Em 2018 quando a Insomniac lançou o seu primeiro Spider-Man escrevi que à data era, provavelmente, o melhor jogo de super-heróis alguma vez feito. Cinco anos depois, com uma versão Remaster lançada para PC e PlayStation 5, o jogo da Insomniac tem. com o lançamento de Marvel’s Spider-Man 2, concorrência na luta para ser o melhor jogo de super-heróis alguma vez feito.
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Na sua essência, Marvel’s Spider-Man 2 é mais Spider-Man: mais mapa para explorar, ao abrir novas zonas da cidade, mais inimigos, mais amigos, mais adrenalina nas batalhas dignas de qualquer filme de Hollywood e claro, mais uma história capaz de nos agarrar ao sofá até a acabarmos.
No entanto, este segundo Spider-Man (terceiro, se quisermos contar com o spin-off Miles Morales) quer ser o seu próprio jogo, quer ter a sua própria identidade e fazer mais e melhor que o anterior… não quer ser visto apenas como “mais Spider-Man”.
Ponto a ponto:
Marvel’s Spider-Man 2 foi criado para ser um blockbuster
Spider-Man 2 começa de forma épica e depressa me fez sentir que estava de volta à cidade que tanto gostei de visitar em 2018, agora com mais para explorar e mais para fazer. Num mundo que se alimenta dos dois protagonistas e vai buscar conteúdo ao tipo de side quests que nos lembrávamos do primeiro jogo, mas também a Miles Morales, há muito para fazer e, caso queiramos desbloquear os fatos que temos disponíveis ou evoluir a sua tecnologia, há que dar atenção a cada perseguição de carros que conduzem em volta dos blocos de prédios ou a qualquer oportunidade para tirar uma fotografia ou descobrir nova tecnologia. Mesmo que se queiram focar na história principal e perceber mais da narrativa que me deixou colado ao sofá por horas a fio, aproveitem e parem nestas side quests enquanto estão a baloiçar entre arranha-céus em direção ao vosso destino… para além de aprenderem mais sobre a cidade onde estão e, claro, sobre Peter e Miles, acabam também por conseguir juntar material suficiente para ir desbloqueando fatos e nova tecnologia.
Com dois Spider-Man para controlar é simples trocar entre os mesmos e seguir as suas histórias. Com o passar das primeiras horas de jogo a narrativa de ambos os heróis mantém-se ligada, mas vai-se afastando pouco a pouco… tanto Peter como Miles têm razões diferentes para perseguir o novo vilão. Kraven The Hunter, neste Marvel’s Spider-Man 2, é uma personagem muito bem conseguida e com o decorrer da história vamos percebendo mais sobre as suas motivações, conseguido até nutrir alguma simpatia pelo monstruoso caçador.
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Depois do início épico que serve não só para nos adaptarmos à jogabilidade deste Spider-Man, mas também para nos dar o primeiro encontro com a sua narrativa, a velocidade da história acalma e deixa-nos explorar as novas mecânicas de forma quase relaxada, sendo que se jogaram o primeiro Spider-Man e depois Miles Morales a curva de aprendizagem não será acentuada, mas mesmo assim o jogo dá-vos oportunidade de progredir ao vosso próprio ritmo. No entanto, missão a missão o ritmo vai aumentado, e tudo muda à medida que vamos percebendo que Kraven poderá não ser o único vilão e a narrativa volta a aproximar os nossos dois aranhiços. Agora a um ritmo muito mais acelerado.
Tal como o primeiro jogo, a Insomniac Games conseguiu com Marvel’s Spider-Man 2 criar mais um blockbuster, uma história repleta de ação e contada ao ritmo ideal. Uma narrativa que por vezes precisa de andar mais devagar, mas que sabe sempre quando acelerar e prender ao sofá quem está do outro lado do ecrã, quem está de comando na mão.
Exploração, combate e habilidades
A cidade está maior, com novas áreas para proteger, mas explorar essas áreas é agora mais rápido. Viajar entre arranha-céus continua as ser uma das minhas atividades favoritas, mas explora as novas áreas com habitações não tão altas também consegue ser bastante divertido. Atravessar 3km para o próximo ponto de interesse é feito de forma simples e sem cansar, durante todo o jogo nunca senti que fosse demasiado. Existem ainda novas formas de viajar que tornam o percurso ainda mais “curto”, uma das novas mecânicas deixa-nos fazer glide pelo ar e até aproveitar correntes de ar que vão aparecendo pela cidade.
A cidade está mais interativa, sendo que as side quests não são apenas pontos no mapa, mas situações “reais” que conseguimos ver sem qualquer problema ao passar por elas. Esta nova forma de imersão para com as quests faz com que estes detours à história principal não pareçam uma obrigação para conseguir ter novos fatos ou tecnologias, mas sim algo que queremos fazer porque estamos de facto a proteger a cidade, não apenas a limpar pontos no mapa.
O combate e mecânicas de Spider-Man 2 vai, como seria de esperar, buscar muito aos jogos anteriores, mas fá-lo de forma melhor, mais polida e onde cada um dos movimentos parecem mais orgânicos. Existem, claro, novas animações e novas formas de atacar que chegam através de novas habilidades que vamos ganhando no decorrer da história. Caso tenham visto os trailers e vídeos de jogabilidade que foram lançados pela Sony, sabem que uma das novidades do novo Spider-Man é a inclusão de Venom… mas para além disto existe também a possibilidade de criar novos caminhos ao ligar teias de parede a parede e novos poderes para Miles.
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Tudo isto faz com que o combate chegue de cara lavada: Venom traz com ele novas formas de acabar com os inimigos, permitindo não só uma abordagem mais bruta, enquanto que a possibilidade de criar os novos caminhos e até os novos poderes de Miles fazem com que, na maior parte dos casos, consigamos ter uma abordagem mais cuidada, mais pensada, a cada uma das batalhas. Perder a vida toda durante uma batalha é algo normal, vai acontecer, mas ao recomeçarem o mesmo encontro vão dar por vocês a tentar perceber se existe uma nova estratégia em vez de entrar apenas no combate a distribuir murros e teias por cada um dos inimigos.
Viajar na cidade, combate e novas mecânicas nos puzzles permitem usar o DualSense para aquilo que ele foi criado: a capacidade de transmitir a sensação de movimento, força e até fazer com que seja possível sentir nas mãos situações mais stressantes para as personagens que controlamos. A equipa que desenvolveu este Spider-Man fez aquilo que tinha que fazer, usar o comando da Sony de forma completa para assim transmitir aos jogadores uma sensação de controlo impressionante.
No combate, principalmente no que toca à inteligência de alguns inimigos, ainda existem algumas arestas por limar. Sendo que isto se nota muito mais quando entramos num confronto em “modo stealth“. Os inimigos por vezes fazem de conta que não estamos lá, podemos estar literalmente encostados aos maus da fita que se não estivermos diretamente no seu campo de visão é como se não existíssemos. Também no combate, principalmente quando o mesmo é mais frenético, são algumas as ocasiões onde a personagem que estamos a controlar acaba por se perder um pouco e subir paredes que não pedimos ou até ficar preso num espaço temporal que o impede de se mover por breves segundos. Tudo coisas que podem ser reparadas antes do lançamento de Marvel’s Spider-Man 2 já a análise foi feita com base numa cópia do jogo antes do seu lançamento e do já habitual day 1 patch.
Considerações Finais
Alguns dos momentos de jogabilidade de Spider-Man 2, principalmente quando é mais fechada e as opções não são muitas, fazem com que a mente viaje para o universo do cinema, ângulos de câmara que seriam aplaudidos em produções de Hollywood e um trabalho particularmente impressionante no que toca à luz tanto quando na cidade como em ambientes de interior.
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Marvel’s Spider-Man 2 é um blockbuster, mas mais que isso, este Spider-Man é um jogo capaz de vender consolas. A Insomniac Games conseguiu fazer mais e melhor levantando mais uma vez a barra não só dos jogos de super-heróis, mas também daquilo que esperamos dos first-party da PlayStation. Visualmente impressionante, combate de cortar a respiração e uma excelente história… Spider-Man 2 é tudo aquilo que os fãs da série poderiam esperar.