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Análise Erica – Quando os jogos são filmes e os filmes são jogos

Já vos falamos aqui várias vezes que os dramas interativos deveriam ser algo para o qual os estúdios ligados à indústria gaming olhassem com melhores olhos. Também já vos falamos de jogos como Until Dawn da Supermassive Games, que recentemente lançou Dark Pictures: Man of Medan, que acabam por trazer essa mesma interatividade para os ecrãs de cada uma de nós mas na pele de thrillers.

Hoje estou aqui para vos falar de Erica. Quem é Erica? É uma jovem que vive assombrada pelas memórias que guarda da morte do pai. E que agora tem que reviver o trauma enquanto tenta descobrir quem é o verdadeiro culpado, ou culpada, pela morte do pai.

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Mas porque é que quero falar sobre Erica? Porque Erica é a personagem principal do título homónimo desenvolvido pela FlavourworksEste jogo traz até aos nossos ecrãs aquilo que considero ser o verdadeiro drama (na verdade é um thriller) interativo, digo isto pois trata-se de um jogo em Full Motion Video onde podemos controlar o desenvolver da narrativa com apenas uma app no smartphone ou mesmo o touchpad do Dualshock 4.

Uma verdadeira obra de arte…

Não é todos os dias que posso dizer isto de um jogo, mas a verdade é que o título que traz Holly Earl até às nossas consolas o é. O facto de ser um jogo em Full Motion Video faz com que aspetos que nem sempre tomamos como principais  noutros títulos sejam chamados para a ribalta e tenham um papel muito mais importante. Falo de aspetos como a realização, a luz, a fotografia e até mesmo o desempenho dos atores que dão a voz e cara a determinadas personagens… Em Erica tudo isto importa. 

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Por saberem isto mesmo, e por saberem que estavam a criar algo relativamente novo, a equipa por detrás do novo título PlayStation 4 teve especial atenção a estes detalhes trazendo assim até nós um jogo, que para além de nos apresentar  uma história cativante, é capaz de nos deixar colados ao ecrã para apreciar o fantástico trabalho realizado. Os planos variam entre close-ups ou planos mais abertos para nos mostrar o ambiente que rodeia Delphi House (é aqui que maior parte da narrativa acontece).

A banda sonora do jogo, tal como num bom filme, acaba por conseguir transmitir ao jogador o sentimento das personagens que vão aparecendo no ecrã, sentimento esse que também nos é transmitido pelo bom trabalho realizado pelo cast escolhido para o título da Flavourworks. 

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Como controlar a narrativa

Existem duas formas de controlar a narrativa em Erica: O Dualshock 4, através do touchpad, ou a app Erica que pode ser encontra na loja de aplicações do vosso smartphone. Embora o touchpad do comando da PlayStation 4 não funcione mal acredito que a aplicação própria (muito ao estilo PlayLink) acabe por ser comportar melhor, dado que os ecrãs que vão estar a usar acabam por permitir uma maior liberdade no que toca a gestos.

Em Erica, os gestos que vamos controlar para dar rumo à narrativa são simples e não muito variados, sendo este um dos pontos menos positivos do jogo, o que faz com que em 10 minutos de jogo já consigamos ter controlo total destes gestos sem dar muita atenção ao telemóvel ou ao comando estando assim totalmente imersos na narrativa que nos está a ser apresentada.

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Ao mesmo tempo que vos digo que os controlos não são os mais variados, digo-vos que há certos momentos bastante interessantes que acabam por mostrar-vos o enorme trabalho que existe por detrás da criação deste jogo. Sem querer contar muito do que vos espera deixo este exemplo: Um espelho embaciado que, para limpar, vai fazer com que tenham que esfregar o ecrã do vosso telemóvel… Mas se pararem Erica também para, ficando a olhar para o espelho à espera da próxima “ordem”.

Sobre a narrativa não me quero alongar muito mais, é preferível que entrem neste mundo livres de pequenos spoillers, pois acredito que a vossa experiência será melhor se pouco souberem sobre a história e como esta se desenvolve. Fiquem à espera de uma história digna de um thriller, com momentos de emoções mais elevadas, alguns twists e também momentos que fazem o coração bater mais rápido. Por fim, quero apenas dizer que a narrativa tem cerca de duas horas, mas dado que se trata de um título com o qual podem interagir existem diferentes finais. Isto faz com que possam passar pela história mais que uma vez (sempre que o quiserem fazer terá que ser do início, o jogo não permite fazer load a partir de um momento específico)

Considerações finais

Erica é um jogo. Erica é um filme. Erica é uma peça cinematográfica para os amantes de jogos. Erica é um jogo para os amantes de cinema.

O título da Flavourworks é de facto tudo isto.

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A Flavourworks criou algo que merece ser jogado, que merece ser visto… e revisto. Se estão no mercado à procura de um título para jogar acompanhados, onde embora só uma pessoa controle o comando todos consigam desfrutar, têm aqui um sério candidato a ser o próximo título da vossa biblioteca PlayStation 4.

Erica já se encontra disponível para PlayStation 4 e pode ser encontrado na PlayStation Store com um preço de €9.99.

 

N.R.:A análise a Erica foi realizada numa PlayStation 4 Pro com uma chave de acesso ao jogo gentilmente cedida pela SIE

 

 

 

 

 

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Erica - Uma verdadeira obra de arte
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Narrativa bastante rica
Trabalho de produção que ajuda o jogador a ficar envolvido com a história
Realização muito bem conseguida
Controlos limitados
4.5