Estamos de volta para mais um Feito em Portugal, desta vez um pouco diferente já que não estamos aqui para vos dar a conhecer uma marca desenvolvida em Portugal, mas sim um projeto. Um projeto desenvolvido em Portugal e com o objetivo de discutir, e dar a conhecer, aquilo que se faz no nosso país dentro do panorama das redes sociais e conteúdos digitais.
O projeto nasce pelas mãos de Vanessa Amaral que sendo apaixonada pela criação de conteudos digitais quer assim falar sobre “o presente e o futuro do digital em Portugal”. Para isso, convidou profissionais do marketing, criadores de conteúdo e outros profissionais da área para se juntarem à conversa em “Os Anti-Sociais”. O podcast conta com o apoio da Cervejeira Dois Corvos, e segundo Tiago Lopes, Gestor de Comunicação da empresa, faz todo o sentido este apoio já que a comunicação da Dois Corvos tem o seu principal foco “nas plataformas digitais”.
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Com dois dos 10 episódios já no ar, o podcast “Os Anti-Sociais” está disponível em plataformas como o Spotify, Google Podcasts ou mesmo, em formato vídeo, no YouTube.
Também nós estivemos à conversa com Vanessa Amaral. Não só para perceber um pouco mais sobre o projeto e os seus objetivos, mas também para perceber o estado da comunicação digital em Portugal. Antes de passar à conversa, agora que já apresentamos o projeto, passamos a apresentar a cara por detrás do podcast “Os Anti-Sociais”.
Quem é Vanessa Amaral?
“Vanessa Amaral é natural de Angra do Heroísmo, mas foi em Lisboa que desenvolveu a maior parte do seu percurso em Marketing Digital. Integrou a equipa da Worten Online em 2013 como gestora de gama das categorias de mobile e entretenimento. Fundou a equipa de Produção de Conteúdos do E-commerce Worten, onde contribuiu, em grande parte, para a estratégia de conteúdo do site atual do maior retalhista português de tecnologia. Foi, recentemente, desafiada a integrar o Departamento de Marca e Comunicação da Worten, onde é responsável pela estratégia e criação de conteúdo da marca nas redes sociais.”
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Digital ou Analógico?
VA – Digital. Somos mais rápidos, mais eficientes e mais informados. Pessoas informadas tomam boas decisões. Supostamente…
Jornal ou iPad?
VA – Nenhum. Tenho um Google Pixel 3 XL. É lá que leio notícias e artigos.
Radio ou TV?
VA – Rádio.
Instagram ou Twitter?
VA – Twitter.
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Fotografia ou vídeo?
VA – Vídeo.
Consumir ou criar?
VA – Os dois. Para criar é preciso consumir.
Onde é que surgiu o gosto pela comunicação digital?
VA – Foi a necessidade de comunicar. O digital tornou acessível a distribuição de conteúdo a mais e diferentes audiências.
O trabalho desenvolvido nas redes da marca Worten acabou por aproximar a marca de um público mais jovem, mais ligado ao mundo digital, será este o caminho para impulsionar uma marca nos dias de hoje? O digital?
VA – Sem dúvida. Uma marca ou negócio sem presença digital está a perder uma enorme oportunidade. As audiências online são vastas e as ferramentas disponíveis permitem-nos falar especificamente para essas audiências. Isso é algo que a media tradicional não consegue fazer. Comunicar no digital é mais fácil, barato e certeiro. Mas a internet está a envelhecer. Já não é um meio só de jovens. Agora, já lá estão os nossos pais e os nossos avós. O potencial é enorme.
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A comunicação digital ganha força a cada dia que passa, uma empresa / marca que não esteja presente na esfera digital quase que “não existe”. Por isso, antes de falarmos do teu novo projeto, qual é que é para ti a rede social que mais força tem em Portugal?
VA – O Facebook. Apesar de redes como o Instagram e o LinkedIn terem maior alcance orgânico, é no Facebook que estão a maioria das audiências. E, se tiveres algum dinheiro para investir em comunicação, com “meia dúzia de tostões” consegues chegar a muitas pessoas, por enquanto. No digital tudo muda muito rápido. De um dia para o outro, muitas vezes. Estamos a assistir a um Instagram a tornar-se num Facebook, em termos de alcance orgânico, a um LinkedIn com muito alcance, mas fechado à comunidade profissional, e muito bem, e temos um Tik Tok onde só estão pessoas muito jovens. Vai ser muito giro de se acompanhar a entrada e a presença de marcas, publishers e criadores de conteúdo nesses meios.
E agora o projeto…
Agora o novo projeto, é sobre cultura digital e chega com o nome de “Os Anti-Sociais”, onde é que surgiu este nome?
VA – O digital é ainda muito associado a pessoas que passam longas horas atrás de um ecrã e que, por consequência, têm pouco contacto com outros humanos. Quando era mais nova, os miúdos que passavam muito tempo a jogar ou ao computador eram “Os Anti-Sociais”. Eu era um desses miúdos mas nunca me considerei “anti-social”. Daí o nome para o programa, porque as pessoas que convidei para conversarem comigo nesta primeira temporada vivem e trabalham nos meios digitais como marketeers, criadores de conteúdo e entusiastas do digital. Profissionais que conhecem bem as redes sociais e que as usam de forma inteligente para passarem uma mensagem. E que não são, de todo, anti-sociais. Conhecem as pessoas e a forma como se comportam online como ninguém. O nome “Anti-Sociais” é uma contradição.
Tens como objetivo transformar o novo espaço em algo obrigatório para quem consome, mas principalmente, para quem cria conteúdo digital?
VA – Ambos. Em primeiro lugar, para quem consome. A ideia para “Os Anti-Sociais” vem responder a uma necessidade minha enquanto alguém que consome muito conteúdo online. Quase tudo aquilo que vejo, oiço ou leio é estrangeiro. Sinto que, em Portugal, existe pouca diversidade e não me consigo identificar com o que por cá se faz. Se calhar, injustamente e por desconhecimento. Mas então, se existe essa tal diversidade, não está a chegar até mim, o que também é um problema.
Em segundo lugar, para quem cria ou quer começar a criar conteúdos. Espero que as conversas que vou ter ao longo destes 10 episódios com criadores de conteúdo, marketers e entusiastas desta “nação digital” possam vir a inspirar alguém a dar um kickstart nessa necessária diversificação do conteúdo português nestes meios.
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Alguns convidados já foram revelados, como o tech youtuber Bernardo Almeida ou a jornalista Diana Duarte. A cada episódio, podemos esperar ter sempre a presença de criadores de conteúdo? Sejam eles jornalistas, influencers ou restantes profissionais da comunicação?
VA – Sim. Creio que consegui reunir pessoas interessantes, com algo para dizer sobre cada uma das suas áreas de atuação. O que ajudará, espero eu, a que outros, de fora do meio, percebam que a comunicação na internet tem já muitas ramificações e, por consequência, muitas profissões.
Seria interessante perceber como é que as marcas nacionais estão a lidar com esta transformação na forma de comunicar que ainda está a decorrer, podemos contar com convidados que trabalhem diretamente com as marcas com maior presença digital?
VA – Podem sim. Alguns dos convidados do podcast já trabalharam, ou trabalham em, ou com, grandes marcas nacionais e internacionais. Percebe-se que há uma clara aposta na presença das marcas nestes meios. Tão grande que já se justificava um conteúdo em formato conversa, descontraída e sem muitas “tecnicalidades”, com algumas das pessoas que põem as “mãos na massa”.
Sobre as marcas nacionais ou com representação nacional – Sabem comunicar? Tem a presença certa, ou ainda há muito a evoluir?
VA – Há sempre por onde evoluir. No digital tudo muda rapidamente e o que agora é uma verdade universal ou super trendy, amanhã já foi esquecido ou tornou-se obsoleto. É essa capacidade de rápida absorção de conhecimento das tendências, de reinvenção e adaptação a novos meios, plataformas e formatos que vai ditar o sucesso das marcas nas redes sociais.
Em Portugal, temos grandes marcas bem resolvidas em termos de identidade e a fazerem um bom trabalho nestes meios. Mas lá está, falta diversificar a criação de conteúdo. É preciso mais ousadia para se testar novos formatos e trazer novos temas para cima da mesa. As marcas podem e devem ter, também, essa função, porque fazem parte da vida das pessoas. Não vamos ser hipócritas, no final do dia todos nós queremos vender. Sem isso, não há negócio. Não há marca. Mas são as marcas que criam mais e melhor conteúdo, com relevância para as audiências, que vão ficar no top of mind dos consumidores.
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Para acabar, deixo uma questão quase filosófica, com o crescimento do digital, com o mundo a estar cada vez mais conectado, estará a sociedade a ficar anti-social?
VA – Eu acredito que o digital, apesar de ser um meio que potencia esse isolamento, é também um lugar onde as pessoas se conectam. Só depende das pessoas. Cabe-nos a nós ensinar às gerações futuras esse equilíbrio. O digital amplifica tudo, seja para o bem ou para o mal. É na educação que está a diferença. Não estou apenas a falar da educação em termos académicos. Estou a falar do ensino de valores, de bom senso e de espírito crítico. E, isso, ensina-se em casa.
E foi este o 5º Feito em Portugal, apresentamos um projeto criado em Portugal que pretende explorar aquilo que de melhor se faz no meio digital. Serão 10 episódios onde todos os convidados terão algo em comum: o gosto pelo digital!
Agora fiquem com “Os Anti-Sociais”…