Já começa a ser uma tradição de Natal. Todos os anos durante a época de festividades a Amazon anuncia um novo desenvolvimento tecnológico. Em 2013 a empresa revelou intenções de fazer entregas com drones, em 2014 mostrou pela primeira vez a sua frota de robôs tarefeiros e em 2015 anunciou uma remodelação ao drone de entregas propriamente dito.
Para 2016 a Amazon reservou algo completamente diferente. Um supermercado onde os consumidores entram, pegam nos produtos que querem e saem sem que seja preciso pegar em dinheiro, num cartão ou no smartphone para pagar. Nunca o conceito de ‘grab and go’ foi tão certeiro.
O que a Amazon apresentou este ano é muito possivelmente a loja do futuro. No vídeo em cima pode ficar a conhecer melhor a Amazon Go.
Com este projeto a Amazon pretende atingir alguns objetivos. Em primeiro lugar aumentar a sua influência como um retalhista. Em segundo lugar aumentar o número de subscritores do serviço Prime já que a Amazon Go será exclusivo destes clientes. E em terceiro lugar criar uma experiência de compras sem ‘fricção’ e também sem filas de espera.
Just Walk Out é o nome dado à tecnologia integrada nas lojas
A alteração mais notável é talvez o facto de a Amazon ser conhecida como uma empresa de comércio eletrónico, mas na sua visão de futuro fazer parte a integração tecnológica no comércio físico. A Amazon diz que usa a mesma tecnologia dos automóveis de condução autónoma para conseguir criar a experiência de compras da Amazon Go.
As pessoas terão de ter a aplicação móvel da Amazon Go no smartphone que funciona quase como um bilhete para o metro ou para o autocarro. Se não validar o bilhete, não entra. A partir do momento em que faz esta validação a Amazon sabe quem é o cliente e a que conta deve ir debitar o dinheiro posteriormente.
Através de um grande conjunto de sensores tecnológicos colocados na loja, a Amazon sabe quem leva o quê e até sabe quando há um arrependimento por parte do consumidor que volta à prateleira para deixar um artigo que afinal já não quer.
À medida que vai pegando nos itens eles vão sendo acrescentados à sua lista de compras e no momento em que sai da loja vai receber uma fatura digital referente às suas compras. Na prática funciona um pouco como andar de Uber: no final da viagem basta sair porta fora do carro, não sendo necessário dinheiro ou outros métodos de pagamento físicos.
A Amazon Go é mais do que um conceito, já é uma realidade. Na cidade norte-americana de Seattle, onde se situa a sede da empresa, abriu a primeira Amazon Go. Por agora a loja será exclusiva para os funcionários da tecnológica, refere o The New York Times. O objetivo é abrir ao grande público no início de 2017.
Os funcionários que existem na loja são repositores, já que não são necessárias caixas registadoras nem pessoas nessas posições. Um cenário que já está a levantar algumas questões, como relata a CNBC.
A Amazon revelou ainda que está há quatro anos a trabalhar neste conceito de loja física, marcando assim definitivamente uma mudança de paradigma para a empresa. Além de já ter lojas físicas para a venda de livros, a gigante norte-americana pretende ser uma presença assídua na vida das pessoas, tanto online como offline, noutros segmentos de produto.
A Amazon começou a vender os chamados produtos frescos em 2007
Sendo apenas um conceito, a Amazon ainda não investiu parte do seu tempo a explicar como pretende prevenir situações extraordinárias e que vão além das simples compras como a possibilidade de roubo, erros de contabilização que o sistema venha a fazer e impedimento de compra de alguns produtos – álcool para os menores por exemplo.
Com o desenvolvimento da Amazon Go, a gigante do retalho tenta completar o ciclo das compras fáceis e rápidas. Além das compras online tradicionais, a empresa já disponibiliza em algumas localizações entregas no prazo de uma hora, já tem botões de compra automáticos e há rumores de que vai abrir lojas de repositório onde será possível levantar os itens pouco tempo depois de os comprar.