho de Bright Falls percebi que sim, Alan Wake Remastered era mesmo isso, um remastered. Não há nada de mal nisto, simplesmente dava para perceber que as animações nas cutscenes (em alguns momentos) não estavam dentro dos padrões aos quais fomos habituados pelos principais títulos da indústria nos últimos anos. É normal.

Também o subir, o andar, o correr, o saltar… tudo o que é movimentos executados pela nossa personagem acabam por mostrar que se trata de um jogo com 11 anos. No entanto, tirando estas pequenas coisas que saltam à vista, tenho que ser justo e dizer que, quando olho para imagens do jogo antigo, é fácil de perceber que o processo de remasterização deste “novo” Alan Wake é um trabalho fantástico.

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A forma como o ambiente à nossa volta se comporta, sejam as luzes ou a falta das mesmas, os sons ao andar no meio da floresta, o ranger de madeira antiga ou até mesmo a forma como as personagens foram re-desenhadas, tudo está refeito de forma a nos transportar de uma forma mais eficaz para o universo criado por Sam Lake.

Claro que se há algo que nos transporta para o universo de Alan Wake e que nos faz viver o jogo é mesmo a história e a forma como a mesma é contada. De capítulo a capítulo vamos escrevendo um livro que nos faz viajar por um mundo que pode muito bem ser o maior pesadelo de muitos de nós.

No ponto!

Não conhecendo fiquei impressionado, não só com a banda sonora ou com toda a experiência que é passar a ter um medo irracional de passar por zonas escuras, mas também (e principalmente) pela forma como a história é contada, com a forma como cada um dos capítulos acaba sempre de forma a nos prender, a nos fazer querer saber mais… querer perceber o que se passa ali e como é que conseguimos ajudar Alan Wake a lutar contra os seus inimigos. Inimigos esses que a certa altura parecem vir de várias frentes.

A verdade é que é na narrativa que está o ponto algo de Alan Wake Remastered. O jogo comporta-se tal e qual um bom livro, à medida que vamos jogar queremos jogar mais e mais tal como num livro que estamos a gostar queremos ler mais à medida que vamos bebendo mais da história que nos é contada.

O que também está no ponto é a quantidade de pilhas e balas que vão encontrando ao longo da vossa passagem por Bright Falls. Sim, existem zonas onde são mais escassas e até se podem ver entre a espada e a parede sendo que a solução aqui é só uma: morrer e começar de novo. Algumas vezes tentei escapar, correr dali para fora e deixar as criaturas nas sombras onde merecem estar, mas 99,9% das vezes não resultou. O segredo é mesmo esse, morrer e fazer de novo sempre com o cuidado extra de poupar balas, pilhas ou até mesmo granadas de luz.

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Falando dos inimigos, é importante referir que, tirando alguns mais complicados, é fácil de perceber como é que as criaturas “base” se comportam. Passado um ou dois encontros podemos poupar tempo e sofrer menos “dano” a cada encontro, pois é fácil de perceber como é que vão atacar, quando é que nos atiram algo a cima e o que é que temos que fazer para acabar com elas de uma vez por todas.

Considerações Finais

Alan Wake Remastered é uma excelente forma de entrar no mundo criado originalmente para a Xbox 360, se tal como eu nunca pegaram neste jogo esta é a vossa oportunidade e acreditem, não se vão arrepender. Caso sejam fãs de thrillers com cliffhangers e plot twists dignos de uma qualquer série ou livro de renome este jogo é para vocês.

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Caso já o tenham jogado, e sejam verdadeiros fãs da série, este jogo acaba por ser também ele uma excelente forma de revisitar Bright Falls que se apresenta agora de cara lavada e para mais plataformas que no jogo original. Alan Wake Remastered deu-me uma coisa: vontade de pedir à Remedy um Alan Wake 2.


+ História entre as melhores do mundo dos videojogos
+ Ambiente sonoro e visual muito bem criado
+ Bom trabalho de resmasterização

– Inimigos “base” acabam por ser demasiado óbvios
– Alguns problemas durante as animações das cutscenes

N.R.: A análise a Alan Wake Remastered foi realizada numa PlayStation 5 com acesso a uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Edelman.

André Oliveira Santos: Licenciado em comunicação, a trabalhar em fotografia. Sempre tive um gosto especial e uma grande paixão por gadgets, videojogos e novas tecnologias no geral.
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